Título Original: Emperor of Thorns (2013)
Autor: Mark Lawrence
Tradução: Renato Carreira
ISBN: 9789898855046
Editora: TopSeller (2017)
Sinopse:
Um rei em busca da vingança.
Com apenas vinte anos de idade, o príncipe tornou-se o Rei Jorg Ancrath, rei de sete nações, conhecido em todo o Império. Mas os planos de vingança que tem para o seu pai ainda não estão completos. Jorg tem de conseguir o impossível: tornar-se imperador.
Um império sem imperador há cem anos.
Esta é uma batalha desconhecida para o jovem rei, habituado a conquistar tudo pela espada. De quatro em quatro anos, os governantes dos cem reinos fragmentados do Império Arruinado reúnem-se na capital, Vyene, para o Congresso, um período de tréguas durante o qual elegem um novo imperador. Mas há cem anos, desde a morte do último regente, que nenhum candidato consegue assegurar a maioria necessária.
Um adversário temível e desconhecido.
Pelo caminho, o Rei Jorg vai enfrentar um adversário diferente de todos os outros, um necromante como o Império nunca viu, uma figura ainda mais odiada e temida do que ele: o Rei dos Mortos.
Opinião:
Este é o último livro da Trilogia dos Espinhos. Em Imperador dos Espinhos, ficamos a conhecer de que forma Jorg vai lutar para alcançar os seus maiores objectivos: vingar-se do pai e tornar-se no imperador, só para provar a todos de que é capaz de fazer o que bem entender. Se nos livros anteriores fiquei impressionada com a construção e desenvolvimento desta figura, posso desde já desvendar que a evolução de Jorg continua e que Mark Lawrence guardou muitas cartas na manga para terminar em grande esta aventura.
A narrativa principal é contada no ponto de vista de Jorg. Desta forma o autor mostra como trabalha a mente deste protagonista de índole tão duvidosa. É curioso constatar o seu egoísmo, mesmo quando parece estar a fazer algo pelos outros, mais o mais atraente é perceber como as suas estratégias são delineadas. Graças aos livros anteriores, já esperamos que sejam usados métodos pouco convencionais ou dignos para que Jorg consiga obter aquilo que quer, mas não deixa de ser intrigante ver que novos esquemas ele vai colocar em prática.
Após um certo acontecimento, é possível perceber uma certa mudança em Jorg, que acaba por criar maior empatia e por levá-lo num caminho que sugere redenção. Digo apenas sugere, pois tal acabará por ficar ao critério de cada leitor. Ainda assim, é curioso ver o caminho que ele percorre e a forma como teme tornar-se na pessoa que mais odeia. Desta forma, as fragilidades do protagonista ficam latentes.
Existem ainda capítulos referentes a acção que decorre no passado, o que acabam por fornecer informações relevantes para entender o que está a acontecer no presente. Aqui, o que mais me chamou a atenção foi o facto de o autor voltar a dar a ideia de que esta é uma trama que se passa no futuro, havendo por isso a presença de tecnologia avançada. Curiosamente, estes conhecimentos técnicos acabam por parecerem misturados com magia. Existe ainda uma série de capítulos que mostram o ponto de vista de outra personagem e, desta forma, um outro lado da trama e um perigo que se aproxima.
Conforme a leitura vai decorrendo, é possível perceber que se está a aproximar um momento marcante. Apesar de todas estas pistas, nada me levou a adivinhar as reviravoltas que o autor tinha preparado para o desfecho desta grande aventura. A conclusão foi verdadeiramente inesperada. O destino dado a Jorg, os motivos para tal e o confronto final fizeram todo o sentido e fazem com que esta personagem dificilmente desapareça da memória.
Imperador dos Espinhos encerra esta trilogia com chave de ouro. Mark Lawrence manteve-se fiel ao tom da obra e às características do protagonista que criou e ainda conseguiu surpreender com um desfecho inesperado. Acredito que os leitores que ficaram cativados com os primeiros livros vão apoiar as decisões do autor. Esta trilogia foi encerrada com um livro forte.
