segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Opinião: A Rainha Suprema (As Brumas de Avalon #2)

Título original: The High Queen – The Mists of Avalon (1984)
Autor: Marion Zimmer Bradley
Tradutor: Maria Dulce Teles de Menezes  
ISBN: 9789896374228

Editora: Edições Saída de Emergência (2012)

Sinopse:

A misteriosa Morgaine é meia-irmã de Artur e grã-sacerdotisa da brumosa Avalon, terra encantada onde o verdadeiro conhecimento é preservado para os vindouros. Para Morgaine existe um objetivo fundamental: afastar a Bretanha da nova religião que vê a mulher como portadora do pecado original. A bela rainha Gwenhwyfar jurou fidelidade ao rei Artur, o Rei Supremo, mas não consegue esquecer a paixão que sente por Lancelot, exímio cavaleiro e melhor amigo de Artur. Quando o seu dever de concebe um herdeiro para o trono falha, Gwenhwyfar convence-se de que é vítima de um castigo divino e entrega-se de corpo e alma à religião de Cristo. As hostilidades aumentam inevitavelmente entre ambas as mulheres que detém o poder em Avalon e Camelot. Conseguirá Artur conciliar dois mundos antagonistas sob os estandartes reais e resistir aos Saxões? Se Morgaine tudo fará para proteger a sua herança matriarcal e desafiar a nova religião que cresce, já Gwenhwyfar não hesitará em persuadir Artur a trair os seus juramentos…

Opinião:


Neste volume, para além da visão pagã das figuras femininas, o leitor tem acesso à ideologia contrária através da Rainha Suprema, personagem que ganha grande destaque neste volume. Assim, surge uma reflexão sobre a temática religiosa, sendo interessante verificar a preocupação da autora em demonstrar posições de compreensão e intolerância tanto no lado cristão como no lado pagão.

Surge também uma consideração sobre o valor do símbolo para o Homem, que precisa de ver as suas crenças refletidas no que é material, de modo a dar sustentabilidade e segurança na tomada de ações.
As personagens femininas voltam a surgir como um dos pontos fortes da obra de Marion Zimmer Bradley, na medida de que são dotadas de fortes convicções, o que lhes fornece um carácter mais humano e faz ainda refletir sobre o verdadeiro poder da mulher em sociedades patriarcais.

É dado um grande enfoque à posição feminina numa época de transição, mas também à forma como cada uma destas personagens observa a sua condição. Enquanto Morgaine se sente abençoada, Gwenhwyfar garante que é inferior aos homens por ser herdeira do pecado original e, por isso, apenas conseguir alcançar a salvação através de uma conduta irrepreensível. Também se revela surpreendente a revelação de Igraine quanto às suas escolhas de vida.

A Edições Saída de Emergência voltam a apresentar uma edição possuidora de uma imagem atrativa e cuidada, mas com algumas gralhas nos textos. Em alguns momentos sente-se que as frases não ficaram completas e, nos primeiros capítulos, chegou a haver uma troca entre os nomes de Morgaine e Morgause.

A emotividade e os sentimentos fortes continuam bem patentes neste livro que, provavelmente, irá ser uma leitura mais apreciada por um público feminino, devido aos conteúdos que apresenta. Uma trama surpreendente que vem questionar alguns conceitos predefinidos. Para ler e ser relido.

Outras opiniões a livros de Marion Zimmer Bradley:
A Senhora da Magia (As Brumas de Avalon #1)

2 comentários:

Fiacha disse...

Olá,

Já li à uns bons anos e devo dizer que foi uma saga que me fez ter gosto pela leitura e que adorei.

Mesmo não pertencendo ao publico feminino :P não deixei de adorar a saga e recomendo a todos, muito bom mesmo :)

Pena isso das gralhas, afinal o custo de um livro inclui uma boa revisão e tradução claro, penso que não se pode imputar culpas á Editora, mas que compete-lhes chamar a atenção de quem fez o trabalho :)

Bjs

Cláudia disse...

É mesmo uma saga de valor. Já a li duas vezes e é impressionante como se fazem sempre reflexões diferentes.

Beijinho