domingo, 30 de março de 2014

Opinião: Lágrima

Título original: Teardrop (2013)
Autor: Lauren Kate
Tradutor: Maria Filomena Duarte
ISBN: 9789896574888
Editora: Planeta (2014)

Sinopse: 

A mãe de Eureka Boudreaux instilou esta regra na filha há anos.Mas agora a mãe partiu, e onde quer que Eureka vá, ele está lá: Ander, o rapaz alto, de cabelo louro-claro, que parece saber coisas que não devia, que diz a Eureka que ela corre um grande perigo e que a deixa sempre à beira das lágrimas. Mas Ander ignora o maior segredo de Eureka: desde que a mãe se afogou num acidente bizarro, Eureka deseja morrer.
Resta-lhe pouco que lhe desperte o interesse, apenas o amigo mais antigo, Brooks, e uma estranha herança: um medalhão, uma carta, uma pedra misteriosa e um livro de outras eras que ninguém compreende.
O livro encerra uma história assombrosa sobre uma rapariga que ficou destroçada e chorou tanto que formou um continente no mar... e há algo na história que é misteriosamente familiar. Eureka está prestes a descobrir que a narrativa antiga é mais do que uma história, que Ander pode falar verdade... e que a sua vida é muito mais obscura e oculta do que alguma vez imaginou.

Opinião:

Inspirada na lenda de Atlântida, Lauren Kate apresenta Lágrima, o primeiro volume de uma série destinada ao público jovem adulto. Este é um livro que rapidamente me chamou a atenção devido aos temas mitológicos que aborda, mas que acabou por ficar aquém das expectativas.

Logo nas primeiras páginas é possível constatar que a trama é essencialmente focada nos dramas de Eureka,  uma jovem que acabou de perder a mãe, a sua maior amiga e confidente. Não foi para mim fácil gostar desta protagonista, pois se por um lado percebo a razão de ela ser demasiado revoltada com a vida e sofrida, por outro acho-a egocêntrica, estagnada e dona de um complexo de superioridade, o que acaba por fazer com que nem sempre pareça uma figura coerente. Contudo, percebe-se que Eureka não é uma rapariga como as outras, apesar de assim ser apresentada, e é isso que a faz ganhar a atenção do leitor. O facto de ele não chorar é imediatamente associado a um fenómeno supernatural, mas só perto do final existe essa confirmação e explicação. Até lá, parece que estamos perante um livro que simplesmente retrata o dia-a-dia de uma rapariga comum e com laivos de fantasia.

Eureka está envolvida num triângulo amoroso, o que já parece ser um tópico obrigatório dentro dos livros paranormais. Ander e Brooks são os dois jovens que disputam a atenção e coração da protagonista. O primeiro é misterioso, muito por se encontrar envolvido numa sociedade secreta. O primeiro encontro com Eureka deixa revelar uma grande química entre os dois, mas depois ele quase que desaparece do livro e acaba por ficar um pouco esquecido ou então apenas associado á imagem de um perseguidor. Já Brooks é o amigo de infância totalmente devoto a Eureka. Rapaz que compreende totalmente a protagonista e que é descrito como tendo um físico desejável, acaba por sofrer uma transformação a meio da trama. Tratam-se de duas figuras intrigantes, mas que acabam por não ser devidamente exploradas já que acabam por ficar limitadas ao papel que têm na vida de Eureka.

A trama avança lentamente, mas acaba por ganhar a atenção do leitor por apresentar gradualmente revelações ligadas à componente mitológica. Contudo, o facto de o grande foco ser a vida de uma jovem adolescente faz com que existam muitos momentos mais parados, aborrecidos e desinteressantes, nomeadamente na primeira parte da leitura. A mitologia passa para um plano secundário, em detrimento de dúvidas da protagonista quanto ao seu papel na sociedade e ainda quanto a questões ligadas a relacionamentos. Estes temas acabam por parecer repetitivos e aborrecidos.

A abordagem que é feita à lenda de Atlântida, por seu lado, é nova e suscita curiosidade. Gostaria de ter visto esta temática exposta de uma forma mais direta, pois ao longo da leitura existe uma vontade crescente de saber mais sobre este lado mitológico e sobre as novidades que a autora fornece ao tema. Apreciei ver a lenda e a realidade ficarem indistintas e gostaria de ver as motivações dos lados que conhecem a ilha mítica mais evidentes. Acredito que este lado será mais explorado no próximo volume, o que me faz ter vontade de continuar a acompanhar a série.

Com um estilo de escrita que permite uma leitura rápida e uma trama que poderia ter sido explorada de uma forma mais atraente, Lágrima acaba por não ser uma grande surpresa, mas sugere ser o início de uma série com muitos trunfos na manga. Recomendo aos fãs de histórias paranormais destinadas a jovens adultos que apreciem tramas com triângulos amorosos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hmm... admito que gosto dos triângulos amorosos e o tema da mitologia me chamou a atenção... Tenho o livro cá em casa para ler mas ainda não lhe peguei... estou curiosa ^^

Bjs*

Cláudia disse...

Então aposta nele v_crazy_girl. Eu gostava era de ter visto mais mitologia e menos problemáticas de adolescentes, mas gostos são gostos.