Outras opiniões a livros de Mark Lawrence:
Príncipe dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #1)
Rei dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #2)
Mostrar mensagens com a etiqueta Mark Lawrence. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mark Lawrence. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 17 de abril de 2017
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Opinião: Rei dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #2)
Título Original: King of Thorns (2012)
Autor: Mark Lawrence
Tradução: Renato Carreira
ISBN: 9789898849502
Editora: TopSeller (2016)
Sinopse:
Será que o anti-herói mais maquiavélico de sempre vai conseguir reunir os recursos e as forças necessárias para enfrentar uma batalha que parece invencível? O Príncipe Jorg Ancrath jurou vingar a morte da mãe e do irmão, brutalmente assassinados quando ele tinha apenas 9 anos. Jorg cresce na ânsia de saciar o seu desejo de vingança e de poder, e, ao fim de quatro anos, cumpre a promessa que fez — mata o assassino, o Conde de Renar, e toma-lhe o trono. Aos 18 anos, Jorg luta agora por manter o seu reino, e prepara-se para enfrentar o inimigo poderoso que avança em direção ao seu castelo. Jorg sempre conquistou os seus objetivos matando, mutilando e destruindo sem hesitar, e agora não pretende vencer a batalha de forma justa, mas sim recorrendo aos mais terríveis segredos.
Opinião:
Depois de ter ficado rendida ao primeiro volume da Trilogia dos Espinhos, Príncipe dos Espinhos (opinião aqui), foi com grande expectativa que iniciei a leitura do segundo livro. Em Rei dos Espinhos, a narrativa apresenta algumas mudanças. Logo no início reparamos que existe um salto temporal de alguns anos, mas, ao mesmo tempo, existe uma outra linha de ação que apresenta acontecimentos anteriores.
Ao existirem das linhas temporais, por vezes senti que estava a acompanhar duas tramas diferentes apesar das personagens serem as mesmas. É que, ao início, parecem ser poucos os pontos que ligam diretamente estes narrativas, sendo que uma acaba por parecer ter uma ação mais rápida e longa e a outra acabar por ficar quase que travada numa batalha que, apesar muito relevante, não desperta tanto interesse imediato. Ao início, parecem existir alguns novos elementos que não fazem grande sentido, mas é curioso verificar que, com o avançar da leitura, tudo vai sendo explicado e que estes acabam por explicar alguns pontos da outra linha de ação.
A leitura provoca interesse, mas não é rápida o fácil. Existem muitos dados novos, alguns que não são logo explicados, que me fizeram ficar com dúvidas sobre alguns aspetos ou a não perceber imediatamente o que estava a acontecer. Isto também surge no que toca aos companheiros de Jorg, uma vez que, num certo ponto, tive dificuldades em diferenciar alguns deles, não só devido ao facto de alguns nomes serem muito semelhantes como também por causa das personalidades que lhes foram concedidas. Porém, mais perto do final, esta sensação quase que desaparece.
Não consigo deixar de ficar impressionada com Jorg, especialmente no que toca ao funcionamento da sua mente no que toca à criação de estratégias. Este protagonista é odioso, sim, mas só se o imaginarmos enquanto alguém real. Ao analisá-lo como personagem, fico impressionada com as várias nuances da sua personalidade e pela forma como ele analisa tudo o que o rodeia e ainda consegue mover os acontecimentos e as pessoas em seu benefício e favor. Existem muitos momentos em que tudo parece perdido e, de repente, Jorg consegue mudar completamente a situação e ainda fazermos acreditar que tal faz sentido e poderia acontecer.
