domingo, 25 de novembro de 2012

Opinião: Aprendiz de Assassino (A Saga do Assassino #1)

Título original: The Farseer: Assassin's Apprentice (1995)
Autor: Robin Hobb
Tradutor:  Orlando Moreira
ISBN: 9789896370640
Editora: Saída de Emergência (2009)

Sinopse:

O jovem Fitz é filho bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e cresce na corte do Rei Sagaz. Marginalizado por todos, o rapaz refugia-se nos estábulos reais, mas cedo o seu sangue revela o Talento mágico e, por ordens do rei, é secretamente iniciado nas temidas artes do assassino. Quando salteadores bárbaros atacam as costas, Fitz enfrenta a sua primeira e perigosa missão que o lançará num ninho de intrigas. E embora alguns o encarem como uma ameaça ao trono, talvez ele seja a chave para a sobrevivência do reino. 

Com uma narrativa povoada de encantamentos, heroísmo e desonra, paixão e aventura, o Aprendiz de Assassino inicia um das séries mais bem-amadas da fantasia épica.

Opinião:

Aprendiz de Assassino é o início de uma saga que vai fazer as delícias de quem gosta de leitura fantástica épica inserida num ambiente medieval. Neste volume, Robin Hobb apresenta os primeiros anos de vida de um protagonista que promete marcar: Fitz. Bastardo de um dos príncipes reais, Fitz é abandonado na corte, onde é criado à margem. O leitor acompanha o percurso de um jovem que conta na primeira pessoa a sua história. Fitz é desprezado, mas o seu sangue confere-lhe talentos maravilhosos e perigosos.

Afinal, Fitz possui o Talento, capacidade rara relacionada com a mente que torna o seu portador poderoso. Para melhor dominar este dom, o jovem torna-se pupilo de Breu, um homem misterioso que vive entre as paredes do castelo, sendo considerado mais lenda do que realidade. Deste modo, o leitor entra no seio de uma grande conspiração, onde homens são treinados para matar, de modo a garantir a subsistência do Reino. E se é com interesse que vemos o domínio do Talento por parte do nosso herói e aprendiz de assassino, é com um misto de temor e encanto que o vemos a esconder a posse da Manha. Afinal, a Manha é uma capacidade considerada maldita, uma vez que os seus portadores acabam por sucumbir aos instintos animais em detrimento da racionalidade humana. Este facto vai fazer com que a narrativa possua alguns momentos mais revoltantes para o leitor, nomeadamente naqueles que não toleram actos de crueldade contra animais.

O leitor depressa fica agarrado à história deste jovem, que é mais poderoso e perigoso do que aparenta. Desde cedo que muitos vão ver nele um inimigo a abater, e é graças a improváveis e surpreendentes aliados que ele vai conseguir desenvolver as suas artes. Falo por exemplo de Breu, um tutor que pode parecer ambíguo, mas que tem uma grande história para contar, ou de Castro, um homem humilde mas de coração nobre.

De modo a melhor dar a entender as verdadeiras motivações de algumas personagens, Robin Hobb presenteou-as com nomes que estão directamente ligados às suas personalidades. Este é o caso de  Rei Sagaz, Príncipe Veracidade, Príncipe Majestoso ou Dama Paciência. Um indicador da força que um nome pode ter e relevância do processo de nomear.

Por ser o primeiro volume de uma saga, a narrativa possui alguns momentos mais parados, dedicados à descrição de personagens ou à explicação de elementos e circunstâncias essenciais para a compreensão deste novo mundo. Contudo, existem também ocasiões de muita ação que agarram o leitor e deixam adivinhar que o ritmo dos próximos volumes será mais acelerado.

Aprendiz de Assassino é um livro que introduz um mundo cativante, através da voz de um jovem que se faz homem ao longo da narrativa. Pode não ser o livro mais forte da saga, mas é o início de uma aventura que já prendeu leitores em todo o mundo. Os fãs de fantasia não vão querer perder esta leitura.

Sem comentários: