Autor: Carolyn Turgeon
Título Original: The Mermaid (2011)
Tradução: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena
Tradução: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena
ISBN: 9789896572860
Editora: Planeta (2012)
Inspirada pelo conto tradicional de Hans Christian Andersen,
Carolyn Turgeon cria uma nova versão da conhecida história de “A Pequena Sereia”.
Sinopse:
Lenia é uma sereia, a filha mais nova dos governantes dos
mares. Margrethe é uma princesa do reino do Norte, filha única de um rei que
anseia derrotar o seu inimigo do sul.
Quando Lenia faz 18 anos, tem, finalmente, oportunidade de
visitar a superfície. A sereia, que ansiava por este momento, deparasse com uma
terrível tempestade que naufraga um navio. Lénia fica horrorizada com a morte
de tantos homens, e quando observa um que luta com todas as forças pela sua
vida, a seria não hesita e inicia uma missão de salvamento.
Margrethe é obrigada a esconder-se num convento à beira-mar,
pois o seu reino está em guerra. Num dos seus passeios pelos jardins junto ao
mar, a princesa observa algo única: uma sereia surge do mar com um homem nos
braços. Encantada, Margrethe entende que assistiu a um verdadeiro golpe do
destino e dedica-se á salvação do marinheiro inconsciente.
O misterioso homem torna-se objeto de afeições das duas
mulheres, que nem desconfiam que se trata do príncipe herdeiro do reino do sul.
As duas vão fazer grandes sacrifícios de modo a conquistarem, também, o seu
amor.
Opinião:
“A Sereia” é uma história contada a duas vozes. O leitor conhece
os pontos de vista da Sereia Lenia e da princesa Margrethe, graças a capítulos
alternados, que relatam, na primeira pessoa, as experiências de cada uma destas
personagens. Deste modo, é fácil entender os sentimentos e motivações de cada
uma destas mulheres provenientes de mundos diferentes, mas com características
em comum.
É curioso observar que tanto Lenia como Margrethe ficam
encantadas com o mundo ao qual não pertencem. As duas deixam-se levar por
aquilo que julgam ser mensagens do destino, apaixonam-se pelo mesmo homem e
correm grandes riscos pela possibilidade de terem um futuro ao lado dele.
Carolyn Turgeon desenvolve estas duas mulheres de uma forma
bastante interessante. É natural que o leitor, a certo momento, fique a torcer
por uma em detrimento da outra, mas a verdade é que as duas são bastante fortes. O mesmo não se pode dizer do príncipe, o homem amado pelas
duas. Galante, misterioso e sedutor, possui características típicas da época
medieval, sendo que acaba por não respeitar, totalmente cada uma das suas
admiradoras. Por esse motivo, custa entender a grande devoção das duas
mulheres, que chegam a arriscar o futuro e tudo o que de melhor possuem pela
mera possibilidade de reconhecimento.
Escrita de forma fluída, esta é uma narrativa que embala o
leitor para a sequência de acontecimentos através de um ritmo rápido. Os
sentimentos de cada uma são bem visíveis, o que torna a leitura mais intensa. É
interessante observar as reflexões de Lenia relativamente à vida eterna e a
necessidade de encontrar um propósito maior para a sua vida. Este fator torna o
seu fascínio pela superfície mais consistente.
Adaptação de um conhecido conto, esta é uma história que não
guarda grandes surpresas. Confesso que esperava ver um lado mais negro do que o
original, mas a verdade é que tal não acontecesse. O final está demasiado embelezado,
enquanto na versão de Hans Christian Andersen tudo é mais duro e cruel. Fica a
sensação que tudo acaba demasiado rápido, e surge uma necessidade de perceber o
que acontece a uma certa personagem central.
“A Sereia” é uma leitura leve, que se faz num ápice e dotada
de momentos encantadoras. Recomendo a todos os que apreciam adaptações do género
e, especialmente, a quem cresceu com a fantasia de “A Pequena Sereia”.
3 comentários:
Está visto que tenho mesmo de ler este livro. Se estava curiosa, acabei de ficar mais ainda!
É um pequeno mimo. Algo me diz que vais gostar Rita*
Pois, é o que penso que será! Acho que tens razão ^^
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