segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Opinião: Time Riders – Os Guardiões da História (#1)

Título original: Time Riders (2010)
Autor: Alex Scarrow
Tradutor: Helena Serrano
ISBN: 9789722633376
Editora: Civilização Editora (2011)

Sinopse:

Liam O’Connor deveria ter morrido no mar em 1912.
Maddy Carter deveria ter morrido num avião em 2010.
Sal Vikram deveria ter morrido num incêndio em 2026.

No entanto, momentos antes da morte, alguém aparece misteriosamente e diz: “Pega na minha mão.” Mas Liam, Maddy e Sal não são salvos. São recrutados por uma agência secreta, cujo único propósito é resolver problemas na história. Porque existem viagens no tempo, e há quem queira voltar atrás para mudar o passado. É por isso que existem os Timeriders: para nos proteger. E para evitar que as viagens no tempo destruam o mundo.

No primeiro livro desta série, a equipa acabada de recrutar é lançada numa aventura mesmo antes de acabar o seu treino. Paul Kramer, um físico brilhante do futuro, tem planos para alterar o passado – para conduzir a Alemanha nazi à vitória contra os Aliados e para assegurar um Reich Mundial sob o seu domínio. Liam e Bob, a unidade de apoio da equipa, são enviados para o passado para tentarem frustrar os planos de Kramer enquanto, no presente, Maddy e Sal vêem Nova Iorque ser alterada pela chegada de uma onda temporal e transformar-se numa aterradora nova realidade – uma paisagem apocalíptica de ruínas e sobreviventes mutantes de um holocausto.

Conseguirão Liam e Bob “mudar o rumo” da história antes de os mutantes encontrarem as raparigas… e as comerem?

Opinião:

Time Riders é o primeiro livro de uma saga publicada pela Civilização Editora. Alex Scarrow inspirou-se numa ideia que surge nas cabeças de muita gente: e se fosse possível viajar no tempo? Criou três personagens e apresentou-as em momentos de morte iminente: Liam estava a bordo do Titanic, Mady estava num avião prestes a despenhar-se e Sal no meio de um incêndio. Estes jovens, de características únicas, foram “resgatados” por um homem misterioso que lhes propõe algo inesperado.

“Viverás uma vida invisível. Existirás como um fantasma, nunca totalmente pertencente a este nosso mundo. Sem nunca teres possibilidade de fazeres novos amigos, sem nunca teres a possibilidade de encontrar o amor. Terás conhecimento de coisas que… bem… que em última instância poderão conduzir-te à loucura se deixares que te confundam a cabeça. Algumas pessoas escolhem a morte (…) Devo avisar-te… que não te estou a oferecer a tua vida. Estou a oferecer-te uma saída, só isso.”

Os três jovens de épocas distintas são recrutados por uma agência secreta onde terão a missão de salvar a história tal como a conhecemos. Isto porque as viagens no tempo existem, e a mínima alteração provoca consequências consideráveis.

A leitura de Time Riders é bastante simples e acessível, contudo, o autor não descurou as fundamentações lógicas da história, sendo as mesmas bem explicadas e desenvolvidas. As personagens apresentadas possuem personalidades distintas e é fácil perceber as suas motivações.

A trama tem consistência, mas não deixa de ser previsível, o que torna certos períodos mais maçadores, no entanto o ritmo é mantido uma vez que os capítulos são pequenos. A linha cronológica apresentada no final do livro pode ajudar os mais distraídos na orientação da leitura, pois que explica os vários tipos de história apresentados ao longo da narrativa.

Ao longo da leitura, é difícil não desassociar do que é feito a nível cinematográfico nos EUA, uma vez que a história é baseada na acção e na descrição de imagens que funcionariam muito bem em Hollywood. O facto de a trama se prender com a visão ocidental de muitas questões não demonstra imparcialidade. Mais uma vez são apresentados os americanos como senhores de todas as virtudes em detrimento de outros povos que ainda são vistos como marginais e inferiores, estereótipos que quando caídos no exagero, cansam.

Time Riders não deixa de apresentar uma boa forma de os leitores mais novos se iniciarem na ficção científica. Uma leitura leve e rápida que tem uma boa ideia base mas um desenvolvimento superficial e imparcial. Tendo em conta que se trata do primeiro livro de uma saga, fica a curiosidade sobre que outras épocas da história irá o autor explorar.

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