Título Original: Bring Up the Bodies (2012)
Autor: Hilary Mantel
Tradução: Miguel Freitas da Costa
ISBN: 9789722635943
Editora: Civilização Editora (2013)
Sinopse:
Em 1535 Thomas Cromwell é Primeiro-ministro de Henry VIII, e o seu
sucesso ascendeu a par do de Anne Boleyn. Mas a cisão com a Igreja Católica
deixou a Inglaterra perigosamente isolada e Anne não deu um herdeiro ao rei.
Cromwell vê o rei apaixonar-se pela discreta Jane Seymour. A gerir a política
da corte, Cromwell tem de encontrar uma solução que satisfaça Heny VIII,
salvaguarde a nação e assegure a sua própria carreira. Mas nem ele nem o
próprio rei sairão ilesos dos trágicos últimos dias de Anne Boleyn.
Opinião:
A época Tudor sempre me pareceu atrativa. Por isso mesmo foi com grande
expetativa que iniciei a leitura deste livro que retrata a queda de Anne Boleyn
no ponto e vista de Thomas Cromwell, o Primeiro-Ministro de Henry VIII.
Apesar de este ser o segundo livro de uma trilogia, pode muito bem ser lido sem
recurso ao anterior.
Logo nas primeiras páginas foi possível verificar que Hilary Mantel é
dona de um estilo de escrita muito peculiar. As palavras são usadas de forma
artística e os acontecimentos nem sempre são relatados de uma forma direta. E
se esta característica lhe concede louvores da crítica, a verdade é que não me
cativou totalmente. Existem circunstâncias em que este embelezamento parece
forçado, para além de que isso faz com que acontecimentos relevantes passem
quase despercebidos e percam parte da sua força.
Esperava que a trama fosse envolvente e impulsionasse a leitura, mas
tal não aconteceu. A maioria dos
acontecimentos revelou-se aborrecida, arrastada e pouco motivadora. O facto de
saber como tudo iria terminar é que me levou a continuar a ler (o que de certa
forma é curioso, pois gosto de ser surpreendida). Este facto pode ter
acontecido pela dedicação da autora a pormenores históricos, algo que é de
louvar mas que preferia ter visto apresentado de uma forma mais aliciante.
As personagens não foram uma novidade, afinal esta época histórica já
foi retratada por diversas vezes na literatura, cinema e televisão, o que nos
leva a saber o que esperar. Contudo, esperava uma maior profundidade, senão de
todas, pelo menos de Cromwell. Foi interessante assistir às divagações deste
homem e às suas recordações, mas a verdade é que ficou a saber a pouco. E se
por um lado gostei das diversas facetas do Rei, por outro achei que a sua
segunda mulher foi apresentada com limitações.
No geral, o trabalho de tradução está bem conseguido, mas existiram alguns aspectos que me causaram alguma estranheza. Em primeiro lugar o título do livro. Reconheço que a tradução literal não funcionaria, mas esta escolha, apesar da explicação presente na obra, também não me pareceu a mais satisfatória. O outro aspecto refere-se à opção de não tradução dos nomes de algumas personagens, já que se tratam de figuras históricas que foram estudadas por todos nós na escola com os nomes traduzidos. Se em muitas ocasiões sou a favor dos nomes originais, aqui foi-me difícil habituar a ver, por exemplo, Anne Boleyn em vez de Ana Bolena.
Neste ponto já é mais do que evidente que esta leitura não foi ao
encontro das minhas expetativas. É verdade que se trata de uma forma inovadora de expor a época e ninguém pode acusar a autora de desrespeitar a história. A pesquisa intensa é evidente, mas não me senti de forma alguma arrebatada ou
impressionada com a forma que a autora encontrou para descrever as intrigas da
corte e os métodos de Thomas Cromwell. Esperava ficar mais envolvida por um livro vencedor do prémio Man
Booker Prize e tão elogiado pela crítica.
2 comentários:
Também não sou fã da Hilary Mantel… comecei a ler sobre os Tudor com a Philipa Gregory e para mim ela continua a ser a minha leitura para esta época da história Inglesa :)
Como se fala tanto de Hilary Mantel andava muito curiosa. Também prefiro a Philipa Gregory, apesar de só ter lido dois livros dela sobre essa época.
Beijo*
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