segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Opinião: O Sangue do Olimpo (Os Heróis do Olimpo #5)

Título Original: The Blood of Olympus (2014)
Autor: Rick Riordan
Tradução: Nuno Bombarda de Sá
ISBN: 9789896577360
Editora: Planeta (2015)

Sinopse:

Nico avisara-os. A passagem pela Casa de Hades despertaria as piores recordações dos semideuses, os seus fantasmas ficaiam inquietos. Nico pode, de facto, tornar-se um fantasma se viajar de novo pelas sombras com Reyna e Hedge. A alternativa, porém, pode ser pior, há a possibilidade de levar à morte alguém, tal como Hades previu.
O fantasma de Jasão é a mãe que o abandonou em pequeno. o semideus pode não ser capaz de provar que é um líder, mas tem a certeza que não quebrará, como ela, as suas promessas, sabe que fará a sua parte da profecia: Pela tempestade ou pelo fogo o mundo deve cair.
Reyna teme os fantasmas dos antepassados, que irradiam raiva e ódio, mas não pode permitir que a impeçam de levar Atena Parténos para o Campo dos Mestiços antes que a guerra estale entre romanos e gregos. Terá força suficiente, em especial com um caçador mortal nos calcanhares?
Leo teme que o seu plano não funcione, que os amigos possam interferir, mas não há outra maneira. Todos sabem que um dos Sete tem de morrer para que Gaia, a Mãe Terra, seja vencida.
Piper precisa de aprender a entregar-se ao medo, de modo a fazer o que lhe compete: proferir uma única palavra.

Opinião:

Chegou ao fim a saga "Os Heróis do Olimpo", de Rick Riordan. O Sangue do Olimpo conclui a história que coloca semideuses gregos e romanos frente a frente, que aborda as diferenças entre ambos os campos e, assim, entre ambas as mitologias, mas que se centra também no muito que as une. Penso que o autor tenta, assim, mostrar que é possível conviver e fazer amizades até entre aqueles que julgávamos inimigos ou muito diferentes de nós, e que a união é importante para combater o que realmente está mal no mundo. Neste caso, essa força maléfica é representada por Gaia, a Mãe Terra.

Os capítulos desta narrativa voltam a estar centrados em diferentes semideuses que vivem esta aventura. Percy e Annabeth, os protagonistas de obras passadas, deixam de ter alguma relevância e dão lugar a novos heróis. Destaco Nico, uma figura que sempre me cativou e que finalmente consegue perceber qual é o seu lugar entre o grupo, Leo, que deixa de ser apenas a personagem comediante para ter um papel de grande relevância nesta obra, e Piper que prova que o poder do amor é tão ou mais forte do que todos os outros.

Reyna, a pretora, também é uma personagem interessante, mas penso que o autor não a explorou convenientemente. Além disso, o desfecho dela não está bem explicado e algo que me diz que tal se deve ao facto de Rick Riordan ainda querer pegar nela para uma outra saga. Jasão continua a não ser uma das minhas figuras preferidas. Penso que tal se deve ao facto de ser demasiado banal, correto, perfeito e, por isso, pouco surpreender. Hazel e Zack também tiveram um papel muito secundário nesta obra, por isso os seus feitos não são os primeiros a serem recordados. Annabeth pode ter tido uns momentos mais curiosos, mas isso deveu-se mais à intervenção de Piper. Já Percy continua a parecer cada vez mais um adolescente sem noção das consequências e não um grande herói.

Um dos pontos fortes deste livro continua a ser o que tanto me cativou nos anteriores: a forma como o autor integra a mitologia greco-romana a uma aventura juvenil. Estão sempre a surgir novas figuras, sejam elas deuses mais esquecidos ou monstros e titãs. E gosto muito da forma caricata com que o autor apresenta estas personagens no mundo atual, o que nos leva a criar imagens mentais tão divertidas quanto assustadoras. Contudo, também é verdade que algumas situações são demasiado absurdas e não nos fazem acreditar no perigo. A diversão continua a ser palavra de ordem.

É de realçar que os nossos heróis, divididos em grupos, viajam por diversos pontos da América e da Europa. E devo dizer-vos, sem querer revelar demasiado da trama, que fiquei muito feliz ao ver que houve quem passasse pelo nosso país. Sim, Portugal surge nesta história! E deixem que vos diga que não é uma mera passagem, mas sim um ponto de revelações importantes. E o local foi muito bem escolhido, por usa a mitologia a que lhe está associada a uma personagem a quem isso faz sentido.

O ritmo da narrativa é muito rápido. Está sempre a acontecer algo e todos os capítulos terminam de uma forma que nos leva a querer ler o que vem a seguir. A forma como as profecias se concretizaram estão bem conseguidas e o desfecho é agradável, apesar de haver algumas situações que ficam em aberto. Mas no geral, senti-me feliz com as conclusões do autor.

Tal como referi em opiniões anteriores a livros de Rick Riordan, pode trata-se de obras para um público mas novo, mas acredito que até os adultos se podem divertir ao ler as histórias deste autor tão imaginativo e engenhoso. Se gostaram de outras narrativas de Riordan, então não vão querer perder esta, que é, provavelmente, uma das mais divertidas e intensas.

Outras opiniões a livros de Rick Riordan:
Percy Jackson e a Maldição do Titã (Percy Jackson #3)
O Herói Desaparecido (Os Heróis do Olimpo #1)
O Filho de Neptuno (Os Heróis do Olimpo #2)
A Marca de Atena (Os Heróis do Olimpo #3)
A Casa de Hades (Os Heróis do Olimpo #4)

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