Autor: Clive Barker
Título
Original: The Thief of
Always (2005)
Tradução: David Soares
Tradução: David Soares
Autor, realizador e artista, Clive Barker possui uma carreira
consagrada no género do horror. “O Ladrão da Eternidade”, publicado pelas
Edições Saída de Emergência, é destinado a um público jovem, mas está recheado
de boas surpresas que vão agradar às gerações mais velhas.
Sinopse:
Harvey, o protagonista deste livro, é um jovem de 10 anos
que vive aborrecido com a sua rotina diária. Cansado dos deveres da escola e
das tarefas domésticas que lhe são incumbidas, o jovem é cativado por um
estranho sorridente num dia de inverno. Deste modo, é conduzido à casa de
férias do Senhor Hood, um local maravilhoso onde a diversão é garantida e todos
os desejos são realizados.
Harvey fica fascinado com este lugar misterioso que,
aparentemente, esteve sempre perto da sua casa. Lá, o jovem come os seus pratos
preferidos, tem todos os brinquedos que quer e ainda vive aventuras diárias
juntamente com as outras duas crianças que estão no local. E o mais fascinante
é que, num só dia, vive o que as quatro estações do ano têm de melhor.
Porém, nem tudo parece perfeito na casa do Senhor Hood.
Harvey vai perceber que há um preço a pagar pela estadia e que é melhor ter
cuidado com o que deseja.
Opinião:
Claramente voltado para um público juvenil, “O Ladrão da
Eternidade” tem ensinamentos que merecem ser sempre relembrados. Através de
personagens jovens, Barker consegue fazer refletir acerca do valor do tempo,
sobre a importância de viver uma vida plena, acerca da relevância dos momentos
menos bons da vida e até sobre os valores da amizade e da coragem.
Clive Barker sabe seduzir o leitor, quer seja através do
enredo quer seja através da escrita simples, fácil de entender, ritmada e possuidora
de beleza. A história pode parecer não ser assustadora, mas a verdade é que o
autor consegue incomodar ao invocar determinados temas ou através do mistério
que envolve a trama.
As personagens apresentadas são interessantes, apesar de, a certo
momento, ter estranhado algumas atitudes. O leitor pode também pensar que
certos momentos são demasiado precipitados, outros previsíveis, mas a verdade é
que existe sempre algo que surpreende e que faz querer continuar a acompanhar o
herói.
Esta edição pode ser encontrada com quatro capas distintas,
cada uma associada a uma estação do ano: a verde é a da primavera, a amarela do
verão, a vermelha do outono e a azul é a do inverno. É uma ideia interessante,
tendo em conta a forte relevância que é dada ás quatro estações (e já agora, informo que escolhi a verde). Mas mais interessante do que a imagem da
publicação é a nota de David Soares, o tradutor desta edição, que pode ser lida nas primeiras páginas. São palavras breves que apresentam o trabalho de Baker e que
ainda introduzem certos temas que vão ser apresentados, tudo isto com a
sensibilidade e inteligência que são características de David Soares, o que, com
certeza, é uma mais-valia.
Confesso que, quando peguei neste livro, a minha intenção
era apenas a de ler os primeiros capítulos, mas a verdade é que só consegui parar
de o fazer quando cheguei à última página. Envolvente e interessante, esta é uma obra para guardar e que merece ser relida.
2 comentários:
Gostei muito deste livro mas confesso que esperava mais terror.
Boas leituras.
Olá Elphaba! Confesso que peguei neste livro sem qualquer expectativa, e por isso fiquei surpreendida.
Penso que os elementos de horror não estão apenas na trama, mas no despertar do leitor para certos temas que incomodam e que, de certo modo, o seguem terminado o livro. Mas é natural que quem já teve outras experiências com leituras mais intensas sinta o que descreves.
Beijinho e obrigada pela mensagem*
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