sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Aquisições de Novembro (2)

Estrada Vermelha, Estrada de Sangue, de Moira Young
Editora: Editorial Presença

Sinopse: Estrada Vermelha, Estrada de Sangue é um thriller futurista, uma aventura épica que se passa num período pós-apocalíptico e extremamente violento. Saba, a protagonista, é uma jovem que viveu sempre em Silverlake, numa zona remota, inóspita e quase deserta, até ao dia em que uma tempestade de areia traz consigo um bando de terríveis criminosos que lhe matam o pai e levam consigo Lugh, o irmão gémeo que ela adora. Sozinha com Emmi, a irmã mais nova, Saba vai investir toda a sua coragem e o seu espírito combativo na busca do irmão, numa demanda perigosíssima e empolgante, através de intermináveis extensões desérticas e violentas intempéries, que culminará numa apoteose de pura adrenalina.


O Prisioneiro da Árvore (As Brumas de Avalon #4), de Marion Zimmer Bradley
Editora: Edições Saída de Emergência

Sinopse: No derradeiro volume deste clássico, Morgaine vai ao encontro do seu destino que a coloca contra Artur - o seu amante, irmão e agora inimigo. Ao regressar a Camelot durante o Banquete de Pentecostes, Morgaine acusa Artur de comprometer a coroa, e exige que este lhe devolva a espada mágica Excalibur.
Mas Artur recusa e Morgaine tenta de tudo para o travar, nem que para isso tenha que usar as pessoas que ama para o desafiar. Quando Avalon se sente traída por Artur, Morgaine invoca a sua magia para lançar os companheiros de Artur numa demanda pelo cálice sagrado.
Os eventos escapam ao controlo de todos quando Lancelet regressa e sucumbe de novo à sua paixão por Gwenhwyfar. Mas o Rei Veado tem assuntos mais importantes como a guerra decretada por Mordred que pretende usurpar o trono de Camelot.
Conseguirá o mundo de Avalon sobreviver ou será forçado a desaparecer nas brumas do tempo e memória?



O Resgate de Angel (Maximum Ride #1), de James Patterson
Editora: TopSeller

Sinopse: ALERTA! Um grupo de seis jovens com poderes extraordinários está em FUGA. O seu líder é Maximum Ride, ou Max. Retirados dos seus pais à nascença, os seis estavam presos num laboratório secreto, onde foram alterados geneticamente para se tornarem 98% humanos e 2% pássaros. Agora eles conseguem voar e escaparam da sua prisão. Mas desconhecem as razões para tudo o que lhes foi feito, e não sabem quanto tempo de vida lhes resta. No seu encalce estão os Erasers, seres diabólicos criados no mesmo laboratório, que apanham Angel, a miúda mais nova e especial do grupo de Max.
Conseguirá Max resgatar Angel e descobrir a verdade sobre si e os seus amigos? PREPARA-TE: Este livro é o início da mais fantástica e emocionante aventura da tua vida.
Primeiro de uma coleção com oito volumes

E por isso ler é uma atividade tão pessoal

Concordam?

Novidade da Pastelaria Studios para Dezembro

O Diplomata, de Vasco Ricardo
 
Sinopse: Gabriel é um político norte-americano de topo que possui uma família perfeita e uma reputação imaculada. Contudo, por detrás da sua figura exemplar, um outro homem emerge. Violento, frio e calculista, Gabriel parte em busca de algo e não parará enquanto não for bem-sucedido.
 "...E quando já ninguém chorava, dei por mim a verter lágrimas que cheiravam e sabiam a sangue..."

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Opinião: Imperfeitos (Série Uglies #1)

Título original: Uglies (2005)
Autor: Scott Westerfeld
Tradutor: Carla Nunes
ISBN: 9789896680121
Editora: Vogais (2010)

Sinopse:

Num mundo de extrema beleza, a normalidade é sinónimo de imperfeição. Num futuro não tão distante quanto isso, não há guerras, nem fome, nem pobreza. O mundo é perfeito. Todos são perfeitos. Pelo menos, depois de completarem 16 anos. Qualquer um pode ter a aparência de um supermodelo… e que mal haveria nisso?

Tally Youngblood mal pode esperar pelo seu décimo sexto aniversário, altura em que será submetida à cirurgia radical que a transformará de uma mera Imperfeita para uma deslumbrante Perfeita. Uns lábios bem delineados, um nariz proporcional, um corpo ideal… é tudo o que sempre quis. Já para não falar que uma vida de diversão num paraíso de alta tecnologia espera por si. Mas quando a sua melhor amiga decide virar as costas a esta vida perfeita e foge, Tally descobre um lado inteiramente novo do mundo dos Perfeitos – e que, por sinal, nada tem de perfeito. É então forçada a fazer a pior escolha possível: encontrar a amiga e traí-la ou perder para sempre a possibilidade de se tornar Perfeita. Seja qual for a sua decisão, a sua vida nunca mais será a mesma.


Opinião: 

Scott Westerfeld volta a apostar em leitores jovens, desta vez através da ficção científica. Imperfeitos é o primeiro de uma série de quatro livros, onde o pano de fundo da ação é uma sociedade futurista onde a beleza e a juventude são valorizadas em detrimento das imperfeições humanas e da experiência de vida. Deste modo, a população é controlada através de atividades superficiais e de prazeres rápidos, de modo a que ninguém questione o seu mundo.

No início, o leitor depara-se com Tally, a protagonista desta trama. Jovem e insegura, está prestes a completar a idade necessária para começar a fazer as cirurgias plásticas que a levarão a ter a imagem que idealiza. Ansiosa por ir para o centro da cidade onde todas as atividades divertidas têm lugar, Tally acaba por não ver os seus antigos desejos atendidos. 

Ao colocar a amizade em primeiro lugar, Tally chega a um local que acreditava já não existir: uma zona onde a tecnologia foi suplantada pela natureza. Naquele meio, Tally descobre que existe uma realidade completamente diferente, e que tudo o que acreditava ser ideal na sociedade onde cresceu poderá ter falhas. Em contacto com novas personagens que lhe apresentam uma outra visão do mundo, Tally começa a questionar o passado e o presente. 

Deste modo, o leitor coloca-se na pele das personagens e reflete sobre o que escolheria: seria melhor viver num mundo de ilusão, onde os problemas são esquecidos e a realidade é ocultada ou é preferível lutar e sofrer pela verdade? Apesar de ser uma obra que remete para um futuro distante, a verdade é que muitas das questões colocadas pelo autor são atuais.

