Título original: Wayward (2013)
Autor: Blake Crouch
Tradução: Isabel Veríssimo
ISBN: 9789898775405
Editora: Suma de Letras (2015)
Sinopse:
Aninhada entre montanhas perfeitas, a idílica cidade de Wayward Pines é um paraíso... se esquecermos a vedação electrificada e o arame farpado, os franco-atiradores que vigiam tudo permanentemente e a vigilância atenta que detecta cada palavra e cada gesto. Ethan Burke viu o mundo do outro lado. Ele é o xerife da comunidade e um dos poucos que conhecem a verdade.
Opinião:
Tendo terminado a leitura de Wayward Pines - Revolta, o segundo livro da trilogia de autoria de Blake Crouch, percebo que o primeiro volume foi apenas uma introdução. Afinal, os desenvolvimentos e a ação só começam com este livro.
Já sabendo o que é Wayward Pines, é agora altura de saber o que Ethan Burke irá fazer com essa informação. Se no primeiro livro não achei que ele se destaca-se, sendo sim absorvido pela narrativa, desta vez tiva uma percepção oposta. Burke é o agente de mudança. Gostei de ter acesso aos seus dilemas, pois foi através deles que comecei a perceber quais eram os seus valores. A busca pela verdade, a crença na bondade nos outros e a vontade de partilhar com os outros os seus conhecimentos acaba por ser o que mais marca esta personagem.
E se Burke parece ser uma figura que representa valores nobres, existe uma outra personagem que revela uma faceta completamente diferente. Refiro-me a Pilcher, um cientista que gera diversos sentimentos no leitor. As suas atitudes, decisões e palavras podem-nos deixar um pouco de pé atrás, mas não há como não admirar toda a sua visão e trabalho. Contudo, certas revelações fazem-nos perceber que este era um homem que poderia ter boas intenções, mas que acabou por as executar de uma forma condenável. Além disso, Pilcher faz pensar em limites e se realmente deveremos estar dispostos a tudo para atingir um fim ou aquilo que acreditamos ser um bem maior.
Mais uma vez, dei por mim a desconfiar de todas as personagens que habitam esta cidade. O facto de se tratar de uma sociedade de vigilância faz com que as figuras não consigam demonstrar quem realmente são, ficando sempre a dúvida sobre as verdadeiras intenções ou motivações de todos. Aqui, destaco Theresa, a mulher de Burke, e Kate, uma ex-colega e amante. Ambas dão-nos visões diferentes sobre esta trama. Também fiquei bastante intrigada com as atitudes do filho de Burke.
A forma como a narrativa evolui está muito bem conseguida. Ao início, percebe-se que Burke tem a vontade de zelar pela paz e segurança de todos, mas o desejo de libertar aquela sociedade da opressão é cada vez mais forte. O enigma de um assassinato é o pretexto para o protagonista procurar entender melhor os seus vizinhos e, mais uma vez, tentar perceber o que desencadeou um ato tão violento. O ritmo começa a aumentar até chegar às últimas páginas, onde decisões drásticas são tomadas e tudo muda.
Tal como aconteceu com o fim da leitura do primeiro volume, também Wayward Pines - Revolta faz com que exista uma grande vontade de pegar imediatamente no derradeiro livro desta trilogia. Se o autor já me tinha conqusitado, agora deixou-me ainda mais envolvida e com vontade de perceber que fim está destinado a todas as personagens desta aventura.
Opinião a outros livros de Blake Crouch:
Wayward Pines - Paraíso (Wayward Pines #1)
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