Título Original: Golden Son (2015)
Autor: Pierce Brown
Tradução: Miguel Romeira
ISBN: 9789722357654
Editora: Editorial Presença (2016)
Sinopse:
Nascido Vermelho, Darrow trabalhava nas minas de Marte, suportando a dureza do trabalho enquanto sonhava com um mundo mais justo, uma sociedade livre da intriga e dos jogos de poder. Os Dourados, que escravizam e oprimem os restantes, só podem ser derrotados por uma rebelião das castas. Mas para que tal aconteça foi necessário que Darrow se tornasse num Dourado e, uma vez infiltrado, promovesse a revolta. Neste tão esperado segundo volume da trilogia Alvorada Vermelha, Darrow, agora um Dourado, vê-se confrontado com novos desafios. O seu sucesso atrai inimigos terríveis que usam a intriga e a política como arma. Porém, Darrow está determinado a defender o amor e a justiça, ideais seguidos por Eo, apesar de se saber rodeado por adversários sem escrúpulos que pretendem eliminá-lo.
Opinião:
Se querem ler um livro de ficção científica que tem um ritmo alucinante, muitas cenas de ação, personagens complexas e faz sentir um misto de esperança e perigo ao longo de toda a leitura, então O Filho Dourado é a escolha certa. Acreditem, existem fortes motivos para esta obra ter ganho o título de Melhor Livro de Ficção Científica 2015 pelo Goodreads.
Logo ao abrir o livro, existe índices que nos ajudam a recordar este mundo, a sua organização e as suas personagens, o que é muito útil. Assim sendo, quando a leitura começa, a nossa memória já está avivada e conseguimos entrar mais facilmente na trama. Um dos aspetos que reparei logo ao início é que este livro possui um cenário muito maior do que aquele que surgia em Alvorada Vermelha (opinião aqui), o primeiro volume da trilogia. Enquanto nesse existia uma visão mais restrita de certos locais, como as minas ou o campo onde aconteceu o torneio, agora viajamos pelo espaço e diferentes planetas. Além disso, antes tudo não passava de um jogo. Era mortal, sim, mas ainda assim um jogo entre jovens que estavam minimamente equiparados. Agora existe um combate que alia poderes bélicos, políticos e económicos, havendo muito mais a perder e também a ganhar.
Darrow, o protagonista. possui os mesmo ideais mas está diferente. Os maiores objetivos deste rapaz vermelho que se faz passar por dourado permanecem inalterados, mas nota-se que luta com mais garra, além de que possui uma determinação e confiança mais acesa. Tal é fruto de tudo o que passou para se tornar um líder capaz de levar a cabo uma revolução. Gosto do facto de ele ser focado e ainda assim sentir empatia pelos que são mais fracos. Contudo, em diversos momentos achei-o ingénuo e não sei se ainda seria esperado.
Nós já sabemos que Darrow esconde um grande segredo, e que, por isso, usa várias máscaras, dependendo das pessoas com quem está. Porém, desta vez Pierce Brown mostrou que as outras personagens também podem não estar a revelar quem verdadeiramente são e quais são as intenções que têm. Como tal, existem muitas figuras que nos surpreendem, quer seja por bons como por maus motivos. Isto leva-nos a ficar desconfiados e a temer quando o protagonista se apoia demasiado em alguém que podemos não ver com bons olhos.
Entre as figuras secundárias, gosto de Mustang pelo que representa, mas não sei se desta vez a química que existe entre ela e Darrow foi bem transmitida. Sevro conquistou-me, mais uma vez, e em muitos momentos é uma lufada de ar fresco. Esperava ter visto mais de Cassius, mas percebo o motivo para tal não ter acontecido. O Chacal nunca deixou de me causar repulsa. Gostei muito de conhecer Ragnar e Orion, acredito que são duas figuras que vão dar que falar no próximo volume, pois acabam por representar pessoas que rompem com o que é esperado das cores que representam, algo que dá força à luta de Ares.
