Autor: Josephine Angelini
Tradução: Inês Castro
ISBN: 9789896573225
Editora: Planeta (2012)
Sinopse:
Helena Hamilton tem dezasseis anos e passou a vida inteira a tentar
esconder o facto de ser muito diferente, o que não é tarefa fácil numa ilha tão
pequena e resguardada como Nantucket. E está a tornar-se ainda mais difícil.
Pesadelos com a travessia desesperada de um deserto fazem com que acorde
desidratada e com os lençóis estragados de sujidade e pó. Na escola, é
assombrada com alucinações de três mulheres a chorarem lágrimas de sangue... e,
quando se cruza pela primeira vez com Lucas Delos, não percebe que estão
destinados a desempenhar os papéis principais numa tragédia que as Parcas
insistem em repetir ao longo da história. À medida que Helena vai desvendando
os segredos da sua ascendência, compreende que alguns mitos são mais do que
simples lendas. Mas mesmo os poderes de semideuses poderão não ser suficientes
para desafiar as forças que compelem Lucas e Helena a juntar-se... e que, ao
mesmo tempo, tentam separá-los.
Opinião:
Saber que a grande inspiração de Predestinados
é a mitologia grega fez-me sentir uma grande curiosidade quanto a este livro. Finalmente
o consegui ler, mas a verdade é que ficou muito aquém das expectativas.
Helena, a protagonista, é uma jovem muito insegura mas que aos olhos
dos outros é vista como perfeita. Bela, inteligente e com um bom coração, adopta
comportamentos esperados e não surpreende completamente. Desde
o início que o leitor percebe a que personagem da guerra de Tróia é que esta
jovem está ligada, mas existem algumas questões que continuam a deixar algumas dúvidas.
O par romântico desta heroína é Lucas, um jovem que acabou de chegar à pequena ilha de Nantucket. Não consegui sentir grande empatia com esta personagem e nem sei ao certo como o definir. Tal como Helena é detentor de muitas qualidades, o que faz faz com que não me parece real ou atraente. A relação entre os dois é esperada, apesar de o momento inicial ser o mais interessante, devido à questão do ódio inerente a uma maldição. Também a ligação de Lucas a uma certa personagem da Guerra de Tróia é evidente, apesar de haver uma tentativa de mistério quanto a este assunto. As restantes personagens secundárias acabam por ser mais apelativas, por demonstrarem personalidades mais credíveis. Refiro-me nomeadamente a Claire, Heitor, Ariadne, Jasão e até mesmo Zach.
Certos acontecimentos que foram apresentados levaram-me a fazer comparações automáticas com a saga de Stephanie Meyer, mais concretamente o livro Crepúsculo. Falo nomeadamente no facto de a heroína ser um poço de virtudes mas completamente insegura, de ser vigada durante o sono, de viver apenas com o pai, a relação distante que os dois têm (o momento em que ela diz ao pai que a vida dela está a mudar mas que não lhe pode dizer o que está a acontecer e ele aceita...não fez sentido com Bella não faz sentido com Helena), o facto de o "namorado" ter uma família especial e com muitos poderes, a forma como ela foi acolhida por estas pessoas...
Também a base das Casas e o facto de existirem descendentes dos deuses gregos entre os comuns mortais fizeram-me recordar a saga de Percy Jackson de autoria de Rick Riordan. E se nessa saga o sistema de Casas está melhor conseguido e explicado, em Predestinados existem consequências mais perigosas e, consequentemente, capazes de gerar uma trama mais intensa. Contudo, não foi neste livro que tal aconteceu.
Sem ser uma leitura particularmente marcante, apreciei o facto de a autora ter tentado explorar a ideia da repetição da história. A base é boa, mas a forma como foi desenvolvida não me agradou. A forma como Helena atravessava as dificuldades pareceu-me demasiado fácil e a revelação final sobre a sua origem não é nova e deixa adivinhar que também não é verdadeira.
A escrita de Josephine Angelini é simples e muito fácil de acompanhar. Apesar de momentos mais aborrecidos, o facto de haver sempre algo novo a acontecer acaba por criar incentivos à progressão da leitura.
A escrita de Josephine Angelini é simples e muito fácil de acompanhar. Apesar de momentos mais aborrecidos, o facto de haver sempre algo novo a acontecer acaba por criar incentivos à progressão da leitura.
Espero que no próximo livro, Sonhos Esquecidos, a autora desenvolva mais a componente mitológica e consiga explorar as personagens noutros sentidos, de forma a ser possível ver um lado menos perfeito e mais humano. Predestinados revelou-se uma leitura fácil, simples e que não marca.
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