Autor: Carolly Erickson
Tradutor: Marta Teixeira Pinto
ISBN: 9789722524131
Editora: Bertrand Editora (2012)
Sinopse:
Filha de uma família nobre e ambiciosa, Jane Seymor é enviada como aia de Catarina de Aragão, a mulher de Henrique VIII. Muito dedicada à rainha, é com tristeza que Jane assiste às manipulações de Ana Bolena para se tornar rainha, que incluem o homicídio de alguém que sabia um segredo seu. Também Jane se torna vítima do ódio de Ana quando esta descobre o interesse do rei pela aia. Como Ana Bolena não lhe consegue dar filhos, o rei pede a Jane que seja a sua próxima rainha. Dividida entre o seu coração e a lealdade ao rei, Jane tem uma difícil escolha a fazer.
Opinião:
Sempre me senti curiosa em relação à época Tudor e por isso
é gosto de ler livros sobre os protagonistas deste período da história do Reino
Unido. A Rainha Predileta, de Carolly
Erickson, é um livro focado em Jane Seymour, a terceira esposa de Henrique VIII
e mãe de Eduardo VI.
O leitor assiste à passagem de Jane pela corte, desde que se
encontra entre as aias da rainha Catarina de Aragão até ao momento da sua
morte, poucos dias depois de ter dado à luz o tão desejado herdeiro do Reino.
Tendo em conta que as histórias das duas esposas de Henrique
VIII costumam ser as mais exploradas, foi com um sentimento de grande
curiosidade que iniciei esta leitura. A narração, feita na primeira pessoa,
permite ao leitor ter acesso direto a esta Jane, tão devota à rainha e muito
dedicada aos seus valores pessoais. O facto de Jane ser uma aia fornece uma
visão interessante sobre as atividades femininas da época, nomeadamente no que
toca aos mexericos. Este teor aumenta com a ascensão de Ana Bolena, a mulher
que levou o rei a romper com a igreja de Roma de modo a obter o divórcio da
primeira mulher.
Ao longo da leitura, percebi que a trama estava mais
centrada no papel de Jane nos séquitos das rainhas que a precederam do que nos
seus feitos enquanto soberana. É verdade que Jane esteve casada com o rei
apenas um ano, mas esperaria ter visto uma maior exposição da sua vida
matrimonial. A sua adaptação ao trono pareceu demasiado natural, apesar da
pretensão do rei ter sido apresentada como uma verdadeira surpresa.
A escrita de Carolly Erickson é fluida e, por momentos,
demasiado simples. As suas personagens são apresentadas de um modo demasiado básico,
carecendo da profundidade necessária para as tornar marcantes e credíveis. Isto
pode ter acontecido devido ao facto de o livro ser tão pequeno e apresentar uma
ação que decorre num período de tempo longo, já que certas mudanças de
comportamento de Jane não parecem bem fundamentadas. Contudo, estas não seriam
consideradas estranhas se a autora se tivesse debruçado mais na exploração do
crescimento da sua protagonista.
A Rainha Predileta
é um livro que proporciona uma leitura interessante, com algumas curiosidades
históricas que não costumam ser apresentadas, mas que deixa a sensação de que
abordou o tema de uma forma demasiado superficial. Quem aprecia romances históricos
vai sentir falta de um outro tipo de abordagem, onde a vida e os costumes da
corte são expostos, assim como de que forma as circunstâncias da vida modificam
a personalidade e comportamento de uma personagem.
Os factos históricos importantes estão fiéis à realidade, mas
teria sido muito melhor se a autora pudesse ter escrito sobre este mesmo tema
num livro com o dobro de páginas, no mínimo.
1 comentário:
A minha opinião deste livro coincide bastante com a tua ;)
Estava a espera de mais, é um tema que tem pano para mangas e teria dado à vontade um livro maior e mais detalhado.
beijinhos e boas leituras
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