quarta-feira, 29 de maio de 2013

Opinião: O Mago – A Filha do Império (Saga do Império #1)

Título Original: Daughter of the Empire (1987)
Autor: Raymond E. Feist e Janny Wurts
Tradução: José Remelhe e Rui Azevedo
ISBN: 9789896374945
Editora: Saída de Emergência (2013)

Sinopse:

Mara era apenas o membro mais novo de uma família nobre. Nunca esperou que a súbita e chocante morte do irmão e do pai pudessem trazer-lhe tamanha responsabilidade. Apesar do seu sofrimento, cabe-lhe a tarefa de vestir os mantos da liderança e enfrentar as dificuldades. Mas embora inexperiente na arte política, Mara terá de recorrer a toda a sua força e coragem, inteligência e astúcia, para sobreviver no Jogo do Conselho, recuperar a honra da Casa dos Acoma e assegurar o futuro da sua família. Rapidamente se apercebe de que a traição e os inimigos da família quase levaram a sua Casa à aniquilação completa. Todas as esperanças estão depositadas numa única mulher: uma rapariga que terá de crescer rapidamente e aprender um jogo perigoso, onde não há tempo para errar…

Opinião:

O Mago – A Filha do Império é o primeiro volume da saga do Império de autoria de Raymond E. Feist e Janny Wurts.

Mara é a protagonista desta trama. Jovem nobre que cresceu afastada dos assuntos políticos, torna-se subitamente responsável por governar a Casa dos Acoma quando o pai e o irmão morrem. Apesar de viver esta mudança de vida com grande sofrimento, Mara está disposta a tudo para vingar a morte da sua família e recuperar a honra da sua Casa, mas essa não é uma tarefa fácil para uma jovem mulher num mundo dominado por homens.

É com estranheza e até alguma lentidão que o leitor entra no mundo de Kelewan. Este é um universo completamente novo e com inúmeras influências do oriente medieval. Contudo, quando finalmente estes novos conceitos e ideias são apreendidos, inicia-se uma leitura frenética e repleta de surpresas.

Mara é uma protagonista cativante e dotada das características necessárias para fazer girar uma trama em seu torno. Apesar da sua tenra idade, possui uma atitude de líder que, aliada aos seus estratagemas inteligentes, conquista a lealdade de aliados preciosos.

Os planos que são criados cativam a leitura, pois mudam por completo o rumo dos acontecimentos e alteram constantemente a forma de o leitor ver a narrativa. Mara coloca-se inúmeras vezes em risco, e é essa entrega que faz com que tudo aconteça de forma mais intensa e imprevisível.

Existem certas circunstâncias que, inicialmente, podem custar ao leitor entender, nomeadamente quando a protagonista parece entregar-se a relações abusivas, mas a finalidade de tal, quando desvendada, causa espanto e admiração.

É curioso ver as diferentes visões que o leitor possui desta protagonista. A sua complexidade faz com que seja observada de diferentes modos pelas personagens, sendo-lhe atribuídas as características de inteligente, estratega, honrosa e manipuladora consoante os casos, mas quando Mara é observada com maior intimidade, revela-se uma pessoa magoada, sofredora, altruísta e bondosa.

Apesar de a trama ser passada num mundo ficcional, os elementos fantásticos são escassos, surgindo mais na apresentação dos Cho-ja, uma espécie nova inspirada nas abelhas e no surgimento fugaz de magos, em referência a tramas anteriores de Feist.

A colaboração entre Feist e Wurts revelou-se uma boa surpresa, repleta de intrigas e personagens equilibradas. Uma série que vai agradar os fãs de George R. R. Martin, Robin Hobb e Patrick Rothfuss.

2 comentários:

Fiacha disse...

Olá,

Já li boas referências a este livro e há quem o considere o melhor do Feist, acabei por compra-lo recentemente e conto ler em breve.

Penso ser um livro mais "politico" com jogos de corte, pelo menos é a ideia que tenho.

Gostei do teu comentário, mas o livro seguinte que vou ler é mesmo o da Jacqueline Carey :D

Bjs

Cláudia disse...

Os jogos de poder estão muito interessantes. Vais gostar :)