Título Original: El Palacio de la Medianoche (1994)
Autor: Carlos Ruiz Záfon
Tradução: Maria do Carmo Abreu
ISBN: 9789896573881
Editora: Planeta (2013)
Sinopse:
Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo
semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio.
Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de
uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror
que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas
que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer
dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e
mortífero mistério da história da cidade dos palácios.
Opinião:
Apesar de ser apresentado como o segundo volume de uma
trilogia, O Palácio da Meia-Noite é um volume que pode ser lido como
stand-alone. Afinal, os três livros não estão ligados pela história, mas sim
pelos elementos de terror e pelo facto de ser destinado a um público juvenil.
Neste volume, o leitor viaja até Calcutá. A narrativa é
iniciada em clima de perseguição, no qual um tenente inglês tenta, a todo o
custo, salvar a vida a dois bebés. Apesar dos perseguidores nunca surgirem, o
leitor sente o clima de ameaça eminente. O britânico consegue alcançar o seu
objectivo a troco da sua vida.
Anos mais tarde, é possível perceber no que se tornaram
aquelas crianças e o porquê de as suas vidas estarem a ser ameaçadas desde que
nasceram. A trama, narrada por um dos melhores amigos do protagonista,
acompanha esta descoberta do passado e o confronto com o terror que leva a
viver com medo há 16 anos.
À semelhança do que aconteceu com O Príncipe da Neblina, as
personagens principais são jovens. O fato de terem crescido num orfanato
leva-os a desenvolver um sentido forte de irmandade, aliado aos valores do
companheirismo e lealdade. É interessante ver como cada um destes jovens é
dotado de características e vocações distintas, mas fica a necessidade de ver
estas personalidades mais aprofundadas. No final, é curioso ver o destino de
cada um, uma forma de o autor alertar para a dureza da vida real.
A intriga está construída de uma forma interessante, uma vez
que, com o desenrolar da história principal se vai também descobrindo o
passado. Esta exposição está bem conseguida, pois feita de forma gradual, leva
a que certos aspectos só sejam desvendados no momento certo. Desta forma, só no
final é que o leitor pode ter a certeza do que realmente desencadeou o terror.
Contudo, a identidade do vilão é demasiado perceptível. O jogo de palavras
usado pelo autor não engana, o que pode acabar por desmotivar o leitor.
A descrição do ambiente está demasiado centrada na tensão e
perigo e não tanto no local onde tudo se passa. Isto faz com que, por vezes, o
leitor se esqueça que está na Índia, parecendo muitas vezes que tudo se
assemelha a uma zona mais pobre de um país europeu. Porém, é evidente, desde o
início, que se está perante uma história de fantasmas, onde o lado mais obscuro
do ser humano é o catalisador de sofrimento.
O Palácio da Meia-Noite é um livro de leitura rápida que
proporciona momentos agradáveis a “jovens dos dos 9 aos 99”, citando palavras
do autor.
O Príncipe da Neblina (Trilogia da Neblina #1)
Sem comentários:
Enviar um comentário