Este é um livro com muitos momentos de ação, o que ajuda a que o ritmo da leitura seja rápido. Porém, certos momentos podem não estar bem explicados. Curiosamente, entre cada uma destas cenas, surgem muitas reflexões do protagonista que justificam a evolução a que estamos a assistir. As que mais gostei estão relacionadas com o facto de muitas vezes entendermos os outros de uma forma superior àquele que eles são devido aos sentimentos que nutrimos por eles, e ainda uma outra que está associada ao facto de termos de dar um pouco de nós para recebermos a confiança dos que nos rodeiam em troca. Mensagens importantes para a obra e que fazem o leitor transportá-las para a sua própria vida.
A inspiração em Roma Antiga é uma constante nesta leitura e o autor consegue ligar muito bem esta época história com uma trama futurista. O final, desta vez, deixou-me bem surpreendida e com imensa vontade de pegar no último volume da trilogia. Tenho algumas ideias do que poderá vir a acontecer, mas nem consigo adivinhar a forma como Pierce Brown irá dar a volta à situação que criou. Mais uma vez fiquei rendida à escrita e imaginação do autor. Mal posso esperar para saber o final que ele está a preparar!
Outras opiniões a livros de Pierce Brown:
Alvorada Vermelha (Trilogia Red Rising #1)
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domingo, 28 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 27 de março de 2015
Opinião: Alvorada Vermelha (Trilogia Red Rising #1)
Título Original: Red Rising (2014)
Autor: Pierce Brown
Tradução: Miguel Romeira
ISBN: 9789722354929
Editora: Editorial Presença (2015)
Sinopse:
"Alvorada Vermelha" é o primeiro volume de uma trilogia que tem tudo para conquistar a legião de fãs de "Os Jogos da Fome". Passa-se numa altura em que a humanidade começou a colonizar outros planetas, como Marte. Darrow é um jovem de 19 anos que pertence à casta mais baixa da Sociedade, os Vermelhos, uma comunidade que vive e trabalha no subsolo marciano com a missão de preparar a superfície do planeta para que futuras gerações de humanos possam lá viver. No entanto, em breve Darrow irá descobrir que ele e os seus companheiros foram enganados pelas castas superiores. Inspirado pelo desejo de justiça, Darrow irá sacrificar tudo para se infiltrar na casta dos Dourados… e aniquilá-los! Vingança, guerra e luta pelo poder num romance de estreia empolgante.
Opinião:
Primeiro volume de uma distopia direccionada para os leitores jovens-adultos, Alvorada Vermelha foi o livro que venceu o prémio Goodreads Choice 2014. Como tal, foi com curiosidade que li a sinopse desta obra, ainda sem saber quando iria ser publicada em Portugal. Felizmente, a Editorial Presença tratou de trazer esta história rapidamente para Portugal.
Foi possível reparar que estava perante uma história diferente desde a primeira página. A ideia de uma sociedade a viver no subsolo de Marte está bem conseguida, apesar de não se explicar como a primeira geração daqueles homens e mulheres foi lá parar. As dificuldades por que passam, a forma de controlo e segurança, os trabalhos executados, as carências e a união entre grupos fazem todo o sentido. É esta a primeira impressão que se tem deste universo, e esta é dada por Darrow.
Darrow não foi um protagonista que me tenha conseguido conquistar imediatamente. Ele é tão duro, impulsivo, teimoso, jovem e estranhamento submisso que, numa primeira fase, não gostei dele. Contudo, com o passar das páginas, percebi que essas mesmas características fazem dele humano. O desenrolar da acção leva-o a adoptar atitudes inesperadas que acabam por gerar empatia. Numa outra fase da trama, ele surge alterado por uma dor maior do que se poderia imaginar. É aí que tudo muda para ele, e também foi aí que foi possível perceber que este mundo é muito mais complexo do que aparentava.
