quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Opinião: Evernight (Evernight #1)

Autor: Claudia Gray
Título Original: Evernight (2008)
Tradução: Ângelo Santana
ISBN: 9789896571214
Editora: Planeta (2010)

Sinopse:

A Bianca quer fugir.
Foi arrancada à sua pequena terra natal e inscrita na Academia Evernight, um sinistro colégio interno gótico onde os estudantes são estranhamente demasiado perfeitos: inteligentes, requintados e quase predadores. Bianca sabe que este mundo não é o seu.
Depois, conhece o Lucas. Tal como ela, não se enquadra em Evernight, e gosta que assim seja. Lucas ignora as regras, faz frente aos snobes e diz a Bianca que tem de ter cuidado – mesmo quando se trata de gostar dele. Mas a ligação que une a Bianca e o Lucas não pode ser negada. Ela correrá qualquer risco para estar com o Lucas, mas segredos obscuros estão destinados a separá-los… e a levar a Bianca a questionar tudo aquilo em que sempre acreditou.

Opinião:

Li Evernight em 2010, ano em que foi publicado em Portugal, e fui adquirindo os volumes que lhe seguiram. Ia pegar em Sangue Gelado, o segundo livro desta série, quando reparei que já não me recordava do primeiro. Não me lembrava das personagens, da história, do que tinha gostado e do que não me tinha agradado. Solução para isso? Voltar a ler Evernight.

Logo nas primeiras páginas comecei a perceber a razão de ter adiado durante tanto tempo a leitura do segundo volume desta série. Evernight é um livro sobrenatural urbano, cuja história facilmente pode ser confundida com muitas outras que surgiram após a "febre Crepúsculo". A trama gira à volta de uma adolescente que se apaixona louca e totalmente por um rapaz misterioso. E claro, existem vampiros versão light (sabem, daqueles que são amorosos e não bebem o sangue de qualquer um).

Bianca é a personagem principal. Não me senti cativada por ela. A nível de personalidade, Bianca não tem nada que a distinga de tantas outras protagonistas deste tipo de histórias. É insegura, sente-se diferente de todos os outros, tem dificuldades de integração, é inteligente, sem sentido de humor, responsável, supostamente mais madura do que seria esperado para a sua idade... Enfim, um pãozinho sem sal. Por diversos momentos, Bianca tentava evidenciar-se entre as outras personagens como dona da razão, o que acabava por me chatear, afinal ela é apenas uma miúda enquanto todos os outros eram adultos ou então seres com mais idade e experiência.

Como é normal neste tipo de trama, existe um amor avassalador que acaba por ser o centro de tudo. Aqui, o par sensação é composto por Bianca e Lucas. Eu não consegui perceber a ligação entre os dois, pois tudo me pareceu forçado e sem fundamento. Entendo que tenha existido atracção, mas não a paixão que rompe todas as barreiras e os faz ir contra tudo o que são e sempre acreditaram. Lucas, tal como Bianca, não me cativou. Ele é como ela, mas em versão masculina. Como podem ver, um par bastante aborrecido.

As restantes personagens também me chatearam, muito devido à ignorância que demonstravam. Não entendi a razão de algumas daquelas figuras estarem numa escola privada em regime de internato. A autora tenta explicar com o facto de eles quererem atualizar-se, mas vamos lá a ser sinceros: quem é tendo mais de 200 anos se vai meter de livre e espontânea vontade num colegio para ser tratado como um miúdo? E quando não estão no colégio, vivem eles num buraco para não conhecerem as evoluções do mundo? Isto não fez qualquer sentido na minha cabeça, o que é pena, já que é uma das bases do cenário criado por Claudia Gray.

Mas felizmente não existem apenas aspectos negativos. Existiram algumas coisas que me agradaram. Foram poucas, mas existiram. Achei bastante interessante a reviravolta que a narrativa sofre a meio. A autora consegue contar a história de duas formas diferentes e manter as duas versões ligadas. Até certo ponto, tudo é visto de uma forma, e de um momento para a outro, a nossa visão muda mas sem colocar em causa o que ficou para trás. Também foi possível perceber que existe algo mais forte atrás desta história, mas tal ainda não foi revelado, o que é pena.

Contudo, os aspectos positivos não são o suficiente para salvar esta história com tantas falhas e que deixa tanto por entender (Porque mudaram as regras da Academia de um momento para o outro? Porque haveria alguém de querer estudar lá? Como fazem a divisão dos alunos "especiais" dos restantes nas matérias lecionadas? Qual o objectivo da Cruz Negra?). Evernight é um livro que deixou muito a desejar e esta releitura fez-me perceber que esqueci da história por ela não ser boa. Provavelmente vou pegar nos volumes que se seguem a este, mas apenas porque já os tenho.

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