Título Original: Cinder (2012)
Autor: Marissa Meyer
Tradução: Victor Antunes
ISBN: 9789896573270
Editora: Planeta (2012)
Sinopse:
Com dezasseis anos, Cinder é considerada pela sociedade como um erro tecnológico. Para a madrasta, é um fardo. No entanto, ser cyborg também tem algumas vantagens: as suas ligações cerebrais conferem-lhe uma prodigiosa capacidade para reparar aparelhos (autómatos, planadores, as suas partes defeituosas) e fazem dela a melhor especialista em mecânica de Nova Pequim. É esta reputação que leva o príncipe Kai a abordá-la na oficina onde trabalha, para que lhe repare um andróide antes do baile anual.
Em tom de gracejo, o príncipe diz tratar-se de «um caso de segurança nacional», mas Cinder desconfia que o assunto é mais sério do que dá a entender.
Ansiosa por impressionar o príncipe, as intenções de Cinder são transtornadas quando a irmã mais nova, e sua única amiga humana, é contagiada pela peste fatal que há uma década devasta a Terra. A madrasta de Cinder atribui-lhe a culpa da doença da filha e oferece o corpo da enteada como cobaia para as investigações clínicas relacionadas com a praga, uma «honra» à qual ninguém até então sobreviveu. Mas os cientistas não tardam a descobrir que a nova cobaia apresenta características que a tornam única. Uma particularidade pela qual há quem esteja disposto a matar.
Em tom de gracejo, o príncipe diz tratar-se de «um caso de segurança nacional», mas Cinder desconfia que o assunto é mais sério do que dá a entender.
Ansiosa por impressionar o príncipe, as intenções de Cinder são transtornadas quando a irmã mais nova, e sua única amiga humana, é contagiada pela peste fatal que há uma década devasta a Terra. A madrasta de Cinder atribui-lhe a culpa da doença da filha e oferece o corpo da enteada como cobaia para as investigações clínicas relacionadas com a praga, uma «honra» à qual ninguém até então sobreviveu. Mas os cientistas não tardam a descobrir que a nova cobaia apresenta características que a tornam única. Uma particularidade pela qual há quem esteja disposto a matar.
Opinião:
Os contos tradicionais servem muitas vezes de base e de inspiração para
diferentes autores. É comum reler novas versões destas histórias, mas Marissa
Meyer quis ir um pouco mais além. A autora pegou na famosa Cinderela e
inseriu-a num futuro distópico. Cinder é o novo nome desta protagonista, e, em vez da magia da
fada madrinha para a ajudar, ela usa a mecânica e o seu intelecto
para lutar pelos seus direitos. Afinal, para além de especialista em tecnologia também é um cyborg.
Cinder é uma personagem que cativa. É bondosa e trabalhadora, tal como
Cinderela sempre foi representada, mas também tem garra, um temperamento forte,
muitas vezes confronta a sua tutora (ou madrasta) e guarda segredos perigosos.
Características que promovem empatia e que fazem que me fizeram querer vê-la a alcançar a felicidade.
O desenrolar dos acontecimentos é entusiasmante e agarra a leitura. É
possível verificar que a base da história está ligada ao conto tradicional, mas
isso é algo subtil. Sim, existe o desejo de ir ao baile do príncipe, as
discussões com a madrasta sobre esse tema, a proibição de ir à festa e a entrada
às escondidas no palácio. É possível perceber que esses momentos são
incontornáveis, mas existem inúmeras revelações interessantes e que não
permitem a existência do aborrecimento inerente à leitura de algo que é repetido.
É possível observar que a sociedade onde esta
história está inserida apresenta uma mistura entre cultura ocidental e oriental.
Afinal, a cidade da ação chama-se Nova Pequim, remetendo a narrativa para uma
China do futuro. Ao início, isto pode parecer um pouco confuso, afinal
Cinderela é um conto tradicional europeu, mas com o avançar da leitura, isso
deixa de causar estranheza.
A autora criou ainda a letumosis,
uma doença e praga que está a colocar em risco a vida humana. A existência
deste mal é também um motor fundamental para a trama. Todos os esforços são direcionados
para a descoberta da cura, o que leva Cinder a sofrer e a passar por um
processo que proporciona novas e interessantes descobertas que provocam dúvidas
na protagonista e que dão uma maior complexidade à trama do que aquela que era esperada.
Tal como Cinderela é uma história romântica, também existe romance em Cinder. O principe encantador é o sonho de todas as raparigas, e é curioso ver
a forma como a protagonista também se sente arrebatada por este jovem mas sem o
conseguir admitir a si própria. Isto acontece devido à falta de autoestima,
pois para além de pobre, Cinder é ainda um cyborg,
o que a leva a ser considerada pelos seus pares como inferior e até repugnante. Ela detesta esse seu lado, mas com o tempo percebe que existem algumas vantagens em ser o que é.
A exploração da protagonista enquanto cyborg está bem conseguida, uma vez que existem inúmeras dúvidas
sobre os limites da sua humanidade. O seu corpo enquanto máquina revela-se uma
surpresa em diversos momentos e a autora conseguiu adequar este facto com os
elementos tradicionais do conto popular, o que é bastante agradável.
Cinder é um livro que é lido
rapidamente. Leve e de linguagem acessível, faz as delícias dos fãs de
distopias destinadas a um público jovem-adulto e de histórias de encantar,
apesar da forte previsibilidade. Primeiro volume das Crónicas Lunares, faz
ansiar por continuação. Recomendo.
2 comentários:
Ainda bem que fizeste esta crítica! Já estive várias vezes para pegar no livro e acabei por nunca fazê-lo, porque me parecia desinteressante. Todavia, a tua opinião trouxe-me curiosidade. Qualquer dia, leio :)
Boa leituras! Beijinhos*
Eu também estava hesitante mas acabei por gostar imenso. Sente-se a história da Cinderela mas de uma forma completamente diferente e aliciante. Espero que quando pegares nele sintas o mesmo que eu D.*
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