Tal como já vem sendo habitual em distopias, a sociedade está dividida por hierarquias. Os vermelhos estão na base desta organização, o que significa que são uma espécie de escravos. No extremo da hierarquia existem os Dourados, senhores superiores que dominam tudo e todos. Estas duas "castas" são as que são mais exploradas neste volume. É impressionante ver as discrepâncias entre ambas, mas também é possível perceber que o autor se inspirou na nossa história, o que acaba por ser o mais chocante. Os Vermelhos vivem na ignorância, quase como os seres da escuridão na Alegoria da Caverna. Os Dourados são vistos como seres superiores, a lembrar a questão da raça ariana. É possível ficar com ideia sobre os restantes estratos, mas existiram alguns sobre os quais gostaria de vir a saber mais.
A certo ponto, existe uma clara inspiração na sociedade romana. É aí que a leitura se transforma em algo novo e inesperado. Darrow terá de ultrapassar uma série de provas que se revelam mais duras do que seria esperado. Nesta fase, gostei da componente estratégica e da ideia de que é na vida que se aprende a liderar. Percebe-se que há erros que são facilmente cometidos e que o pior dos seres humanos vem ao de cima quando existe um sentimento de impunidade. Contudo, também se constata que é em momentos de tensão que se formam alianças fortes e verdadeiras amizades. Fica a ideia de que os estratos sociais não são responsáveis pela natureza de cada um.
O enredo é tão cativante que li o livro avidamente. O final não me surpreendeu, mas fiquei com imensa vontade de continuar a acompanhar a trilogia, pois sinto que qualquer coisa pode acontecer nos próximos livros. Contudo, também verifiquei alguns aspectos que não me agradaram tanto. Falo por exemplo da sensação de sentir que a obra está dividida em duas partes distintas. Esta diferença não existe só pelos locais e circunstâncias diferentes, mas sobretudo pelas alterações de personalidade verificadas no protagonista. Entendo que ele tinha de modificar alguns aspectos, mas por vezes senti que o protagonista da primeira parte do livro não era o mesmo protagonista da segunda parte. Também senti que alguns dos esquemas apresentados correram demasiado bem quando esperava maiores obstáculos, e que os primeiros capítulos são mais fortes do que os últimos.
Enquanto lia, dei por mim a receber emoções muito fortes de determinadas personagens e admito que fiquei chocada (no bom sentido!) com o desfecho de algumas delas. Pierce Brown revela ser um autor jovem mas que é dono de uma grande imaginação e de um enorme talento para a escrita. Quero muito continuar a explorar este universo que mostra que existem características da humanidade que não se alteram, nem mesmo com a conquista do outros planetas. "Golden Son", o próximo volume, já foi publicado lá fora e agora resta esperar que também o seja por terras lusas.
Autor: Pierce Brown
Tradução: Miguel Romeira
ISBN: 9789722354929
Editora: Editorial Presença (2015)
Sinopse:
"Alvorada Vermelha" é o primeiro volume de uma trilogia que tem tudo para conquistar a legião de fãs de "Os Jogos da Fome". Passa-se numa altura em que a humanidade começou a colonizar outros planetas, como Marte. Darrow é um jovem de 19 anos que pertence à casta mais baixa da Sociedade, os Vermelhos, uma comunidade que vive e trabalha no subsolo marciano com a missão de preparar a superfície do planeta para que futuras gerações de humanos possam lá viver. No entanto, em breve Darrow irá descobrir que ele e os seus companheiros foram enganados pelas castas superiores. Inspirado pelo desejo de justiça, Darrow irá sacrificar tudo para se infiltrar na casta dos Dourados… e aniquilá-los! Vingança, guerra e luta pelo poder num romance de estreia empolgante.
Opinião:
Primeiro volume de uma distopia direccionada para os leitores jovens-adultos, Alvorada Vermelha foi o livro que venceu o prémio Goodreads Choice 2014. Como tal, foi com curiosidade que li a sinopse desta obra, ainda sem saber quando iria ser publicada em Portugal. Felizmente, a Editorial Presença tratou de trazer esta história rapidamente para Portugal.
