quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Opinião: Acácia – O Povo das Crianças Divinas (4#)



Título Original: Acacia – The Other Lands (2009)
Autor: David Anthony Durham
Tradução: Maria Correia
ISBN: 9789896375379
Editora: Edições Saída de Emergência (2013)

Sinopse:


Corinn Akaran é a senhora suprema do Império Acaciano do Mundo Conhecido, e o poder parece suavizá-la, até mesmo fazê-la ceder aos jogos do amor. Mas, por todo o lado fervilha a traição e multiplicam-se as conspirações para a derrubar: dos seus alegados aliados numrek até às intrigas em torno da filha de Aliver, Shen, enquanto, do outro lado do mundo, um exército gigantesco se prepara para marchar sobre o Mundo Conhecido e a Liga dos Navios continua a jogar em dois perigosos tabuleiros, disposta a jurar servir qualquer senhor, desde que esse senhor sirva os seus próprios interesses.
Corinn nem pode contar com a sua própria família: a irmã Mena esconde-lhe segredos e Dariel, prisioneiro das Crianças Divinas, vai enfrentar uma aventura - novamente contra a Liga dos Navios - que o transformará no corpo e no espírito. Mas Corinn aprendeu a lutar, e não vai hesitar em chamar a si todos os aliados que conseguir, até mesmo aqueles que ninguém imaginava que um dia pudessem voltar.

Opinião:

As Edições Saída de Emergência resolveram dividir cada livro original da série Acácia em dois volumes. Assim, Acácia – O Povo das Crianças Divinas é a continuação direta de Acácia – Outras Terras.

Começar esta leitura pode não ser fácil para quem leu o volume anterior há algum tempo. Nos primeiros capítulos, é exigido algum esforço de memória, uma vez que a história continua a avançar a um ritmo considerável e sem espaço para explicar pormenores que já foram apresentados com detalhe no outro livro. Por isso mesmo, é aconselhável ler este volume próximo de Outras Terras.

No momento em que o leitor volta a entrar na trama e ultrapassadas as dificuldades iniciais, torna-se difícil parar de ler. As três personagens fulcrais continuam a apresentar desenvolvimentos interessantes e bem conseguidos.

Corinn é uma personagem ambígua, que tanto pode ser amada como odiada. As suas intenções continuam a ser bastante plausíveis e os seus pensamentos muitas vezes levam o leitor a sentir simpatia, mas as formas utilizadas para alcançar os seus desejos geram repulsa. Esta mulher de armas é muito provavelmente a figura mais interessante da narrativa e os capítulos que lhe são dedicados nunca são aborrecidos.

Com Dariel continua a descoberta das Outras Terras. Por isso mesmo, os seus capítulos acabam por ser mais dedicados à descrição deste novo lugar e das suas estranhas pessoas, mais do que aos pensamentos e sentimentos deste príncipe rebelde. Só mais próximo do fim existe uma alteração que promete revelar-se curiosa no próximo volume.

Neste volume, os capítulos de Mena acabaram por ser os menos entusiasmantes. A relação desta princesa guerreira com a criatura alada que adotou parece ser demasiado perfeita e a forma como esta personagem encara certas situações revela ingenuidade. A esperançosa Mena acaba por colocar-se numa situação que o leitor, desde o início, sabe que não pode correr bem.

Para além dos irmãos, existem ainda outras personagens que ganham relevância. Destaco Shen, uma criança prodígio dotada de uma personalidade intrigante. A forma como ela se relaciona com os outros e com elementos já apresentados em volume anteriores fazem aumentar a vontade de descobrir o seu papel neste jogo político que se apresenta cada vez mais complicado.

O final possui um elemento inesperado e que faz surgir sentimentos distintos. Esta nova situação tanto pode parecer demasiado forçada como também pode vir a funcionar muito bem, tudo depende da forma como o autor a vai desenvolver. Foi, com toda a certeza, uma boa forma de manter os leitores interessados e desejosos de pegar no próximo livro da série.

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