As personagens resumem-se a adolescentes, o que faz com que eles oferecem um caráter mais superficial sobre as questões pertinentes. Tally, a heroína, não convence facilmente o leitor, sendo que as personagens secundárias acabam por se destacar ao serem dotadas de uma construção mais sólida. A linguagem utilizada é simples e fácil de acompanhar, e a partir do momento em que o leitor percebe o mundo que Scott Westerfeld desenhou, depressa se percebe qual o caminho que a trama vai seguir.

Como qualquer livro dedicado a um público jovem, também Imperfeitos tem a sua dose de romance. Pessoalmente não fiquei encantada por esta parte da história, pois pareceu demasiado óbvia e, em certos momentos forçada. Penso que seria mais interessante o autor focar-se na exploração do mundo e na transformação das personagens ao longo da narrativa.

Imperfeitos acaba por ser uma obra que proporciona momentos agradáveis e que nos relembra conceitos que acabam por estar melhor explorados em outros livros. 

Outros livros de Scott Westerfeld:
A Hora Secreta (Midnigthers #1)
No Limiar das Trevas (Midnighters #2)
Meio-Dia Azul (Midnighters #3)

Literatura clássica na Civilização


A Civilização Editora reeditou uma coleção de clássicos da literatura portuguesa e mundial. Estes livros ganharam capas duras, com imagens modernas e apelativas.

Entre os títulos é possível encontrar:
- A Queda Dum Anjo, de Camilo Castelo Branco
- Jane Eyre, de Charlotte Bronte
- O Monte dos Vendavais, de Emily Bronte
- A Túlipa Negra, de Alexandre Dumas
- Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
- O Primo Basílio, de Eça de Queirós
- Nossa Senhora de Paris, de Vítor Hugo
- Madame Bovary, de Gustave Flaubert

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Entrevista a Vasco Ricardo

Nasceu em França, mas Portugal é o país do seu coração. Vasco Ricardo garante que desde cedo que sente uma enorme vontade de escrever, e esse amor já deu diversos frutos. Escritor dedicado, possui um blog (http://vascoricardo.blog.com) onde publica novidades relacionadas com o seu trabalho que merece ser acompanhado.
Um agradecimento ao Vasco pela simpatia que demonstrou ao longo da elaboração desta entrevista.

Uma Bibliotea em Construção (U.B.C.) - Quando começaste a escrever com o intuito de publicar? Qual foi o motivo?
Vasco Ricardo (V.R.) - Acho que quando comecei a escrever histórias mais longas, e de uma forma mais séria, a vontade de publicar sempre esteve presente, por vezes de um jeito mais óbvio, noutras nem tanto. Haverá algo mais enriquecedor para uma pessoa do que agradar aos outros através daquilo que criamos? Penso que não.

U.B.C. - Qual é a maior dificuldade que encontras na escrita?
V.R. - Tudo aquilo que não está relacionado com a escrita propriamente dita. Rever, publicar, procurar, prever reacções.

U.B.C. - E qual é o maior prazer?
V.R. - Tudo o que envolve o processo da escrita.

U.B.C. - Quais são as tuas características enquanto autor?
V.R. - Aquilo que escrevo tem sido ou thriller ou algo muito próximo disso. Tento fazer descrições de toda a cena, sem contudo me estender em demasia. Gosto de manter a acção interessante. Gosto de simplicidade na escrita, de não dar em excesso mas sem deixar algo por dizer. Tenho sempre mensagens a transmitir no meio de um enredo corrido.

U.B.C. - Podes revelar-nos como está a ser a tua experiência no mundo editorial?
A minha experiência é curta e pouco interessante. Os contactos foram sempre efectuados através de e-mail até ter optado pela Pastelaria Studios Editora. Com eles tenho mantido uma óptima relação. Ambos temos cumprido os nossos papéis e tudo tem corrido bem.

(2012)
U.B.C. - Qual foi a sensação de ter, pela primeira vez, um exemplar de A Trama da Estrela nas mãos?
V.R. - Não tentando ser demasiadamente ingrato ou, de alguma forma, insensível, senti-me bem, mas não eufórico. Faz parte de mim esta maneira algo fria de absorver o momento. Nunca estou excessivamente feliz, nem excessivamente triste. Reajo a estas situações com calma e ponderação. Afinal de contas, nada alcancei até à data.

U.B.C. - Como é lidar com as críticas?
V.R. - São críticas. Boas ou más devem ser ouvidas, assimiladas e registadas como tal. Apenas isso. Uma boa crítica não faz de mim melhor, da mesma forma que uma crítica negativa não faz de mim pior. Sou o que sou, faço o que faço, tentando sempre ser cada vez melhor (também com ajuda dessa tais opiniões).

U.B.C. - No teu blog, é possível ver diversas fotos que leitores te enviaram do teu livro. Como é receber estas imagens?
Sim, são uma doçura estes leitores. A verdade é que são uns bondosos por procederem de tal forma. Também gosto de me manter próximo deles, seja no facebook ou noutro meio qualquer. É maravilhoso saber que se dão ao trabalho de pegar na máquina ou no telemóvel, fotografar o livro e ter a delicadeza de o partilhar comigo.

U.B.C. - A internet é uma boa ajuda na divulgação do teu trabalho? De que forma?
V.R. - Sem dúvida. É um óptimo instrumento para quem não tem uma máquina de marketing montada como sucede com os grandes grupos editoriais. Tanto no blog como através do facebook, costumo mostrar todas as novidades relativamente aos livros, como críticas, entrevistas, opiniões, lançamentos e por aí fora.

(2012)
U.B.C. - Está quase a chegar ao mercado um novo livro teu, O Diplomata. Que nos podes dizer dele?
V.R. - Sim, será lançado no início do mês de Dezembro e estará, juntamente com a A Trama da Estrela, presente numa série de livrarias que atempadamente comunicarei no blog e no facebook. É um livro intenso, não só devido à acção como também a uma forte carga psicológica. É um thiller à volta de um político influente que segue um caminho pouco comum na sua classe política.

U.B.C. - E já há outro projeto em mãos?
V.R. - Tenho sempre. Desde há três anos para cá que desenvolvo ficções atrás de ficções e já jurei para mim mesmo iniciar a seguinte a 1 de Janeiro do próximo ano, assim que a divulgação de O Diplomata abrandar.

U.B.C. - Quais são as tuas referências literárias?
V.R. - Muitas. Leio livros algo variados e pertencentes a quase todos os géneros literários. Não gosto de nomear autores de eleição. Mas posso dizer que este ano, por exemplo, e consultando o meu goodreads, adorei livros que foram escritos por George Orwell, Donato Carrisi, Jonathan Coe, Frederic Foresyth e Simon Scarrow.

