quinta-feira, 21 de junho de 2012

Opinião: O Alquimista


Título original: The Alchemyst: The Secrets of the Immortal Nicholas Flamel (2008)
Autor: Michael Scott
Tradução: Leonor Bizarro Marques
ISBN: 9780385733571
Editora: Gailivro (2009)

Foi hoje anunciado que a produtora AMPCO Films adquiriu os direitos do livro “O Alquimista” e o que a produção do filme vai começar em fevereiro de 2013. Ao que tudo indica, será o próprio Michael Scott, o autor do livro, o responsável pelo guião desta adaptação cinematográfica.

Considerando esta notícia, achei que este era o momento certo para publicar a minha opinião acerca do primeiro livro da série “Os Segredos de O Imortal Nicholas Flamel”.

Sinopse:

Josh e Sophie são irmãos gémeos, que conseguiram arranjar trabalhos de verão na mesma rua. Enquanto Sophie conhece os odores de uma casa de chá, Josh tenta entender-se dentro de uma livraria que está na posse de um estranho casal. O que os dois irmãos não sabem é que convivem diariamente com dois humanos que descobriram o segredo da pedra filosofal: Nicholas e Perenelle Flamel. Este casal antigo é perseguido por um outro alquimista que possui intenções questionáveis: John Dee, uma personalidade bastante conhecida do século XVI.

Os irmãos encontram-se envolvidos numa luta para recuperar um livro antigo e poderoso e descobrem alguns segredos impensáveis: parece que a magia realmente existe e que todas as histórias, lendas e mitos têm um fundo de verdade muito maior do que era esperado!


Opinião:

Michael Scott pretendia criar uma série que envolvesse temas míticos e lendários com a demanda de dois irmãos gémeos. Esta ideia só tomou um rumo quando o autor visitou em Paris, aquela que foi a casa de Nicholas Flamel, alquimista, astrólogo, vendedor, livreiro e escrivão do século XIV. Foi assim que surgiu este livro, o primeiro de uma série.

A construção de um mundo onde todas as divindades e seres sobrenaturais e místicos existem é o principal atractivo deste livro. O autor revela que possui um vasto conhecimento destes assuntos e, para além disso, sabe entrelaçar aspectos de diferentes origens o que permite a aquisição de novos conhecimentos. Assim, o leitor conhece a existência de um povo anterior à humanidade, explora a verdadeira natureza da magia enquanto capacidade obtida através da plena captação sensorial e acompanha as intrigas criadas por Morrighan, a deusa celta da guerra e da morte, e Bastet, a deusa egípcia da fertilidade (não, não existe aqui qualquer erro, existe mesmo uma mistura de mitologias), por exemplo.

Enquanto o mundo criado pelo autor é tão interessante e apelativo, as personagens parecem carecer de uma construção mais sólida e profunda, uma vez que parecem terem sido criadas segundo certos estereótipos onde o aprofundamento parece improvável, sendo difícil par ao leitor criar empatia. O facto de os gémeos, personagens principais, serem adolescentes de 15 anos pode, à partida, afastar alguns leitores cansados das tramas destinadas a um público mais jovem. O facto de, por vezes, se tornar complicado distingui-los graças às personalidades bastante semelhantes também não ajuda.

"O Alquimista" revela ser um livro de leitura agradável, a qual não deve ser iniciada com expectativas elevadas. Os pormenores simbólicos e os conhecimentos do autor são, sem dúvida, os aspectos que marcam a diferença.

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