É dado destaque a outras figuras que me chamaram a atenção. Existe um herdeiro que é apresentado como o oposto de Jorg, uma vez que se trata de um homem de honra e de valores nobres. Quando este homem é devidamente apresentado, dei por mim a pensar nos motivos pelos quais não conseguia ficar do seu lado. Talvez isto se deva ao facto de o autor tentar dar-nos a conhecer o lado humano do protagonista, que tem um passado sofredor e ainda consegue apresentar vestígios de compaixão, tal como voltou a ficar demonstrado neste livro. A presença de Katherine também volta a ser relevante para a evolução do protagonista e a mera existência de Sageous é o suficiente para provocar Jorg.
O mundo negro volta a ser uma grande atrativo desta leitura. Não são necessárias descrições longas para a minha mente criar imediatamente cenários lúgubres, tais como castelos frios, escuros e poderosos, apesar do luxo, ou caminhos sem vestígios de vida e com paisagens de ruínas e destruição. Tudo isto sente-se enquanto estamos a acompanhar a história. Desta vez, fiquei impressionada com o cenário de um vulcão, o frenesim e o desespero de uma batalha e a assombração de uma casa.
Percebe-se que Rei dos Espinhos é um livro intermédio, sem início introdutório ou um fim conclusivo. Porém, é um volume relevante não só para o desenvolvimento da trama como para a evolução das personagens. É bom ver que os elementos negros persistem, mas confesso que esperava que a trama me impressionasse mais. Fico agora a aguardar pelo volume final desta trilogia para saber como tudo vai terminar.
Opiniões a outros livros de Mark Lawrence:
Príncipe dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #1)
Autor: Mark Lawrence
Tradução: Renato Carreira
ISBN: 9789898849502
Editora: TopSeller (2016)
Sinopse:
Será que o anti-herói mais maquiavélico de sempre vai conseguir reunir os recursos e as forças necessárias para enfrentar uma batalha que parece invencível? O Príncipe Jorg Ancrath jurou vingar a morte da mãe e do irmão, brutalmente assassinados quando ele tinha apenas 9 anos. Jorg cresce na ânsia de saciar o seu desejo de vingança e de poder, e, ao fim de quatro anos, cumpre a promessa que fez — mata o assassino, o Conde de Renar, e toma-lhe o trono. Aos 18 anos, Jorg luta agora por manter o seu reino, e prepara-se para enfrentar o inimigo poderoso que avança em direção ao seu castelo. Jorg sempre conquistou os seus objetivos matando, mutilando e destruindo sem hesitar, e agora não pretende vencer a batalha de forma justa, mas sim recorrendo aos mais terríveis segredos.
Opinião:
Depois de ter ficado rendida ao primeiro volume da Trilogia dos Espinhos, Príncipe dos Espinhos (opinião aqui), foi com grande expectativa que iniciei a leitura do segundo livro. Em Rei dos Espinhos, a narrativa apresenta algumas mudanças. Logo no início reparamos que existe um salto temporal de alguns anos, mas, ao mesmo tempo, existe uma outra linha de ação que apresenta acontecimentos anteriores.
Ao existirem das linhas temporais, por vezes senti que estava a acompanhar duas tramas diferentes apesar das personagens serem as mesmas. É que, ao início, parecem ser poucos os pontos que ligam diretamente estes narrativas, sendo que uma acaba por parecer ter uma ação mais rápida e longa e a outra acabar por ficar quase que travada numa batalha que, apesar muito relevante, não desperta tanto interesse imediato. Ao início, parecem existir alguns novos elementos que não fazem grande sentido, mas é curioso verificar que, com o avançar da leitura, tudo vai sendo explicado e que estes acabam por explicar alguns pontos da outra linha de ação.
A leitura provoca interesse, mas não é rápida o fácil. Existem muitos dados novos, alguns que não são logo explicados, que me fizeram ficar com dúvidas sobre alguns aspetos ou a não perceber imediatamente o que estava a acontecer. Isto também surge no que toca aos companheiros de Jorg, uma vez que, num certo ponto, tive dificuldades em diferenciar alguns deles, não só devido ao facto de alguns nomes serem muito semelhantes como também por causa das personalidades que lhes foram concedidas. Porém, mais perto do final, esta sensação quase que desaparece.
