quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Opinião: O Crime do Vencedor (#2)

Título Original: The Winner's Crime (2015)
Autor: Marie Rutkoski
Tradução: João Quina Edições
ISBN: 9789898849809
Editora: TopSeller (2016)

Sinopse: 

Dois povos em conflito, uma aliança perigosa, um amor dividido. Os Herrani, liderados por Arin, tomaram a sua terra de volta. Para impedir que a poderosa armada valoriana invadisse Herran e provocasse um banho de sangue, Kestrel aceitou casar com o príncipe herdeiro de Valoria. O noivado causa sensação no reino, mas Kestrel sente-se uma prisioneira no palácio, sob a vigilância apertada do imperador que não confia totalmente nela. E com razão: Kestrel encontrou uma forma de passar informações secretas para ajudar o povo herrani, e está perto de descobrir um segredo chocante.A paz com Valoria tem um preço demasiado alto e Arin procura novos aliados além-fronteiras. Ao mesmo tempo, ele debate-se com a decisão de Kestrel em se casar com o príncipe. Sem saber que ela é a espia que o está a ajudar no esforço de guerra, Arin decide arriscar tudo e tentar desvendar a verdade, mas esta poderá ser muito mais perigosa do que ele imagina.

Opinião:

Se já tinha gostado de A Maldição do Vencedor (opinião aqui), posso dizer que apreciei ainda mais a leitura de O Crime do Vencedor. O segundo livro desta saga de Marie Rutkoski tem ainda mais intriga e conseguiu deixar-me completamente agarrada à leitura. Era difícil parar de ler perante a expectativa do que poderia acontecer a seguir. E as reviravoltas conseguiam sempre surpreender.

A trama começa no ponto em que A Maldição do Vencedor terminou. Com Krestel na corte e prometida ao filho do imperados, entramos num meio onde todos os passos são analisados. E se já tinha ficado impressionada com o tacto que Krestel tem analisar tudo o que a rodeia e jogar com isso a seu favor, é ainda mais interessante ver como ela lida com esta grande pressão de estar constantemente à prova. Sente-se a opressão e o terror causado pelo imperador, o que faz com que o perigo esteja sempre presente.

A voz de Arin surge com um tom um pouco diferente e, numa primeira parte, não é tão cativante como Krestel. Porém, a partir do momento em que ele segue um rumo inesperado, é curioso acompanhá-lo na descoberta de uma nova parte deste mundo. É aqui que surgem outras figuras, sendo que uma despertou-me a atenção em particular, e é também aqui que são dadas novas hipóteses que nos levam a imaginar o que poderá acontecer a seguir. Além disso, gostei muito da forma como Arin nos mostra que a linha entre o ódio e o amor pode ser mesmo muito ténue.

Apesar da astúcia de Krestel, também é possível sentir que ela é apenas uma menina. E apesar de Aris ser um líder, ele também não deixa de parecer um rapaz perdido. Explorar este mundo através de figuras mais maduras poderia ser ainda mais interessante, pois existem muitas conspirações interessantes e bem desenvolvidas. Porém, uma boa parte do enredo continua a estar muito focada nas emoções, especialmente no que Krestel e Arin sentem um pelo outro. Isto poderia continuar a existir, pois neste volume existem componentes bem conseguidas, mas talvez com menos ênfase.

O encadeamento de acontecimentos está bem conseguido. Apesar de existirem muitos momentos de introspecção, Marie Rutkoski consegue fazer com que estes estejam ligados com alguma intriga ou reviravolta, o que faz com que não sejam cansativos, apesar de algumas redundâncias. Sentir que os dois protagonistas estavam constantemente em risco fez-me querer continuar a ler e a descobrir as várias soluções que os dois encontravam para os problemas que surgiam. E se em alguns momentos conseguia adivinhar o que vinha a seguir, confesso que fiquei surpreendida com o final deste livro.

Terminada a leitura de O Crime do Vencedor, fica a vontade de que o terceiro volume chegue rápido. Este é um mundo que cativa e as intrigas e reviravoltas constantes fazem desejar ficar a saber o que vem a seguir e que destinado está reservado para Krestel e Arin. Se gostaram do primeiro livro desta saga, então não percam tempo e leiam este assim que conseguirem. Não vão ficar arrependidos.


Outras opiniões a livros de Marie Rutkoski:
A Maldição do Vencedor (#1)

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