terça-feira, 13 de agosto de 2013

Opinião: O Mistério de Charles Dickens (volume 1)

Título original: Drood (2009) 
Autor: Dan Simmons 
Tradutor: Jorge Colaço 
ISBN: 9789896374259
Editora: Edições Saída de Emergência (2012)

Sinopse:

A 9 de junho de 1865, quando viajava para Londres de comboio com a sua amante secreta, Charles Dickens – no pico da fama como o mais genial romancista do mundo – é vítima de um acidente que muda a sua vida para sempre. Obcecado com visões de um homem de nome Drood que avistara no local do acidente, inicia uma vida dupla onde se dedica à investigação de cadáveres, criptas, ópio e fantasmas e torna-se frequentador dos subterrâneos de Londres a que chama “a sua Babilónia”. Mas será tudo isto uma mera pesquisa para o seu próximo romance ou uma descida aos infernos da insanidade? Baseado nos detalhes históricos da vida de Charles Dickens narrados por Wilkie Collins, outro grande escritor da época – bem como amigo, colaborador de Dickens e também seu grande rival –, Dan Simmons explora os mistérios em torno dos últimos anos da vida de Charles Dickens e poderá providenciar a chave para o seu último romance inacabado: O Mistério de Edwin Drood.

Opinião:


O Mistério de Charles Dickens apresenta uma inquietante versão dos últimos anos do conhecido romancista inglês do século XIX, e surge no mercado português no ano em que se comemora o bicentenário do nascimento do autor. Narrado na primeira pessoa por Wilkie Collins, amigo de Dickens e percursos do romance policial, a narrativa está associada ao romance que o autor deixou inacabado: O Mistério de Edwin Drood.

Ao longo da trama, o narrador apresenta as suas dúvidas quanto ao comportamento do amigo. Afinal, será que Dickens está embrenhado numa misteriosa pesquisa para o seu próximo romance, ou será que o popular romancista está a caminhar a passos largos para a loucura?

Baseado em detalhes históricos da vida de Charles Dickens, Dan Simmons explora os últimos anos da vida do autor, através de uma narrativa repleta de mistério onde os ambientes negros são constantes.

O facto de a obra estar narrada na primeira pessoa faz com que o leitor tenha acesso a um ponto de vista que pode ser condicionador. Existe uma vontade crescente de estar ao lado de Dickens, de saber o que ele está a fazer, mas isso faz parte do suspense. A visão de Collins faz com que o leitor tenha acesso a uma componente mais emocional, onde o amor, o ódio, a loucura, a obsessão e o ciúme têm papel de destaque.

É interessante observar a relação entre Dickens e Collins com as mulheres que o rodeiam. Numa sociedade que condena o adultério, o divórcio e a libertinagem, ambos vivem em situações constrangedoras mas não admitem que ninguém os condene por tal, apesar de não aprovarem o que o outro faz. Outro momento que pode despertar interesse está relacionado com a discussão de trabalho que existe entre os dois.

Contudo, esta é uma obra que pode não agradar a um leitor habituado a uma trama descritiva e com escassos momentos de ação. Existe um desejo de conhecer melhor os elementos sobrenaturais que envolvem a narrativa, mas tal não acontece. A divisão da obra original em duas publicações faz com que esta não seja uma leitura plena e, por isso, a tarefa de classificar o livro seja difícil de executar. Fica a vontade de conhecer os segredos a ser desvendados no próximo volume.

Aconselhado a todos os fãs de Dan Simmons e a quem aprecia um romance histórico repleto de mistério e de elementos ocultos.

Outras opiniões a livros de Dan Simmons:
O Terror (volume 1)
O Terror (volume 2)

2 comentários:

Fiacha disse...

Olá,

Este livro foi divido ? Realmente não compreendo e claro assim acaba por não encorajar a leitura dos mesmos.

Nunca li nada do escritor mas tenho lá o 1º volume de o Terror e penso que a começar será por esse.

Pelo que vejo não é de leitura fácil, até porque não tem muita ação :(

Mas vamos ver, quem sabe a 2 parte melhore bastante :)

Bjs

Cláudia disse...

É dividido sim, caso contrário teria mais de 900 páginas. Felizmente o segundo foi publicado pouco.
Beijinho*