sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Opinião: Vírus Mortal (Maze Runner #0.5)

Título Original: The Maze Runner - The Prequel 1:The Kill Order (2012)
Autor: James Dashner
Tradução: Marta Mendonça
ISBN: 9789722356848
Editora: Editorial Presença (2015)

Sinopse:

Antes de a CRUEL existir, de a Clareira ser construída e de Thomas ter entrado no Labirinto, os fulgores do Sol atingiram a Terra, arrasando o planeta e dizimando grande parte da humanidade. Mark e Trina estão entre os sobreviventes que agora lutam por uma existência em condições precárias nas pequenas comunidades que se formaram nas montanhas. Mas se eles achavam que a situação em que se encontravam não podia piorar, estavam enganados. Um inimigo surge, infetando a população com um vírus altamente contagioso e mortal…

Opinião:

Ao longo da leitura da trilogia "Maze Runner", quis sempre perceber o que tinha acontecido para o mundo descrito ser tão diferente do nosso. A certo ponto percebi que tudo começou com os fulgores solares, mas que foi uma doença provocada por um vírus que deixou a humanidade em risco de extinção. Mas isso não bastou. Afinal, como surgiu tal vírus? Como é que as pessoas reagiram quando tudo começou a mudar? Como perceberam qual poderia ser a solução? James Dashner decidiu dar explicação a tudo isto e escreveu Vírus Mortal.

O prólogo desta obra está diretamente associado com a trilogia, uma vez que acompanha o ponto de vista de uma personagem já nossa conhecida. Contudo, esse é o único momento em que tal acontece. Todo o livro apresenta figuras completamente novas. Confesso que isso fez com que, ao início, me tivesse custado um pouco a deixar-me envolver pelo enredo. Penso que tal aconteceu por estar demasiado presa a Thomas, Minho, Newt e restantes personagens da trilogia e por me ser difícil imaginar este universo sem eles. Contudo, com o avançar da narrativa acabei por dar por mim agarrada ao livro. Penso que tal aconteceu pelos boa sequência de acontecimentos e pela ligação que surgiu com as personagens.

Toda a narrativa acompanha Mark. À semelhança de Thomas, também ele é jovem, leal aos amigos e determinado em encontrar algo melhor para todos. Contudo, Mark é também movido pelos sentimentos que tem relativamente a Trina, uma rapariga que conhece desde o caos que se instalou. A relação deles é de grande amizade e por vezes sugere algo mais. As personalidades de ambos não são propriamente originais, mas as situações em que eles se envolvem e as respostas que dão isso acabam por gerar interesse sobre eles.

Do grupo a que Mark pertence, a figura que mais me cativou foi Alec. Ele já é um homem de uma certa idade, um ex-combatente, o que dá mais maduro a esta saga. Ele transmite sabedoria, experiência, bondade, e deixa adivinhar que já passou por muito. É alguém que é capaz de colocar um bem maior à frente dos seus próprios sentimentos. E percebe-se que é também graças a ele que muitos males são evitados.

A trama começa no momento em que o vírus se começa a manifestar numa comunidade. Não estava à espera da forma como tudo aconteceu, e fiquei surpreendida por os efeitos descritos não serem iguais aos que surgem na trilogia. Percebe-se assim que esta é uma praga em evolução. A forma lenta e dolorosa como a loucura se vai apoderando dos infetados conseguiu fazer-me sentir revolta, repulsa e pena. Tudo é apresentado de forma desconcertante e existem momentos que são verdadeiramente assustadores.

E enquanto os habitantes do Labirinto não tinham memórias, já este grupo tem um passado feliz que acabou por ser desfeito. Isto faz com que, ao mesmo tempo que acompanhamos a aventura presente, nos sejam dadas a conhecer as suas recordações. Como tal, ficamos com uma visão do choque inicial provocado por uma grande onda de destruição e morte. Além disso, é possível ter uma ideia de como os humanos sobreviventes conseguiram escapar às radiações e calor excessivo e a todas as consequências destes dois fatores.

A narrativa é muito rápida, o que proporciona uma leitura que avança a ritmo acelerado. Existe sempre algo novo a acontecer que leva as personagens a agirem. Porém, tal também faz com que existam momentos um pouco mais confusos, que carecem de maior descrição ou explicação. Mas o resultado final é um livro que completa bem a história de "Maze Runner" e que marca pela diferença. Deixem-me ainda salientar que gostei muito de uma revelação final.

As personagens podem não ser tão interessantes quanto a das trilogia e este acaba por ser um livro que surge mais na necessidade de dar respostas, contudo, acredito que os fãs da trilogia vão gostar deste livro.

Outras opiniões a livros de James Dashner:
Maze Runner - Correr ou Morrer (Maze Runner #1)
Maze Runner - Provas de Fogo (Maze Runner #2)
Maze Runner - A Cura Mortal (Maze Runner #3)


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