Título Original: Merlin - The Lost Years (1996)
Autor: T. A. Barron
Tradução: Rita Figueiredo
ISBN: 9789722354493
Editora: Editorial Presença (2015)
Sinopse:
Antes de ser Merlin, ele era apenas um menino, sem terra, sem memória, sem nome. Um mar tempestuoso lançara-o para as costas escarpadas do país de Gales, juntamente com uma mulher de extraordinária beleza que dizia ser sua mãe. Cinco anos mais tarde, estão a viver juntos numa aldeia, mas o rapaz sonha descobrir a verdade sobre si próprio e sobre os seus estranhos poderes, e parte em busca das suas origens. Chega a uma ilha, Fincarya, que se assemelha ao paraíso na Terra, mas rapidamente se apercebe de que uma entidade maléfica, em conluio com o rei da ilha, Stangmar, ameaça destruí-la. Sem saber que Fincarya é a sua terra e Stangmar seu pai, o jovem empenha-se na salvação da ilha e do seu povo e, com a ajuda de um grupo de novos amigos – um pequeno falcão; Rhia, uma rapariga que fala com as árvores; e Shim, um gigante que tem o tamanho de um anão -, tenta entrar no castelo rodopiante do rei, enfrentando perigos inimagináveis. Aventura, tesouros, criaturas mirabolantes, florestas frondosas, castelos em ruínas e muita magia num épico fantástico que nos revela os anos de juventude daquele que estava destinado a ser o maior mago de todos os tempos –Merlin!
Opinião:
Merlin é uma figura incontornável do nosso imaginário. O feiticeiro das lendas do Rei Artur sempre foi objecto de interesse por escritores, historiadores ou sonhadores, o que faz com que exista um vasto leque de ideias sobre a sua vida, feitos e até mesmo existência. T. A. Barron conta, numa nota inicial deste livro, que sente um grande fascínio por Merlin. Contudo o autor reparou que os relatos acerca da infância do feiticeiro eram escassos, quase inexistentes, o que o levou a querer explorar esse lado. O resultado é Merlin - Os Anos Perdidos, o primeiro volume de uma saga que se debruça sobre os primeiros anos de vida desta figura.
Este é um livro destinado a um público mais jovem, mas, graças a uma trama apelativa, personagens genuínas e seres impressionantes, também consegue agarrar os leitores mais experientes. A primeira ideia com que se fica ao pegar nesta leitura é a de que há um grande mistério por resolver. A identidade e origem do jovem protagonista é um assunto constante ao longo destas páginas. E se é verdade que nós, leitores, sabemos mais do que o jovem rapaz, também é verdade que o interesse sobre a resolução destas questões aumenta com o decorrer da leitura.
O protagonista é um rapaz novo que nos cativa primeiro pelas grandes dificuldades que vive. As suas inseguranças, questões e até mesmo necessidade de pertença a um grupo podem levar facilmente à identificação pelo leitor. Mais tarde, ficamos também impressionados pela sua coragem, pela forma como ultrapassa dificuldades tão grandes, pelo modo que reprimi uma parte de si pela protecção do próximo ou pela sua devoção a outras figuras. Percebe-se que é uma personagem em construção e com muito espaço para evoluir.
Quanto a outras figuras que me tenham cativado, destaco Branwen pela sua devoção e sofrimento silencioso, Rhia por transmitir pureza e uma sabedoria incomum e Shim pelos momentos divertidos que proporciona. O grande vilão desta trama não se mostra completamente, mas ainda assim revela ser um forte e temível oponente. A manipulação, engano e corrupção parecem ser as suas maiores armas, o que acaba por colocar a dúvida sobre onde está o grande mal.
O desenrolar da trama é feito com rapidez. Não existe tempo para grandes paragens e os percalços são ultrapassados imediatamente, o que transmite a ideia de que os obstáculos são fáceis de superar. A resolução final está dentro do que era esperado, e até mesmo algumas revelações já tinham sido adivinhadas em páginas anteriores, o que retira o efeito surpresa pretendido. Assim sendo, esta não é uma obra que faça o leitor mais experiente puxar pela cabeça ou sentir surpreendido, acabando sim por ser uma leitura leve e divertida.
Os muitos seres que surgem na mítica ilha Fincayra estimulam a imaginação e a sua apresentação é sempre curiosa. Contudo, existe pouco aprofundamento sobre quem eles são e nós ficamos apenas com uma ideia superficial quando desejamos algo mais complexo. Devo ainda acrescentar que gostei muito do mapa da ilha devido às notas sugestivas que apresenta.
Este é o primeiro livro de uma saga que conta com cinco volumes. Contudo, ao ler o primeiro, reparei que o autor preocupou-se em fechar alguns dos aspectos principais da trama. É verdade que fica muito em aberto, mas percebe-se que cada livro será uma aventura individual e, por isso, ler um volume poderá não implicar ler os outros, o que é bom para o leitor que quer experimentar ou para os fãs que querem seguir a trama sem sentir que existem grandes interrupções entre livros.
Merlin- Os Anos Perdidos, é um livro que nos dá uma versão bonita sobre a juventude do grande feiticeiro. É uma verdadeira história de autoconhecimento, que nos tenta explicar as origens de uma das figuras mais complexas e misteriosas do nosso imaginário, mitologia ou história. Uma leitura que estimula a imaginação e que abre a vontade para continuar a acompanhar Merlin nos seus anos de infância e juventude.
Para mais informações sobre Merlin - Os Anos Perdidos, consultem o site da Editorial Presença, aqui.
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