Não consigo deixar de ficar impressionada com Jorg, especialmente no que toca ao funcionamento da sua mente no que toca à criação de estratégias. Este protagonista é odioso, sim, mas só se o imaginarmos enquanto alguém real. Ao analisá-lo como personagem, fico impressionada com as várias nuances da sua personalidade e pela forma como ele analisa tudo o que o rodeia e ainda consegue mover os acontecimentos e as pessoas em seu benefício e favor. Existem muitos momentos em que tudo parece perdido e, de repente, Jorg consegue mudar completamente a situação e ainda fazermos acreditar que tal faz sentido e poderia acontecer.
É dado destaque a outras figuras que me chamaram a atenção. Existe um herdeiro que é apresentado como o oposto de Jorg, uma vez que se trata de um homem de honra e de valores nobres. Quando este homem é devidamente apresentado, dei por mim a pensar nos motivos pelos quais não conseguia ficar do seu lado. Talvez isto se deva ao facto de o autor tentar dar-nos a conhecer o lado humano do protagonista, que tem um passado sofredor e ainda consegue apresentar vestígios de compaixão, tal como voltou a ficar demonstrado neste livro. A presença de Katherine também volta a ser relevante para a evolução do protagonista e a mera existência de Sageous é o suficiente para provocar Jorg.
O mundo negro volta a ser uma grande atrativo desta leitura. Não são necessárias descrições longas para a minha mente criar imediatamente cenários lúgubres, tais como castelos frios, escuros e poderosos, apesar do luxo, ou caminhos sem vestígios de vida e com paisagens de ruínas e destruição. Tudo isto sente-se enquanto estamos a acompanhar a história. Desta vez, fiquei impressionada com o cenário de um vulcão, o frenesim e o desespero de uma batalha e a assombração de uma casa.
Percebe-se que Rei dos Espinhos é um livro intermédio, sem início introdutório ou um fim conclusivo. Porém, é um volume relevante não só para o desenvolvimento da trama como para a evolução das personagens. É bom ver que os elementos negros persistem, mas confesso que esperava que a trama me impressionasse mais. Fico agora a aguardar pelo volume final desta trilogia para saber como tudo vai terminar.
Opiniões a outros livros de Mark Lawrence:
Príncipe dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #1)
domingo, 5 de junho de 2016
Opinião: Príncipe dos Espinhos (Trilogia dos Espinhos #1)
Título Original: Prince of Thorns (2012)
Autor: Mark Lawrence
Tradução: Renato Carreira
ISBN: 9789898839664
Editora: TopSeller (2016)
Sinopse:
Com apenas 9 anos, numa emboscada planeada pelo inimigo para erradicar a descendência real, o príncipe Jorg Ancrath é atirado para dentro de um espinheiro, onde fica preso, com espinhos cravados na sua carne, a ver, impotente, a mãe e o irmão mais novo a serem brutalmente assassinados. De alma destruída, sedento de sangue e de vingança, Jorg foge da sua vida luxuosa e junta-se a um bando de criminosos e mercenários, a quem passa a chamar de irmãos. Na sua mente há apenas um pensamento, matar o Conde de Renar, o responsável pelas mortes da mãe e do irmão, pelas suas cicatrizes e pela sua alma vazia. Ao longo de quatro anos, Jorg cresce no seio de batalhas sangrentas, amadurece em guerras impiedosas, torna-se um guerreiro cruel e vai ganhando o respeito dos seus irmãos até que se torna o seu líder. Agora, um reencontro vai levá-lo de volta ao castelo onde cresceu e ao pai que abandonou. O que vai encontrar não é o mesmo sítio idílico de que se lembra, mas o príncipe que agora retorna também não é mais a inocente criança de outrora, é o Príncipe dos Espinhos.
Opinião:
Fiquei tão feliz e entusiasmada com a chegada da Trilogia dos Espinhos a Portugal que, assim que consegui ter o primeiro volume nas mãos, tive de começar a ler. Príncipe dos Espinhos pode inserir-se no género dark fantasy e apresenta-nos a história de um jovem que tem uma mente fria, calculista e perversa. Ou seja, alguém impressionante para se conhecer nas páginas de um livro, mas com quem não queremos cruzar na vida real.
O protagonista desta obra é Jorg. Porém, e pelo que escrevi anteriormente, ele está longe, muito longe, de ser considerado um herói. Jorg poderia muito bem estar do outro lado da trama, ser o vilão que um herói valoroso quer derrotar, de modo a por fim ao terror que espalha e a libertar um povo da opressão. Mas não, ele é mesmo a figura central e é engraçado que, por mais terrível que seja, eu tenha desejado e ansiado pelas suas conquistas.
Jorg faz lembrar a avaliação pejorativa de "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel: um jovem que acredita que os fins justificam os meios e que, como tal, está disposto a tudo para alcançar os seus objectivos, entre os quais está a união e controlo de principados. Mark Lawrence parece ter encontrado nesta ideia a sua inspiração para criar esta figura e tudo o que a envolve. Jorg cativa por representar valores que me são contrários. Porém, nem sempre foi fácil imaginá-lo como um rapaz tão novo, pois os seus pensamentos e artimanhas pareciam sempre os de uma pessoa mais experiente e adulta.
Felizmente, as outras personagens que vão sendo reveladas ao longo da narrativa também têm personalidades apoiadas em valores condenáveis. O autor tentou focar-se no que cada uma destas figuras tem de pior, o que cria momentos impressionantes, mas também faz com que não exista grande empatia com o leitor. É verdade que existem outras que parecem mais razoáveis, mas estas acabam por ficar para segundo plano por não conseguirem captar a atenção com tanta facilidade como outras o fazem.
Fiquei rendida a este mundo. Todo o ambiente é bastante negro, e isso sente-se nas descrições de caminhos assombrados, castelos repletos de segredos e intrigas e montanhas dominadas por seres mágicos e terríveis. Por isso mesmo, gostaria que Mark Lawrence tivesse explorado estes elementos de uma forma mais profunda e, dessa forma, tornado a história mais complexa e dura.
A narrativa é fluída, mas tem momentos em que é demasiado rápida, o que faz com que certas passagens não sejam bem explicadas. Apesar de me ter interessado pela história, gostaria que o protagonista tivesse mais dificuldade em ultrapassar os obstáculos que foram surgindo. A resolução dos problemas pareceu-me o ponto mais fraco, pois preferia que o autor me fizesse duvidar e depois ficar impressionada com a resolução encontrada.
Gostei muito de ler Príncipe dos Espinhos, mas confesso que estava à espera de um livro mais intenso e que me deixasse mais impressionada. É uma boa leitura e vou querer muito ler toda a trilogia, pois estou muito curiosa para saber que caminhos o autor vai seguir e que destino está reservado para Jorg. Espero que os próximos volumes tenham uma trama mais surpreendente e que mantenha os elementos negros que marcaram esta obra.
Autor: Mark Lawrence
Tradução: Renato Carreira
ISBN: 9789898839664
Editora: TopSeller (2016)
Sinopse:
Com apenas 9 anos, numa emboscada planeada pelo inimigo para erradicar a descendência real, o príncipe Jorg Ancrath é atirado para dentro de um espinheiro, onde fica preso, com espinhos cravados na sua carne, a ver, impotente, a mãe e o irmão mais novo a serem brutalmente assassinados. De alma destruída, sedento de sangue e de vingança, Jorg foge da sua vida luxuosa e junta-se a um bando de criminosos e mercenários, a quem passa a chamar de irmãos. Na sua mente há apenas um pensamento, matar o Conde de Renar, o responsável pelas mortes da mãe e do irmão, pelas suas cicatrizes e pela sua alma vazia. Ao longo de quatro anos, Jorg cresce no seio de batalhas sangrentas, amadurece em guerras impiedosas, torna-se um guerreiro cruel e vai ganhando o respeito dos seus irmãos até que se torna o seu líder. Agora, um reencontro vai levá-lo de volta ao castelo onde cresceu e ao pai que abandonou. O que vai encontrar não é o mesmo sítio idílico de que se lembra, mas o príncipe que agora retorna também não é mais a inocente criança de outrora, é o Príncipe dos Espinhos.
