Título original: Incarceron (2007)
Autor: Catherine Fisher
Tradução: Mário Dias Correia
Autor: Catherine Fisher
Tradução: Mário Dias Correia
ISBN: 9789720043726
Editora: Porto Editora (2012)
Editora: Porto Editora (2012)
Sinopse:
Finn é um jovem que perdeu a memória. Tudo o que se lembra é
de acordar numa cela de Incarceron e, desde então, procura uma justificação
para o facto de não se recordar o passado. O mundo a que tem acesso é uma vasta
prisão dotada de inteligência, autossuficiente e que parece não ter limites. Tal
como os outros habitantes de Incarceron, Finn conhece sabe que a prisão
foi encerrada há séculos e sonha com a lenda de que apenas um homem conseguiu
alcançar a liberdade. Como tal, o jovem alia-se a uns estranhos companheiros e juntos procuram
uma saída. Mas entre o grupo há a dúvida: será que estão numa prisão ou será
aquele todo o mundo que existe?
Paralelamente, no exterior, está Claudia Arlexa, a filha do
guardião da misteriosa prisão. Ressentida pela relação distante que tem com o
pai, Claudia encontra-se envolvida numa grande intriga política que coloca em causa o
seu futuro. Amargurada por não poder tomar decisões sobre a sua vida, é movida pela vontade crescente de descobrir a localização da mítica prisão. Audaz, a jovem investiga os pertences
do pai e toma posse de uma peculiar chave de cristal que lhe permite comunicar
com um rapaz que afirma estar aprisionado em Incarceron. O nome desse rapaz é
Finn.
Opinião:
A conceção geral deste livro é bastante aliciante, o que me fez partir para a leitura com algumas expectativas. O leitor
fica a par de duas realidades dissemelhantes mas que estão intimamente ligadas.
Por um lado existe a obscura prisão e os seus habitantes que chegam a ser meio
humanos meio máquina que vivem numa verdadeira lei do mais forte. Por outro existe o exterior
que é governado sob o Protocolo, uma lei que obriga todos a viverem como se
estivessem presos no século XVII, apesar de a evolução tecnológica ser
evidente. As descrições das paisagens lúgubres e assustadoras da prisão, da
sociedade exterior aparentemente mais fresca e campestre e dos palácios
requintados e glamorosos são fascinantes e os maiores atrativos da leitura.
Se os ambientes são encantadores, as personagens não guardam
grandes surpresas. Finn, e os seus companheiros são dotados de personalidades típicas
e as suas ações são bastante previsíveis. Já Claudia surge com maior
complexidade mas, mais uma vez, não existem grandes abalos no seu
desenvolvimento. Estas personagens ganham com as reflexões que lhes são inerentes. Assim, a
autora leva o leitor a questionar-se sobre o verdadeiro valor da liberdade, sobre
o arrependimento, a fidelidade e a coragem.
Terminada a leitura, senti que existiram certos assuntos que
não necessitavam de tanta atenção enquanto outros mereciam um maior
desenvolvimento. Fica, então, a necessidade de saber
mais sobre estes mundos. Gostaria de ter visto um lado mais negro e Incarceron mais explorada, não
enquanto espaço onde decorre a ação, mas enquanto entidade mecânica que governa
uma realidade com mão de ferro.
O final não possui grandes revelações e fica a ideia (que
entretanto fui confirmar) de que a autora está a preparar a continuação deste
livro. Sinceramente, penso que não haveria necessidade para tal, e que este
funcionaria muito melhor se tivesse sido pensado para ser um livro
independente. É uma leitura agradável e descontraída, mas não é particularmente marcante.
Nota: A adaptação cinematográfica de "Incarceron" está em pré-produção desde fevereiro de 2012.
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