Título Original: Carve the Mark (2016)
Autor: Veronica Roth
Tradução: Ana Filipa Velosa
ISBN: 97898491391111
Editora: HarperCollins (2017)
Sinopse:
CYRA é a irmã do tirano cruel que governa o povo de Shotet. O dom-corrente de Cyra confere-lhe dor e poder, que o irmão explora, usando-a para torturar os seus inimigos. Mas Cyra é muito mais do que uma arma nas mãos do irmão; é resistente, veloz e mais inteligente do que ele pensa.
AKOS é filho de um agricultor e do oráculo de Thuvhe, a nação-planeta mais gelada. Protegido por um dom-corrente invulgar, Akos possui um espírito generoso e a lealdade que dedica à família é infinita. Após a captura de Akos e do irmão, por soldados Shotet inimigos, Akos tenta desesperadamente libertar o irmão, com vida, custe o que custar. Então, Akos é empurrado para o mundo de Cyra, onde a inimizade entre ambas as nações e famílias aparenta ser incontornável. Ajudar-se-ão mutuamente a sobreviver ou optarão por se destruir um ao outro?
Da autoria de Veronica Roth, Gravar as Marcas é um retrato deslumbrante do poder da amizade e do amor, numa galáxia repleta de dons inusitados.
Opinião:
Fiquei muito entusiasmada quando soube que Veronica Roth ia lançar uma nova aventura. Depois de ter ficado bem impressionada com a trilogia "Divergente", queria saber em que sentido a autora ia evoluir e que novas histórias iria partilhar com os leitores. Foi então com algumas expectativas que comecei a leitura de Gravar as Marcas. Contudo, logo ao início, percebi que este livro não me iria deixar tão encantada quanto Divergente.
Tive alguma dificuldade em entrar na história. O mundo que nos é apresentado não é imediatamente compreendido, pois carece de algumas explicações. Curiosamente, é dado destaque a algumas informações que acabam por não serem relevantes para a continuidade da trama. A problemática da trama não é logo apresentada, sendo que, numa fase inicial, não se percebe muito bem qual é o objectivo da história.
Com o avançar da narrativa, começam então a surgir os obstáculos a serem ultrapassados pelos protagonistas e tudo, aos poucos e poucos, começa a fazer sentido. Surge então um governante tirano, uma dupla improvável que se une por uma causa comum e ainda um movimento rebelde. Estas ideias são boas, mas a forma como foram exploradas não foi tão entusiasmante quanto eu teria desejado. Foram poucos os momentos que realmente me agarraram ao livro.
Este nova realidade criada por Veronica Roth tem grandes possibilidades, mas acaba por não conquistar. Para começar, os povos e diferentes culturas parecem demasiado padronizados e não surpreendem. Além disso, muitas vezes esquecia-me que a ação estava a decorrer dentro de uma nave ou num planeta novo, talvez por falta de menção ou por tudo parecer igual.
Cyra e Akos são os protagonistas desta aventura. Em capítulos alternados, eles contam o seu ponto de vista da história, o que é interessante, já que eles pertencem a realidades distintas e têm personalidades e metas diferentes. Os dois também são dotados de dons únicos, o que os torna especiais. Confesso que Cyra foi a personagem que mais cativou a minha atenção, mas tal pode ter acontecido devido aos seus poderes, que se tornavam mais apelativos. Afinal, tanto Cyra como Akos falharam em criar empatia, talvez porque as personalidades que lhes foram concedidas precisavam de maior aprofundamento. Estas duas figuras não conseguem marcar.
Confesso que alguns aspectos da linguagem tornaram-se incómodos. Penso que tal não se deve à autora, pois já conheço o seu estilo de escrita da série "Divergente" e nunca tive razões para apontar isto, mas sim devido à falta de um trabalho de revisão mais atento. Existem várias frases que não fazem grande sentido, sendo que só depois de as lermos várias vezes percebemos que há uma qualquer falha que poderá ter acontecido durante o processo de tradução e não foi detectada. Isto tornou-se aborrecido, pois prejudicou a leitura.
Gravar as Marcas conseguiu entreter, mas ficou muito aquém das expectativas. A acção é demorada, não consegue prender. As personagens são desinteressantes e pouco profundas. As relações são previsíveis e pouco entusiasmantes. O vilão precisava de transmitir maior perigo e ter um propósito mais credível. Existem alguns pontos que chamam a atenção e marcam pela diferença, mas não foram bem explorados. Ainda assim, espero ler o segundo e último livro desta saga para perceber qual é o objectivo final da autora.
Outras opiniões a livrosde Veronica Roth:
Divergente (Divergente #1)
Insurgente (Divergente #2)
Convergente (Divergente #3)
Quatro - Histórias da Série Divergente
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