U.B.C. - Quais foram os últimos livros que te encantaram?
V.R. - Os últimos livros que me encantaram verdadeiramente foram ‘A Bofetada’, de Christos Tsiolkas, e ‘Os Anões da Morte’, de Jonathan Coe. De entre autores nacionais, foi ‘A Manhã do Mundo’, de Pedro Guilherme-Moreira.

U.B.C. - Tirando as leituras, o que gostas de fazer no tempo livre?
V.R. - Ultimamente, e devido à minha filha de dois anos e meio, a família tem ocupado a totalidade do meu tempo livre. E ainda bem que assim é.

U.B.C. - O que desejas para o teu futuro enquanto autor?
V.R. - Ser lido e que os leitores desejem sempre sentir o livro seguinte.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Natal dos viciados em livros

Não basta ter livros debaixo da árvore: também é preciso que a árvore seja feita de livros!

E vocês, já entraram no espírito natalício?

Passatempo: "O Aprendiz de Assassino", de Robin Hobb

dezembro
Com saudades dos passatempos aqui do blog? Pois eu estava! Como tal, decidi sortear um exemplar do primeiro volume de uma saga que me cativou: O Aprendiz de Assassino. Este livro, publicado pela Saída de Emergência, é de autoria de Robin Hobb, uma escritora que tem recebido muitos elogios de outros escritores, onde se destaca a voz de George R. R. Martin. Podem ver a minha volume a este livro aqui.

Para se habilitarem a ganhar este livro, apenas precisam de:

- Responder a todas as questões colocadas no questionário;
- Morar em Portugal;
- Só participar uma vez (caso tal não se confirme a participação será anulada);
 - O passatempo terminada no dia 12 de dezembro às 23h59. Não serão aceites participações após essa data.

Agora é só participar!

PASSATEMPO ENCERRADO

Notas: 
- Este passatempo não é feito em parceria com a editora Saída de Emergência;
- O vencedor será escolhido aleatoriamente entre as participações válidas através do site random.org;
- Como participação válida entende-se: existir apenas uma por participante com todos os dados do questionário respondidos correctamente;
- O vencedor será contactado por mail e anunciado no blog;
- O blogue não se responsabiliza pelo possível extravio do livro nos correios. 

domingo, 25 de novembro de 2012

Opinião: Aprendiz de Assassino (A Saga do Assassino #1)

Título original: The Farseer: Assassin's Apprentice (1995)
Autor: Robin Hobb
Tradutor:  Orlando Moreira
ISBN: 9789896370640
Editora: Saída de Emergência (2009)

Sinopse:

O jovem Fitz é filho bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e cresce na corte do Rei Sagaz. Marginalizado por todos, o rapaz refugia-se nos estábulos reais, mas cedo o seu sangue revela o Talento mágico e, por ordens do rei, é secretamente iniciado nas temidas artes do assassino. Quando salteadores bárbaros atacam as costas, Fitz enfrenta a sua primeira e perigosa missão que o lançará num ninho de intrigas. E embora alguns o encarem como uma ameaça ao trono, talvez ele seja a chave para a sobrevivência do reino. 

Com uma narrativa povoada de encantamentos, heroísmo e desonra, paixão e aventura, o Aprendiz de Assassino inicia um das séries mais bem-amadas da fantasia épica.

Opinião:

Aprendiz de Assassino é o início de uma saga que vai fazer as delícias de quem gosta de leitura fantástica épica inserida num ambiente medieval. Neste volume, Robin Hobb apresenta os primeiros anos de vida de um protagonista que promete marcar: Fitz. Bastardo de um dos príncipes reais, Fitz é abandonado na corte, onde é criado à margem. O leitor acompanha o percurso de um jovem que conta na primeira pessoa a sua história. Fitz é desprezado, mas o seu sangue confere-lhe talentos maravilhosos e perigosos.

Afinal, Fitz possui o Talento, capacidade rara relacionada com a mente que torna o seu portador poderoso. Para melhor dominar este dom, o jovem torna-se pupilo de Breu, um homem misterioso que vive entre as paredes do castelo, sendo considerado mais lenda do que realidade. Deste modo, o leitor entra no seio de uma grande conspiração, onde homens são treinados para matar, de modo a garantir a subsistência do Reino. E se é com interesse que vemos o domínio do Talento por parte do nosso herói e aprendiz de assassino, é com um misto de temor e encanto que o vemos a esconder a posse da Manha. Afinal, a Manha é uma capacidade considerada maldita, uma vez que os seus portadores acabam por sucumbir aos instintos animais em detrimento da racionalidade humana. Este facto vai fazer com que a narrativa possua alguns momentos mais revoltantes para o leitor, nomeadamente naqueles que não toleram actos de crueldade contra animais.

O leitor depressa fica agarrado à história deste jovem, que é mais poderoso e perigoso do que aparenta. Desde cedo que muitos vão ver nele um inimigo a abater, e é graças a improváveis e surpreendentes aliados que ele vai conseguir desenvolver as suas artes. Falo por exemplo de Breu, um tutor que pode parecer ambíguo, mas que tem uma grande história para contar, ou de Castro, um homem humilde mas de coração nobre.

De modo a melhor dar a entender as verdadeiras motivações de algumas personagens, Robin Hobb presenteou-as com nomes que estão directamente ligados às suas personalidades. Este é o caso de  Rei Sagaz, Príncipe Veracidade, Príncipe Majestoso ou Dama Paciência. Um indicador da força que um nome pode ter e relevância do processo de nomear.

Por ser o primeiro volume de uma saga, a narrativa possui alguns momentos mais parados, dedicados à descrição de personagens ou à explicação de elementos e circunstâncias essenciais para a compreensão deste novo mundo. Contudo, existem também ocasiões de muita ação que agarram o leitor e deixam adivinhar que o ritmo dos próximos volumes será mais acelerado.

