quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Opinião: A Rainha Vermelha (Rainha Vermelha #1)

Título Original: Red Queen (2015)
Autor: Victoria Aveyard
Tradução: Teresa Martins de Carvalho
ISBN: 9789896378486
Editora: Edições Saída de Emergência (2015)

Sinopse:

O mundo de Mare, uma rapariga de dezassete anos, divide-se pelo sangue: os plebeus de sangue vermelho e a elite de sangue prateado, dotados de capacidades sobrenaturais. Mare faz parte da plebe, os Vermelhos, sobrevivendo como ladra numa aldeia pobre, até que o destino a atraiçoa na própria corte Prateada. Perante o rei, os príncipes e nobres, Mare descobre que tem um poder impensável, somente acessível aos Prateados.Para não avivar os ânimos e desencadear revoltas, o rei força-a a desempenhar o papel de uma princesa Prateada perdida pelo destino, prometendo-a como noiva a um dos seus filhos. À medida que Mare vai mergulhando no mundo inacessível dos Prateados, arrisca tudo e usa a sua nova posição para auxiliar a Guarda Escarlate – uma rebelião dos Vermelhos – mesmo que o seu coração dite um rumo diferente.A sua morte está sempre ao virar da esquina, mas neste perigoso jogo, a única certeza é a traição num palácio cheio de intrigas. Será que o poder de Mare a salva... ou condena?

Opinião:

Fiquei muito entusiasmada com a publicação em Portugal de Rainha Vermelha, livro sobre o qual tinha lido tantas opiniões positivas. Victoria Aveyard apresenta um mundo que tem um grande fosso entre classes, já que de um lado está a plebe, composta por humanos comuns de sangue vermelho e que lutam pela sobrvivência, e ainda pelos nobres, de sangue prateado e dotados de superpoderes.

Mare é a protagonista desta trama. Ao início, gostei que fosse uma rapariga com uma personalidade muito vincada, disposta a quebrar regras e a colocar-se em risco em prol daqueles que mais ama. Achei que a autora fez uma boa opção ao fazer com que Mare adore a sua irmã e ao mesmo tempo a inveje. Digo isto porque se tratam de emoções e sentimentos contraditórios mas que acabam por dar veracidade à personagem. Contudo, com o desenrolar da trama, o meu entusiasmo por Mare começou a desaparecer.

Num certo momento, Mare passa a ser mais uma personagem igual a tantas outras que já conheci em livros do género. Acredito que tal aconteceu devido à fraca construção do triângulo amoroso desta obra. Apesar de não se falar diretamente em sentimentos, a heroína acaba por se ver entre dois homens pelos quais, de certa forma, começa a nutrir sentimentos de carinho ou de lealdade. Ambos são muitos distintos, mas é muito fácil perceber qual acabará por ser a escolha da protagonista. Sim, existem uma série de acontecimentos que parecem levar tudo para um outro sentido, mas o leitor percebe que a autora está a guardar uma reviravolta para o final. Por isso, quando tal acontece, não surpreende.

Perante as suas dúvidas, Mare começa a ficar um pouco apagada. E além disso, o facto de, de algum modo surgirem algumas revelações quanto à própria protagonista parecem, de certa forma, demasiado forçadas. Mais tarde percebemos que existe uma explicação para tal, mas, mesmo assim, gostaria que tudo tivesse sido melhor pensado para que a informação fosse apresentada de uma forma mais plausível. Mas devo salientar que os dados que nos são fornecidos no final dão uma visão mais abrangente deste mundo e das suas potencialidades.

Relativamente às capacidades dos Prateados, devo admitir que pensava sempre nos X-Men sempre que estes surgiam ou eram mencionados. É evidente que a autora é fã destes mutantes, tanto que eles claramente a inspiraram na criação destes nobres tão dotados. Nada contra a fonte de inspiração, mas gostaria de não ter percebido logo onde Victoria foi buscar esta ideia. Para tal, penso que os Prateados poderiam ter sido trabalhados de outra forma.

No final, fiquei sem perceber o motivo de este livro ser tão elogiado. É verdade que me conseguiu entreter, mas senti que não era novo ou refrescante o suficiente para marcar a diferença. O livro está bem escrito, o ritmo da trama é constante, mas tal não é suficiente. Percebo que esta é a estreia de Victoria Aveyard e espero que os próximos livros desta série tragam desenvolvimentos mais interessantes e intensos.

Sem comentários: