Título Original: The Walking Dead: The Road to Woodbury (2012)
Autor: Robert Kirkman e Jay Bonansinga
Tradução: Jorge Colaço
ISBN: 9789896376666
Editora: Edições Saída de Emergência (2014)
Sinopse:
O que faria para sobreviver num mundo pós-apocalíptico?
Até onde iria para preservar a sua vida?
Num mundo devastado por uma praga que colocou os mortos contra os vivos, Lilly Caul é uma sobrevivente que encontra refúgio na cidade de Woodbury. A princípio, Woodbury aparenta ser um santuário perfeito que restitui esperança às pessoas, governada por um auto-proclamado líder de nome Philip Blake que mantém os cidadãos na linha. Mas Lily começa a suspeitar que nem tudo é o que parece… Blake, que começou a chamar-se a si próprio de Governador, tem estranhas e brutais noções de justiça e ordem.
Quando Lilly e um grupo de rebeldes decidem então desafiar a sua autoridade, mal sabem que irão abrir uma caixa de Pandora que irá libertar o caos e a destruição… E o que era o último reduto de esperança, torna-se uma estrada para o pesadelo.
Opinião:
Apesar de não acompanhar a série "The Walking Dead" e de apenas ter lido as primeiras edições da banda-desenhada que inspirou o sucesso televisivo, fiquei muito curiosa quanto aos livros que estão a ser publicados pelas Edições Saída de Emergência. Estes são uma prequela e contam a história do como surgiu a comunidade de Woodbury, um local que surge como uma das últimas resistências humanas mas também como um sítio onde se praticam actos arrepiantes.
Depois de ter lido The Walking Dead – A Ascensão do Governador e de ter ficado muito bem impressionada com a história, não resisti em pegar em The Walking Dead - A Estrada de Woodbury. Logo nas primeiras páginas, é possível perceber que o ambiente que me cativou no primeiro volume mantém-se nesta nova leitura. Aquela sensação de perigo permanente, o desespero, o medo constante, a luta pela sobrevivência e o despoletar de instintos pouco convencionais estão presentes em cada página deste livro.
Contudo, esta leitura não me agarrou tanto como aconteceu com a anterior. Penso que isso aconteceu por não ter conseguido criar ligações com as personagens. Lilly Caul é apresentada como figura central, mas as situações em que se envolve acabam por a colocar num segundo plano. Ao início, ficamos com a ideia de que ela é uma rapariga jovem que acabou de ultrapassar um choque. Por isso mesmo, acaba por ser apagada por outras figuras que tomam decisões importantes para o desenrolar da trama. Com o avançar da leitura, percebe-se que Lilly está a viver uma mudança drástica de personalidade, mas isso não é visível nas suas acções. Só perto do final é que ela toma uma atitude, mas tal já acontece tarde.
Josh parece ser a figura central durante a maior parte da narrativa. Ele é o líder que move os outros, mas por ser tão correcto e previsível acaba por não conseguir gerar o interesse necessário. Bob é um homem mais madura que está a enfrentar os seus próprios demónios. Gostei bastante de o conhecer e os capítulos que eram apresentados sob o seu ponto de vista eram sempre interessantes. Megan é uma mulher que me pareceu autêntica. Ela representa a decadência humana e o desespero, o que acaba por fazer dela uma figura de grande interesse. Já Scott é um elemento que parece servir apenas de adorno, uma vez que tem tão pouca relevância.
O Governador regressa assim como a comunidade que gere. Volta a ser curioso ver como a sociedade de Woodbury está organizada, como os mais fortes se aproveitam dos mais fracos e conhecer as novas medidas para prevenir rebeliões e ataques à figura de poder. Isto faz pensar sobre o comportamento humano em situações extremas, o que pode causar arrepios no leitor.
A história apresentada é simples, não possui grandes reviravoltas e acaba por ser previsível. Para além disso, existem vários aspectos que podem não ser facilmente aceites, tais como a existência de uma comunidade no meio de uma floresta que mora em tendas. Também a forma como o grupo ao qual Lilly pertence foi parar a Woodbury pareceu-me demasiado fácil.
O final pareceu-me insípido. Não houve uma verdadeira conclusão e fiquei com a ideia de que a história tinha ficado a meio. Percebo que os autores vão contar no próximo volume o que acontece a cada personagem, mas gostaria de ter visto algo mais pensado e composto. A trama pode não me ter agarrado como aconteceu com a do livro anterior, mas mesmo assim tenho curiosidade de ler o próximo volume. Afinal, a figura do Governador e Woodbury continuam a cativar-me. The Walking Dead - A Estrada de Woodbury é um livro que ficou áquem das expectativas, mas no qual os fãs da série poderão ficar a conehcer alguns aspectos interessantes sobre este universo.
Outras opiniões a livros de Robert Kirkman e Jay Bonansinga:
The Walking Dead – A Ascensão do Governador
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