Aprendiz de Assassino é um livro que introduz um mundo cativante, através da voz de um jovem que se faz homem ao longo da narrativa. Pode não ser o livro mais forte da saga, mas é o início de uma aventura que já prendeu leitores em todo o mundo. Os fãs de fantasia não vão querer perder esta leitura.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Opinião: Harry Potter e a Ordem da Fénix (#5)

Título original: Harry Potter and the Order of the Phoenix (2003)
Autor: J. K. Rowling
Tradutor:  Isabel Fraga, Manuela Madureira, Isabel Nunes e Alice Rocha
ISBN: 9789722331005
Editora: Editorial Presença (2003)

Sinopse:

Este tem sido um Verão ainda mais insuportável que o costume, para Harry Potter. Sozinho com os Dursley, não consegue perceber por que razão Ron e Hermione lhe enviam respostas tão vagas às suas cartas...Isolado do mundo mágico a que pertence, Harry segue atentamente os noticiários, convencido de que até os Muggles se aperceberão de alguma coisa, se Lord Voldemort voltar a atacar... E é então que os acontecimentos se precipitam. Parece impossível, mas, no bairro mais Muggle do mundo Muggle, Harry é emboscado por Dementors! Para salvar a sua vida e a do primo Dudley, Harry não tem outra hipótese senão usar magia – mesmo sabendo que isso significará a sua expulsão mais que certa de Hogwarts.

Enquanto o Ministério da Magia continua a não acreditar que o terrível Senhor das Trevas está de volta, Voldemort e os seus fiéis Devoradores da Morte já começaram a preparar o seu regresso ao poder. Porém, há uma nova esperança: uma antiga ordem secreta, da qual os pais de Harry fizeram parte, voltou a organizar-se e Dumbledore está atento.Harry Potter está de volta para mais um ano cheio de perigos, suspense, revelações inesperadas – e, claro, magia!

Opinião:


Os acontecimentos finais de Harry Potter e o Cálice de Fogo ditaram uma grande mudança desta saga. Afinal, Lord Voldemort está de volta e, com ele chega um ambiente diferente, mais negro e temeroso onde a coragem e amizade características dos volumes anteriores são colocadas à prova.

A narrativa inicia-se no período final das férias de verão, tal como já estamos habituados. Contudo, o Harry que nos é apresentado está diferente. Sem conseguir ultrapassar a morte prematura de Cedric e atormentado pelo regresso do responsável pela morte dos seus pais, exibe uma atitude de revolta. Afinal, aquilo que sabe ser verdade não é aceite pelo Ministério da Magia, que o acusa de mentir numa tentativa de chamar a atenção.

Harry Potter e a Ordem da Fénix é o livro mais longo de toda a saga. Como tal, são muitas as revelações e peripécias, apesar de nem sempre serem apresentadas de uma forma coerente. O ritmo da leitura é oscilante, entre momentos mais frenéticos onde tudo parece acontecer e outros mais parados e que demoram a passar.

Entre os acontecimentos mais interessantes está a visita à casa dos Black. Moradia da família do padrinho do protagonista, vai de encontro ao novo ambiente da narrativa. Negra e cheia de mistérios, revela-se um abrigo imprescindível para aqueles que reconhecem o regresso do temível inimigo.

Já em Hogwarts, Harry volta a ser visto como um marginal. Depois de ter estado no centro das atenções durante os primeiros anos, agora é visto como alguém que procura protagonismo a todo o custo, sendo acusado por algumas personagens como responsável pela morte de um colega. A segurança que a escola sempre ofereceu ao protagonista também é alterada, já que Dumbledore é afastado da direção, indo para o seu lugar Dolores Umbridge, uma mulher que representa a tirania, repressão e censura de um governo. E como se tal não bastasse, Harry tem ainda de enfrentar as suas próprias hormonas, tal como qualquer jovem da sua idade.

Apesar de ser fã da saga e de ter devorado este livro, a verdade é que, a partir daqui, a autora inicia algo que me desagradou: incluir elementos que não têm ligação a nada! Numa primeira vista podem parecer a revelação de mistérios deste mundo, mas para um leitor mais atento, mais parecem ideias de última hora que precisam de ter algum espaço. Não é que sejam más ideias, mas falta-lhes alguma interligação com os restantes elementos, de modo a serem mais credíveis.

E se existem alguns aspetos da escrita de J. K. Rowling que não agradam completamente, a verdade é que existe um que cativa desde o primeiro volume: as personagens. Bem construídas, revelam uma evolução convincente e interessante, o que faz com que o leitor sinta que está entre amigos e não meras figuras de ficção.

Harry Potter e a Ordem da Fénix pode não ser um dos livros mais fortes da saga, mas não deixa de ter os elementos que cativaram o fã dos volumes anteriores: amizades fortes, atitudes destemidas, inimigos cruéis, aventuras impressionantes e muita, muita magia!

Outros livros de J. K. Rowling
Harry Potter e a Pedra Filosofal (#1)
Harry Potter e a Câmara dos Segredos (#2)
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (#3)
Harry Potter e o Cálice de Fogo (#4)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Novidades da Civilização Editora para Novembro

Predestinado (A Ordem das Trevas nº 1), de Philippa Gregory 
Sinopse: Estamos em 1453 e todos os sinais apontam para que o fim do mundo esteja iminente. Acusado de heresia e expulso do seu mosteiro, Luca Vero, um atraente jovem de 17 anos, é recrutado por um misterioso estranho para registar o fim dos tempos por toda a Europa. Obedecendo a ordens seladas, Luca é enviado a cartografar os medos da Cristandade e a viajar até à fronteira do bem e do mal. Isolde, de 17 anos, abadessa, está presa num convento para impedir que reclame a sua enorme herança. Quando as freiras ao seu cuidado enlouquecem com estranhas visões, sonambulismo e exibindo feridas que sangram, Luca é enviado para investigar e todas as provas incriminam Isolde. No pátio do convento constrói-se uma pira para a queimar por bruxaria. 



O Esqueleto Debaixo do Teto (Os Detetives da Viela Voltaire n.º 7), de P. D. Baccalario, A. Gatti
Sinopse: A família Gaillard está a passar as férias da Páscoa numa pequena e calma aldeia junto do rio Loire. Annette e Fabrice acham que vão ser as férias mais aborrecidas de sempre, mas em breve surge uma macabra descoberta no sótão da casa: um esqueleto escondido atrás de uma parede! Os detetives da Viela Voltaire reúnem-se novamente para fazer investigações entre os habitantes da aldeia e resolver um mistério sepultado há muito, muito tempo…







Prazeres Divinos, de Nigella Lawson
Sinopse: Prazeres Divinos não ensina a ser exatamente uma fada do lar, mas a sentir-se uma fada do lar. Este livro de culinária, inspirador e delicioso, mostra-lhe que não é difícil fazer um tabuleiro de muffins ou um bolo recheado – mas é muito compensador. Este livro alimenta as nossas fantasias, compreende as nossas preocupações e traz bolos, tartes, empadas, conservas, sobremesas, pães e biscoitos de volta às nossas cozinhas. Com o seu talento especial para a escrita e a sua paixão pela cozinha, Nigella mostra-lhe tudo, de brownies a bagels, de crumble a tarte, de pizza a macarons, de doces a bolos.





O Pai Natal e o Menino Jesus, de Luísa Ducla Soares
Sinopse: Quem se celebra no Natal? Nesta quadra, os comerciantes e as crianças pedinchonas só pensam no Pai Natal e no seu saco cheiinho de prendas. E esquecem o Menino Jesus, todo nu, deitado nas palhinhas do presépio… Será que o Pai Natal lhe leva algum presente? Nesta história em que ambos entram, como é que eles se entendem?


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Comprar o livro pela capa 13: A Águia do Império

Olá! Aqui está mais um post da rubrica "Comprar o livro pela Capa". Desta vez, o livro escolhido é "A Águia do Império", de Simon Scarrow. O primeiro volume de uma saga publicada pela Saída de Emergência, apresenta duas personagens que já cativaram os apreciadores de histórias passadas nas legiões romancas: Cato e Macro.

O primeiro volume foi publicado em Portugal em 2006. Uma capa simples, onde o vermelho predomina, possui elementos característicos da escultura romana, onde o branco ganha destaque. Com uma ligação direta à literatura histórica, a característica mais interessante desta imagem encontra-se na sua lombada. Esta parte do livro foi projectadapara que, em conjunto com os volumes seguintes, seja apresentada uma nova imagem, o que acaba por fornecer uma decoração muito interessante.


Com o intuito de atrair mais leitores, a editora optou por mudar a imagem da série. Como tal, A Águia do Império recebeu uma segunda capa. Mais moderna, é dotada de elementos simples, onde se dá destaque ao archote e ao acampamento. O céu de tons vermelhos e laranja sugere aventura, batalhas e muitos momentos perigosos. O nome do autor ganhou maior relevância, numa demonstração de que Simon Scarrow se tornou conhecido no mercado editorial nacional.


A terceira capa está associada à edição de bolso deste livro. Os elementos são idênticos aos da segunda capa, sendo que a única mudança relativa está associada à cor de fundo. Assim, as chamas do archote ganham maior destaque devido ao contraste do céu azul escuro desta edição.


Votem naquela que vos levaria a comprar o livro mais rapidamente!


Opinião a este livro aqui.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Opinião: O Filho das Sombras (Trilogia Sevenwaters #2)

Título original: Son of the Shadows (2000)
Autor: Juliet Marillier
Tradutor: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena
ISBN:
9789722512299
Editora: Bertrand Editora (2002)
 
Sinopse:
 
As florestas de Sevenwaters lançaram o seu feitiço sobre Liadan, a filha de Sorcha, que herdou os talentos da mãe para curar e penetrar no mundo espiritual. Os espíritos da floresta avisam-na de que, para que as ilhas sagradas sejam reconquistadas aos Bretões, Liadan deverá permanecer em Sevenwaters.

A Irlanda está agora em guerra, e as suas costas são assoladas por atacantes. Entre os inimigos há um que se destaca: o Homem Pintado, que granjeou uma reputação terrível de mercenário feroz e astuto, e que espalha o terror por onde quer que passe.

Ao regressar a casa, Liadan é capturada pelo Homem Pintado. Porém, este acaba por se revelar bem diferente da lenda, e apesar da antiga profecia que a obrigava a permanecer em Sevenwaters, a jovem sente-se atraída por ele. Mas poderá ela viver o seu amor sem que a maldição recaia sobre Sevenwaters?
 
Opinião:
 
Depois de ter relido A Filha da Floresta, ficou a vontade de pegar na restante trilogia Sevenwaters. O livro que se seguia era este, O Filho das Sombras. Quando li estes volumes pela primeira vez, recordo que o segundo foi o meu preferido. Por isso mesmo, foi com algum receio que lhe peguei, pois tive medo que as minhas conceções mudassem. Tal não aconteceu.

É verdade que uma releitura é sempre diferente. A história já é conhecida, o que faz com que exista a ideia de que já não existem surpresas na trama. Como me enganei!

Quando comecei a ler, depressa percebi que existiam tantos pormenores de que não me recordava. Em primeiro lugar, é interessante ver como Juliet Marillier construiu uma trilogia belíssima, fazendo com que cada volume esteja ligado e, ao mesmo tempo, tenha um rumo muito próprio e independente. A protagonista, desta vez é Liadan, filha de Sorcha e Hugh, o par romântico do livro anterior.

Ao início, percebe-se que o ambiente até aquele momento foi de paz, contudo, os perigos voltam para assombrar a família de Sevenwaters e a testar a resistência e coragem dos seus habitantes. No centro da ação está Liada, uma menina que se faz mulher ao longo da leitura e que é dotada das melhores qualidades dos seus pais. Dotada da Visão, tal como o seu misterioso tio Finbar, Liadan depressa percebe que o destino de todos está nas suas mãos.

A protagonista é uma personagem que cativa. Com sentimentos de proteção relativamente aos seus, Liadan coloca de parte os seus desejos, sendo, em momentos iniciais, uma observadora de feitos maiores. Contudo, o destino coloca-a num lugar central e, se a sua mãe ouviu sem contestar os conselhos das Criaturas Encantadas, é com interesse e receio que vemos esta protagonista a seguir os seus instintos, mesmo quando todos dizem que está a caminhar para um lugar de trevas, dor e morte.

Uma personagem tão forte merecia um par à sua altura. E, assim, surge Bran, o Homem Pintado. Chefe de um grupo clandestino, é também um homem com um passado doloroso. E se as suas ações podem parecer, à primeira vista, condenáveis, depressa percebe-se que ele pode ser um bode expiatório dos males praticados por outros. A relação entre os dois é inspiradora e o leitor deseja que os dois encontrem a paz tão distante e ansiada.

Paralelamente existem outras figuras que despertam o interesse. É o caso de Eamonn que, apesar de ser um homem odiado, é também uma personagem muito bem construída. Seria necessário um grande obstáculo para tornar as peripécias mais intensas, e Eamonn revela-se capaz disso. Ambíguo, é complexo e fica a vontade de conhecer melhor o que realmente o move e o porquê de estar fixado em certas questões. 
 
Também a história de Niamh e Ciarán desperta o interesse. Casal condenado desde o início, o seu sofrimento faz despoletar uma certa antipatia por personagens tão acarinhadas do primeiro livro. Eles demonstram como a falta de esperança pode ser destrutiva, deixando o leitor em suspenso, e com vontade de perceber se o amor realmente sarou as feridas profundas que foram infligidas.
 
