Título original: La Vie est Facile n t'Inquiète Pas (2015)
Autor: Agnès Martin-Lugand
Tradutor: Rita Carvalho e Guerra
ISBN: 9789896650346
Editora: Suma de Letras (2016)
Sinopse:
Desde o seu regresso da Irlanda, Diane virou a página da sua tumultuosa história com Edward, determinada a reconstruir sua vida em Paris. Com a ajuda do seu amigo Felix, lança-se de cabeça na compra e abertura do seu café literário. E é aí, em As pessoas felizes lêem e bebem café, o seu refúgio, que conhece Olivier. É simpático, atencioso e principalmente compreende e aceite a sua recusa em ser mãe novamente. Diane sabe que nunca vai se recuperar da perda da sua filha.
No entanto, um evento inesperado muda tudo: as certezas de Diane, as suas escolhas, pelas quais tanto lutou, vão entrar em colapso, uma após a outra.
Será que Diane tem a coragem necessária para aceitar um outro caminho?
Opinião:
Foi com surpresa que percebo que Agnès Martin-Lugand tinha escrito a continuação de As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café (opinião aqui). A temática do luto continua presente, mas desta vez de uma forma mais ténue. É que Diane, a protagonista, já conseguiu sair da depressão e está agora a lutar pela sua felicidade. Nota-se que continua a evoluir, mas ainda tem alguns traumas e dificuldades a ultrapassar.
Diana continuou a gerar em mim sentimentos diferentes. Por um lado sinto empatia pela dor que sofreu e quero muito vê-la a voltar a ser feliz, por outro vejo que ela nem sempre entende os seus sentimentos e por isso acaba por adiar tudo o que de bom a vida ainda lhe pode dar, o que é frustrante. Mas ao mesmo tempo, dei por mim a pensar em como nós tentamos muitas vezes negar o que realmente queremos por acharmos que outras opções nos podem fazer melhor. É a luta entre coração e mente.
Além da luta individual da protagonista por reafirmar-se e voltar a encontrar um rumo acaba por estar ligada aos homens que atravessam a sua vida. Vemos a relação distante com o pai, a grande amizade com Félix, a estabilidade e carinho com Olivier e a paixão dolorosa com Edward. Gostei que todos eles tivessem papéis bem distintos, mas gostaria de ter visto o lado familiar mais explorado.
Relativamente à componente mais romântica, voltou a ser apresentada com realismo. Consegui sentir as dúvidas de Diane e a confusão dos seus sentimentos. Também me senti atordoada com um aparecimento e tal como ela tentei perceber o que estes homens queriam dela e o que lhe tinham para oferecer. Ela ficou numa posição ingrata, o que me levou, enquanto leitora, a analisar os prós e contras de cada opção. Mas a descrição e desenvolvimento de sentimentos não deixava margens para dúvidas quanto ao que iria acontecer.
Terminado esta leitura, senti-me bem e satisfeita com o fim da trama. Faz-nos suspirar e acreditar que, tal como o título indica, a vida guarda sempre algo de bom para todos, e nós só temos de saber como agarrar as oportunidades que surgem. Porém, também dei por mim a pensar se este livro não foi escrito da necessidade da autora responder às críticas relativas à conclusão do volume anterior, já que esse fim gerou tantas dúvidas. Mas também acredito que se trata de um livro que pode ser lido sem necessidade ao anterior, pois a autora explica tudo o que é necessário para compreender este.
Agnès Martin-Lugand volta a provar que é capaz de contar histórias bonitas e que nos tocam o coração, ao mesmo tempo que apresenta personagens reais e com as quais nos conseguimos identificar. Ao mostrar que depois da dor existe luz, a autora faz-nos ter esperança na superação e na felicidade. Sendo assim, fico satisfeita por este livro ter surgido e assim ter conseguido ver Diane a evoluir e a sorrir.
Outras opiniões a livros de Agnès Martin-Lugand:
As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
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