Opinião:
Fiquei tão feliz e entusiasmada com a chegada da Trilogia dos Espinhos a Portugal que, assim que consegui ter o primeiro volume nas mãos, tive de começar a ler. Príncipe dos Espinhos pode inserir-se no género dark fantasy e apresenta-nos a história de um jovem que tem uma mente fria, calculista e perversa. Ou seja, alguém impressionante para se conhecer nas páginas de um livro, mas com quem não queremos cruzar na vida real.
O protagonista desta obra é Jorg. Porém, e pelo que escrevi anteriormente, ele está longe, muito longe, de ser considerado um herói. Jorg poderia muito bem estar do outro lado da trama, ser o vilão que um herói valoroso quer derrotar, de modo a por fim ao terror que espalha e a libertar um povo da opressão. Mas não, ele é mesmo a figura central e é engraçado que, por mais terrível que seja, eu tenha desejado e ansiado pelas suas conquistas.
Jorg faz lembrar a avaliação pejorativa de "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel: um jovem que acredita que os fins justificam os meios e que, como tal, está disposto a tudo para alcançar os seus objectivos, entre os quais está a união e controlo de principados. Mark Lawrence parece ter encontrado nesta ideia a sua inspiração para criar esta figura e tudo o que a envolve. Jorg cativa por representar valores que me são contrários. Porém, nem sempre foi fácil imaginá-lo como um rapaz tão novo, pois os seus pensamentos e artimanhas pareciam sempre os de uma pessoa mais experiente e adulta.
Felizmente, as outras personagens que vão sendo reveladas ao longo da narrativa também têm personalidades apoiadas em valores condenáveis. O autor tentou focar-se no que cada uma destas figuras tem de pior, o que cria momentos impressionantes, mas também faz com que não exista grande empatia com o leitor. É verdade que existem outras que parecem mais razoáveis, mas estas acabam por ficar para segundo plano por não conseguirem captar a atenção com tanta facilidade como outras o fazem.
Fiquei rendida a este mundo. Todo o ambiente é bastante negro, e isso sente-se nas descrições de caminhos assombrados, castelos repletos de segredos e intrigas e montanhas dominadas por seres mágicos e terríveis. Por isso mesmo, gostaria que Mark Lawrence tivesse explorado estes elementos de uma forma mais profunda e, dessa forma, tornado a história mais complexa e dura.
A narrativa é fluída, mas tem momentos em que é demasiado rápida, o que faz com que certas passagens não sejam bem explicadas. Apesar de me ter interessado pela história, gostaria que o protagonista tivesse mais dificuldade em ultrapassar os obstáculos que foram surgindo. A resolução dos problemas pareceu-me o ponto mais fraco, pois preferia que o autor me fizesse duvidar e depois ficar impressionada com a resolução encontrada.
Gostei muito de ler Príncipe dos Espinhos, mas confesso que estava à espera de um livro mais intenso e que me deixasse mais impressionada. É uma boa leitura e vou querer muito ler toda a trilogia, pois estou muito curiosa para saber que caminhos o autor vai seguir e que destino está reservado para Jorg. Espero que os próximos volumes tenham uma trama mais surpreendente e que mantenha os elementos negros que marcaram esta obra.
Subscrever:
Mensagens (Atom)