Com uma narrativa excecional, digna de uma verdadeira contadora de histórias, o leitor depressa se sente encantado por este volume, repleto de magia, esperança, dor, sacrifício e amor.  Tal como a autora disse uma vez durante uma visita em Portugal, todas as suas histórias têm o intuito de demonstrar que a esperança em dias melhores nunca deve morrer para que o final feliz seja alcançado. Essa é uma das particularidades que tornam os seus livros tão inspiradores e admirados.

No final, pode ficar a dúvida: "mas quem é o filho das sombras?". Afinal, existem pistas que apontam para dois lados diferentes e a verdade apenas será confirmada no terceiro volume, A Filha da Profecia

Vencedor do prémio Aurealis de 2000 para Melhor Romance de Fantasia, O Filho das Sombras é um livro que voltou a impressionar-me nesta releitura. Continua a ser um dos meus preferidos de sempre e recomendo-o, sem hesitações.

Outros livros de Juliet Marillier:


domingo, 18 de novembro de 2012

Entrevista a Sérgio Ferreira


Licenciado em Economia, Sérgio Ferreira alia a sua área de formação com a escrita. Autor de diversos artigos de opinião publicados em jornais locais, apresenta agora o seu primeiro livro, "Ao Encontro do Teu Silêncio", através da Corpos Editora.

Uma Biblioteca em Construção (U.B.C.) - Como surgiu o gosto pela escrita?
Sérgio Ferreira (S.F.) - Pela necessidade de insistir numa sociedade mais coerente e, por isso, consciente – sobretudo ao nível dos afectos e dos sentimentos, nomeadamente: o Amor.

U.B.C. - O que é que a escrita significa para si?
S.F. - Significa uma evasão ao quotidiano; um crescimento e desenvolvimento cultural; maior socialização.

U.B.C. - Quais são as suas características enquanto autor?
S.F. - Ênfase do Sentimento e dos sentimentos, do Ser Humano. Aprofundar e investigar o tema Amor.

(2012)
U.B.C. - Tem quantos trabalhos publicados? 
S.F. -  Sim, a presente obra “Ao encontro do teu silêncio” e artigos em jornais locais ( artigos de opinião).

U.B.C. - Que temas gosta de abordar nos seus trabalhos? 
S.F. - O maior dos Temas: o Amor.

U.B.C. - Qual a maior dificuldade que encontrou no processo criativo?  
S.F. -  A abordagem das personagens “eu” / “tu” sob a forma de monólogo.

U.B.C. - Pode contar-nos como foi a sua experiência no mundo editorial? 
S.F. -  Positiva e com valor grande recetividade. Reconheço eficácia, presença e divulgação.

U.B.C. - Qual é a sensação de ver o seu trabalho publicado e disponível para o público?  
S.F. - Como se quase atingisse o objectivo primordial: “tocar as estrelas, no céu”.

U.B.C. - Como é lidar com as críticas?  
S.F. - De modo construtivo: permitem-me evoluir e aprofundar-me enquanto ser humano; Um maior aprimoramento do meu autoconhecimento.

U.B.C. - Quais são as suas referências literárias? 
S.F. - Francisco Sá Carneiro; Nelson Mandela; Eça de Queirós; Miguel Torga; Vergílio Ferreira mas sobretudo Fernando Pessoa.

U.B.C. - Está, neste momento, a trabalhar em algum novo projeto? 
S.F. - Sim: tenho inúmeras letras que solicitam partilha imediata. Escrevo de forma exaustiva, tal como sinto; Novos livros me esperam – em fase de elaboração.

U.B.C. - Quais são os desejos para o futuro enquanto escritor? 
S.F. - Avaliar as minhas competências enquanto Ser Humano; adquirir conhecimentos sólidos, partilhá-los sob a forma de mensagem. Sobretudo alertar consciências; desabrochar para a falência dos sentimentos e da sede deles em sociedade. Ser mais e melhor. Sempre.

sábado, 17 de novembro de 2012

Opinião: A Profecia da Águia (Série da Águia #6)

Título original: The Eagle's Prophecy (2005)
Autor: Simon Scarrow
Tradutor: José Saraiva
ISBN:  9789896372408
Editora: Saída de Emergência  (2008)

Sinopse:

Estamos na primavera de 45 D.C. e os centuriões Macro e Cato, dispensados da segunda legião, encontram-se retidos em Roma a aguardar julgamento pelo envolvimento na morte de um oficial. Mas não é apenas o seu futuro que parece incerto... Piratas sanguinários capturaram três pergaminhos délficos que são absolutamente vitais para a segurança de Estado. Estes documentos têm de ser recuperados e os piratas destruídos.

Sabendo que Macro e Cato têm a coragem e o engenho para levarem a cabo uma missão dessas, o chefe dos serviços secretos imperiais faz-lhes uma proposta que não podem recusar. Infelizmente vão trabalhar às ordens de Vitélio, um velho inimigo que desprezam e de cuja fidelidade a Roma duvidam. Os três oficiais partem de Ravena na frota imperial, mas os piratas são avisados e infligem uma pesada derrota aos romanos. Em menor número, minados por rumores de traição e fragilizados pela inépcia de um Vitélio desesperado por se redimir, Macro e Cato vão ter de operar um verdadeiro milagre para salvar as suas vidas... e evitar a destruição do Império.

Opinião:

A Profecia da Águia marca uma reviravolta na série. Depois de termos acompanhado a vida e as aventuras de Macro e Cato nas legiões pela Germânia e Britânia, eis que os nossos heróis integram um grupo inesperado: a marinha romana.

É curioso, pois pouco se fala sobre a marinha desta civilização. Assim, o leitor fica a conhecer um pouco mais sobre os equipamentos, técnicas e modos de vida dos homens que combatiam nesta posição, o que revela ser uma lufada de ar fresco para a série. Quem não aprecia muito esta mudança é Macro e Cato: o primeiro detesta os fuzilieiros devido a problemas passados, o segundo tem um estômago sensível ao mar. O que tudo isto quer dizer? Muitos conflitos e peripécias que expõe a coragem das personagens e que propiciam ao leitor momentos mais divertidos.

Quem acompanha a série repara que não são feitas grandes alusões à mitologia da época. Contudo, isso muda um pouco com este livro, uma vez que a missão é motivada pela obtenção de uns pergaminhos délficos. Existem certas circunstâncias que exploram a crença das personagens, apesar de forma muito ténue,já que toda a escrita está voltada para a ação. Tenho pena que assim seja, pois gostaria de perceber até que ponto a religião está impregnada na vida dos protagonistas.

Os fãs de Macro vão adorar este volume que expõe e explora a vida passada do centurião. Surgem os motivos que podem ter despoletado a personalidade desta personagem, tudo inserido num ambiente que junta o dramatismo com a comicidade.

