domingo, 28 de fevereiro de 2016

Opinião: O Filho Dourado (Trilogia Red Rising #2)

Título Original: Golden Son (2015)
Autor: Pierce Brown
Tradução: Miguel Romeira
ISBN: 9789722357654
Editora: Editorial Presença (2016)

Sinopse:

Nascido Vermelho, Darrow trabalhava nas minas de Marte, suportando a dureza do trabalho enquanto sonhava com um mundo mais justo, uma sociedade livre da intriga e dos jogos de poder. Os Dourados, que escravizam e oprimem os restantes, só podem ser derrotados por uma rebelião das castas. Mas para que tal aconteça foi necessário que Darrow se tornasse num Dourado e, uma vez infiltrado, promovesse a revolta. Neste tão esperado segundo volume da trilogia Alvorada Vermelha, Darrow, agora um Dourado, vê-se confrontado com novos desafios. O seu sucesso atrai inimigos terríveis que usam a intriga e a política como arma. Porém, Darrow está determinado a defender o amor e a justiça, ideais seguidos por Eo, apesar de se saber rodeado por adversários sem escrúpulos que pretendem eliminá-lo.

Opinião:

Se querem ler um livro de ficção científica que tem um ritmo alucinante, muitas cenas de ação, personagens complexas e faz sentir um misto de esperança e perigo ao longo de toda a leitura, então O Filho Dourado é a escolha certa. Acreditem, existem fortes motivos para esta obra ter ganho o título de Melhor Livro de Ficção Científica 2015 pelo Goodreads.

Logo ao abrir o livro, existe índices que nos ajudam a recordar este mundo, a sua organização e as suas personagens, o que é muito útil. Assim sendo, quando a leitura começa, a nossa memória já está avivada e conseguimos entrar mais facilmente na trama. Um dos aspetos que reparei logo ao início é que este livro possui um cenário muito maior do que aquele que surgia em Alvorada Vermelha (opinião aqui), o primeiro volume da trilogia. Enquanto nesse existia uma visão mais restrita de certos locais, como as minas ou o campo onde aconteceu o torneio, agora viajamos pelo espaço e diferentes planetas.  Além disso, antes tudo não passava de um jogo. Era mortal, sim, mas ainda assim um jogo entre jovens que estavam minimamente equiparados. Agora existe um combate que alia poderes bélicos, políticos e económicos, havendo muito mais a perder e também a ganhar.

Darrow, o protagonista. possui os mesmo ideais mas está diferente. Os maiores objetivos deste rapaz vermelho que se faz passar por dourado permanecem inalterados, mas nota-se que luta com mais garra, além de que possui uma determinação e confiança mais acesa. Tal é fruto de tudo o que passou para se tornar um líder capaz de levar a cabo uma revolução. Gosto do facto de ele ser focado e ainda assim sentir empatia pelos que são mais fracos. Contudo, em diversos momentos achei-o ingénuo e não sei se ainda seria esperado.

Nós já sabemos que Darrow esconde um grande segredo, e que, por isso, usa várias máscaras, dependendo das pessoas com quem está. Porém, desta vez Pierce Brown mostrou que as outras personagens também podem não estar a revelar quem verdadeiramente são e quais são as intenções que têm. Como tal, existem muitas figuras que nos surpreendem, quer seja por bons como por maus motivos. Isto leva-nos a ficar desconfiados e a temer quando o protagonista se apoia demasiado em alguém que podemos não ver com bons olhos.

Entre as figuras secundárias, gosto de Mustang pelo que representa, mas não sei se desta vez a química que existe entre ela e Darrow foi bem transmitida. Sevro conquistou-me, mais uma vez, e em muitos momentos é uma lufada de ar fresco. Esperava ter visto mais de Cassius, mas percebo o motivo para tal não ter acontecido. O Chacal nunca deixou de me causar repulsa. Gostei muito de conhecer Ragnar e Orion, acredito que são duas figuras que vão dar que falar no próximo volume, pois acabam por representar pessoas que rompem com o que é esperado das cores que representam, algo que dá força à luta de Ares.

Este é um livro com muitos momentos de ação, o que ajuda a que o ritmo da leitura seja rápido. Porém, certos momentos podem não estar bem explicados. Curiosamente, entre cada uma destas cenas, surgem muitas reflexões do protagonista que justificam a evolução a que estamos a assistir. As que mais gostei estão relacionadas com o facto de muitas vezes entendermos os outros de uma forma superior àquele que eles são devido aos sentimentos que nutrimos por eles, e ainda uma outra que está associada ao facto de termos de dar um pouco de nós para recebermos a confiança dos que nos rodeiam em troca. Mensagens importantes para a obra e que fazem o leitor transportá-las para a sua própria vida.

A inspiração em Roma Antiga é uma constante nesta leitura e o autor consegue ligar muito bem esta época história com uma trama futurista. O final, desta vez, deixou-me bem surpreendida e com imensa vontade de pegar no último volume da trilogia. Tenho algumas ideias do que poderá vir a acontecer, mas nem consigo adivinhar a forma como Pierce Brown irá dar a volta à situação que criou. Mais uma vez fiquei rendida à escrita e imaginação do autor. Mal posso esperar para saber o final que ele está a preparar!

Outras opiniões a livros de Pierce Brown:
Alvorada Vermelha (Trilogia Red Rising #1)

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