Foi possível reparar que estava perante uma história diferente desde a primeira página. A ideia de uma sociedade a viver no subsolo de Marte está bem conseguida, apesar de não se explicar como a primeira geração daqueles homens e mulheres foi lá parar. As dificuldades por que passam, a forma de controlo e segurança, os trabalhos executados, as carências e a união entre grupos fazem todo o sentido. É esta a primeira impressão que se tem deste universo, e esta é dada por Darrow.
Darrow não foi um protagonista que me tenha conseguido conquistar imediatamente. Ele é tão duro, impulsivo, teimoso, jovem e estranhamento submisso que, numa primeira fase, não gostei dele. Contudo, com o passar das páginas, percebi que essas mesmas características fazem dele humano. O desenrolar da acção leva-o a adoptar atitudes inesperadas que acabam por gerar empatia. Numa outra fase da trama, ele surge alterado por uma dor maior do que se poderia imaginar. É aí que tudo muda para ele, e também foi aí que foi possível perceber que este mundo é muito mais complexo do que aparentava.
Tal como já vem sendo habitual em distopias, a sociedade está dividida por hierarquias. Os vermelhos estão na base desta organização, o que significa que são uma espécie de escravos. No extremo da hierarquia existem os Dourados, senhores superiores que dominam tudo e todos. Estas duas "castas" são as que são mais exploradas neste volume. É impressionante ver as discrepâncias entre ambas, mas também é possível perceber que o autor se inspirou na nossa história, o que acaba por ser o mais chocante. Os Vermelhos vivem na ignorância, quase como os seres da escuridão na Alegoria da Caverna. Os Dourados são vistos como seres superiores, a lembrar a questão da raça ariana. É possível ficar com ideia sobre os restantes estratos, mas existiram alguns sobre os quais gostaria de vir a saber mais.
A certo ponto, existe uma clara inspiração na sociedade romana. É aí que a leitura se transforma em algo novo e inesperado. Darrow terá de ultrapassar uma série de provas que se revelam mais duras do que seria esperado. Nesta fase, gostei da componente estratégica e da ideia de que é na vida que se aprende a liderar. Percebe-se que há erros que são facilmente cometidos e que o pior dos seres humanos vem ao de cima quando existe um sentimento de impunidade. Contudo, também se constata que é em momentos de tensão que se formam alianças fortes e verdadeiras amizades. Fica a ideia de que os estratos sociais não são responsáveis pela natureza de cada um.
O enredo é tão cativante que li o livro avidamente. O final não me surpreendeu, mas fiquei com imensa vontade de continuar a acompanhar a trilogia, pois sinto que qualquer coisa pode acontecer nos próximos livros. Contudo, também verifiquei alguns aspectos que não me agradaram tanto. Falo por exemplo da sensação de sentir que a obra está dividida em duas partes distintas. Esta diferença não existe só pelos locais e circunstâncias diferentes, mas sobretudo pelas alterações de personalidade verificadas no protagonista. Entendo que ele tinha de modificar alguns aspectos, mas por vezes senti que o protagonista da primeira parte do livro não era o mesmo protagonista da segunda parte. Também senti que alguns dos esquemas apresentados correram demasiado bem quando esperava maiores obstáculos, e que os primeiros capítulos são mais fortes do que os últimos.
Enquanto lia, dei por mim a receber emoções muito fortes de determinadas personagens e admito que fiquei chocada (no bom sentido!) com o desfecho de algumas delas. Pierce Brown revela ser um autor jovem mas que é dono de uma grande imaginação e de um enorme talento para a escrita. Quero muito continuar a explorar este universo que mostra que existem características da humanidade que não se alteram, nem mesmo com a conquista do outros planetas. "Golden Son", o próximo volume, já foi publicado lá fora e agora resta esperar que também o seja por terras lusas.
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