Este livro marca também o regresso de uma das personagens mais odiadas: Vitélio. O legado volta a mostrar uma dupla face, a colocar os heróis em perigo e, no final, deixa a ideia que a sua ambição o vai levar a medidas mais drásticas para a obtenção de poder nos próximos volumes.

Leitura simples, apesar dos novos conceitos, A Profecia da Águia continua a cumprir o que os volumes anteriores habituaram: uma leitura interessante, divertida e repleta de ação que se faz num ápice. Apesar de se tratar de um tema remoto a uma época passada a linguagem utilizada é atual, o que facilita o acesso à informação. Quem gostou dos volumes anteriores vai, com toda a certeza, apreciar este.

Outros livros de Simon Scarrow:
A Águia do Império (Série da Águia #1)
O Voo da Águia (Série da Águia #2)
As Garras da Águia (Série da Águia #3)
A Águia e os Lobos (Série da Águia #4)
A Águia de Sangue (Série da Águia #5)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Aquisições de Novembro (1)

Na Sombra da Vingança (A Irmandade da Adaga Negra #7), de J. R. Ward
Editora: Casa das Letras

Sinopse: Os romances da Irmandade da Adaga Negra, de J. R. Ward, apresentaram aos leitores um mundo diferente, criativo, obscuro, violento e completamente incrível. Agora, enquanto os guerreiros vampiros defendem a raça dos seus assassinos, a lealdade de um macho para com a Irmandade será posta à prova - e o seu perigoso sangue impuro será revelado. Caldwell, Nova Iorque, é, desde há muito, campo de batalha para vampiros e seus inimigos, a Sociedade dos Minguantes. É também o lugar onde Rehvenge demarcou o seu território como um barão da droga e proprietário de um infame clube noturno que fornece os ricos e bem armados. E é exatamente pela sua reputação sombria que ele é abordado para matar Wrath, o Rei Cego e líder da Irmandade. Rehvenge sempre manteve distância da Irmandade, apesar de a sua irmã ser casada com um dos membros. Por ele ser um symphath, a sua identidade representa um segredo mortal, cuja revelação pode levá-lo a ser banido para uma colónia de sociopatas. E enquanto as conspirações dentro e fora da Irmandade ameaçam revelar a verdade sobre Rehvenge, ele volta-se para a única luz que ilumina o seu mundo de escuridão cada vez mais profunda - Ehlena, uma vampira que nunca conheceu a corrupção que o controla - a única coisa que existe entre ele e a destruição eterna.

Ver opinião a este livro aqui.



The Walking Dead - A Ascensão do Governador, de Robert Kirkman e Jay Bonansinga

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: O que faria para sobreviver num mundo pós-apocalíptico? Até onde iria para preservar a sua vida?
No universo de “The Walking Dead” (uma admirável BD agora transformada numa premiada série de TV) não há maior vilão do que o Governador. Ele é o déspota que governa a cidade isolada de Woodbury e tem doentias noções de justiça: seja a forçar prisioneiros a combater zombies na arena para divertimento dos locais, seja a destroçar violentamente aqueles que o confrontam. O Governador é um vilão que tão cedo não se esquece e a sua história é uma das mais controversas que Robert Kirkman, criador de “The Walking Dead”, alguma vez concebeu. Agora, pela primeira vez, os fãs irão descobrir como é que o Governador se tornou neste homem implacável e aquilo que o levou a tais extremos

Ver opinião a este livro aqui.


Coração Envenenado, de S. B. Hayes
Editora: Civilização Editora

Sinopse: Quem é Genevieve? Que segredos esconde? Por que razão está tão determinada a destruir a vida de Katy? Para onde quer que Katy se vire, Genevieve está lá – na escola, com as amigas de Katy e, o pior de tudo, a tentar seduzir o novo e sexy namorado de Katy. Apesar de ser muito popular, Genevieve esconde uma faceta ameaçadora, uma faceta perigosa que só revela a Katy: Eu sou o teu pior pesadelo! 

Será que Genevieve é simplesmente uma rapariga que teve uma infância difícil? Ou será que esconde debaixo do seu encantador sorriso algo sinistro, algo sobrenatural? Um romance sobre as reviravoltas da amizade, do amor e da maldade que não vais conseguir parar de ler.


Ver opinião a este livro aqui. 


A Floresta Mecânica  - Os Variantes, de Robinson Wells
Editora: Planeta

Sinopse: Benson Fisher pensou que uma bolsa para frequentar a Academia Maxfield seria o seu passaporte para uma vida com futuro. Estava enganado. Agora, vive num colégio cercado por uma vedação de arame farpado. Um colégio onde câmaras de vigilância monitorizam todos os seus movimentos. Onde não há adultos. Onde os alunos se dividiram em grupos para sobreviver. Onde a punição por violar as regras é a morte. 
Mas, quando descobre, por acidente, o verdadeiro segredo do colégio, Benson percebe que cumprir as regras poderá trazer-lhe um destino pior do que a morte, e que a fuga - a sua única esperança de sobrevivência - talvez seja uma missão impossível.

Ver opinião a este livro aqui.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Programação do Fórum Fantástico 2012

Sexta, 23 de Novembro

15:00 – Abertura do FF2012.

15:30 – WorldCon 2014, Londres

Antevisão e projectos, apresentado por Rogério Ribeiro.

16:00 – Workshop de Escrita Criativa Fantástica Trëma (I)

Lançamento da iniciativa por Luís Filipe Silva e Rogério Ribeiro (coordenadores).

17:00 – Intervalo.

17:30 – Ilustração Fantástica

Painel e apresentações com Ana Gomes e Luís Melo.

18:00 – Criar SciFi

Painel e apresentações com António de Macedo, João Leitão, Filipe Homem Fonseca e João Alves.

*

Sábado, 24 de Novembro

11:00 – Workshop de Escrita Criativa Fantástica Trëma (II)

Com João Barreiros, Madalena Santos e Bruno Martins Soares.

12:30 – Intervalo.

14:20 – Lançamento Trëma

Estreia exclusiva da nova publicação Trëma (org. Rogério Ribeiro).

14:40 – Lançamento Lusitânia

Estreia exclusiva da nova publicação Lusitânia (org. Carlos Silva).

15:00 – Movimento Vaporpunk

Visão da primeira EuroSteamCon Porto (Set. 2012), e apresentação do Almanaque Steampunk, com Joana Lima, Sofia Romualdo, Rogério Ribeiro, Joana Maltez e André Nóbrega.

15:30 – Mitos e Fantasmas na ficção nacional

Painel com David Rebordão, Cláudio Jordão, Nélson Martins e Vanessa Fidalgo.

16:15 – O Conto do Vento

Exibição da curta-metragem premiada, de Cláudio Jordão e Nélson Martins.

16:30 – Intervalo

Com sessão de autógrafos.

17:00 – Sugestões de Livros e Jogos

Apresentação com João Barreiros, Artur Coelho e João Campos.

17:30 – À conversa com o Sr. Monstro

Lançamento exclusivo de “Sr. Monstro” (Ed. Contraponto), de Dan Wells, com a presença do autor.

18:00 – Lisboa no ano 2000, o retrofuturo electropunk

Lançamento exclusivo da antologia “Lisboa no ano 2000” (Ed. Saída de Emergência), organização de João Barreiros.

18:30 – Sessão de autógrafos.

*

Domingo, 25 de Novembro

11:00 – Workshop de Escrita Criativa Fantástica Trëma (III)

Com Dan Wells, Mário de Freitas e Luís Filipe Silva.

12:30 – Intervalo.

14:30 – Futuros Imperfeitos – Obras esquecidas da Ficção Científica Portuguesa do Séc. XX

Apresentação por Luís Filipe Silva.

15:00 – Cibercultura e Ficção.

Lançamento exclusivo da antologia de textos “Cibercultura e Ficção” (Ed. Documenta), organizada por Jorge Martins Rosa no âmbito do projecto “A Ficção e as Raízes da Cibercultura”.

15:30 – Ficções além-género

Painel com Afonso Cruz, Pedro Guilherme Moreira e João Morales (moderador).

16:30 – Intervalo

Com sessão de autógrafos.

17:00 – Banda-desenhada

Painel com Nuno Duarte, Joana Afonso, Jorge Oliveira e João Lameiras (moderador).

17:45 – Super-Heróis à Portuguesa

Painel com José de Matos-Cruz, Daniel Maia, João Leitão, Nuno Amado e Luís Filipe Silva.

18:30 – Capitão Falcão

A encerrar o FF2012, exibição do episódio-piloto de “Capitão Falcão”, de João Leitão.

*

Todos os dias: Durante o evento estará disponível uma Feira do Livro Fantástico, gerida pela livraria Dr. Kartoon, assim como uma banca da editora Saída de Emergência e uma banca de jogos da Runadrake.

Organização: Épica/Rogério Ribeiro/Safaa Dib/João Campos.

Aviso: O programa agora divulgado está sujeito a correcções e adições até ao evento.

Para mais informações, acedam ao blog do evento aqui.

Opinião: Sangue Quente

Título original: Warm Bodies (2010)
Autor: Isaac Marion
Tradutor: Susana Silva
ISBN: 9789896660659
Editora: Contraponto (2012)

Sinopse:
R. é um jovem em plena crise existencial. É um zombie. Numa América devastada pela guerra, pelo colapso da civilização e pela fome incontrolável de hordas de mortos-vivos, R. anseia por algo mais do que devorar sangue quente. Só consegue pronunciar alguns monossílabos guturais, mas a sua vida interior é rica e complexa, cheia de espanto pelo mundo que o rodeia e desejo de o compreender - bem como a si próprio. R. não tem memórias, não tem identidade e não tem pulsação - mas tem sonhos. 
Depois de um ataque, R devora o cérebro - e, com ele, as memórias - de um rapaz adolescente, e toma uma decisão inesperada: não devorar a jovem Julie, a namorada da sua vítima, e até protegê-la dos outros zombies. Começa então uma relação tensa mas estranhamente terna entre ambos. Julie traz cor e vivacidade à paisagem triste e cinzenta da semi-vida de R. e a sua decisão de proteger Julie pode até trazer de volta à vida um mundo marcado pela morte.
 Opinião:

“Estou morto, mas não é assim tão mau. Aprendi a viver com isso. Lamento não poder apresentar-me como deve ser, mas já não tenho nome. Quase nenhum de nós tem.”

Isaac Marion apresenta Sangue Quente um romance que revela uma sociedade condenada por uma misteriosa praga, ou algo semelhante, que aniquilou a civilização, o que levou a que os poucos seres humanos existentes se dividissem em duas fações: Vivos e Mortos.

R é a personagem principal da trama e toda a narrativa é contada na sua perspetiva. R é um Morto ou um zombie, o que torna tudo muito mais interessante. R não se lembra da vida anterior àquela condição. Tem apenas alguns vislumbres de quem poderia ter sido e apoia-se na sua indumentária para dar fundamento a algumas teorias.  


Em Sangue Quente, o leitor segue a existência de um ser que nunca perdeu a esperança de se encontrar, apesar de tal não parecer fácil e até mesmo possível. R é ingénuo, corajoso e cativante, apesar de tal não parecer possível para descrever um zombie. A relação que estabelece com os outros Mortos é bastante interessante, na medida em que tenta alcançar alguma consciência naquela parte. A partir do momento que encontra Julie, assiste-se a uma evolução gradual da sua personalidade e dos seus intuitos. Julie é uma heroína com uma história trágica, mas dona de uma grande força de vontade, vitalidade e capacidade de arriscar, o que agradará os leitores.

As constantes reflexões e questionamentos da personagem principal podem ser o grande atrativo da obra, mas também podem aborrecer alguns leitores que procuram mais do que uma viagem interior onde algumas ideias são constantemente repetitivas.

A facilidade com que algumas situações são resolvidas é um dos principais pontos fracos, assim como a nula justificação para grandes acontecimentos, tais como o início do fim da civilização tal como a conhecemos, apesar de não ser intensão do autor dar qualquer explicação para esse facto. A exploração dos sentimentos das personagens por não ser do agrado dos fãs de zombies mais tradicionais, mas, em contrapartida, pode ser uma característica que vai agradar a todos os que gostam de ler aventuras de amores jovens e ingénuos.

A linguagem utilizada é bastante acessível e as ilustrações retiradas do famoso livro Anatomia de Gray dão um toque especial à obra em cada início de capítulo.

Sangue Quente é um livro indicado para quem aprecia romances improváveis inseridos dentro de tramas que nos fazem construir imagens quase cinematográficas, repletas de reflexões sobre a condição humana.a mim, não me marco particularmente, tendo sido apenas um meio para passar momentos desontraídos.


Nota: A adaptação cinematográfica de Sangue Quente deverá chegar aos cinemas portugueses em fevereiro de 2013. O filme conta com Nicholas Hoult e Teresa Palmer nos principais papéis.