Título Original: Endgame - The Calling (2014)
Autor: James Frey e Nils Johnson-Shelton
Tradução: Maria João Afonso
ISBN: 9789722353984
Editora: Editorial Presença (2014)
Sinopse:
«Terra. Agora. Hoje. Amanhã. O Endgame é real. O Endgame já começou. O futuro ainda está por escrever. O que for será.» Lê o livro. Descobre as pistas. Resolve o puzzle. Só um pode ganhar.
Eles chegaram à Terra há 12 mil anos. Vieram dos céus e criaram a humanidade. Quando se foram embora deixaram um aviso: um dia iriam voltar... E quando voltassem, teria início o grande jogo, o Endgame. Ao longo de dez mil anos, as doze linhagens originais existiram em segredo, mantendo sempre, cada uma delas, um jogador preparado para entrar em ação a qualquer momento. Agora que eles voltaram, os doze jovens jogadores estão a postos para entrarem no grande jogo que decidirá o futuro do planeta e da humanidade. Mas só um pode vencer: quem encontrar primeiro as três chaves escondidas algures na Terra. E é sobre a busca da primeira chave que se centra este primeiro livro da série.
Endgame não é apenas um livro. Endgame é uma experiência multimédia a nível mundial inovadora, que inclui um jogo revolucionário construído pela Niantic Labs (Google) através da qual é possível jogar uma versão do Endgame no mundo real. No fim, há um prémio para o primeiro a conseguir resolver o puzzle oculto no livro: meio milhão de dólares em ouro.
Opinião:
Endgame - A Chamada é o início de uma trilogia criada por James Frey e Nils Johnson-Shelton. Quando peguei neste livro fiquei muito curiosa. Afinal, estas páginas não só contam uma história de ficção científica como ainda dão pistas sobre um tesouro que está à espera de ser descoberto por um dos leitores. Uma ideia muito inovadora e que me fez começar logo a ler este livro.
Os autores decidiram contar esta história sobre diversos pontos de vista. Desta forma, conseguimos não só acompanhar cada jogador como perceber a personalidade, motivações, crenças e cultura de cada um. E como adorei que assim fosse. Afinal, cada jogador é o representante de uma das primeiras civilizações humanas. Isso faz com que eles venham de diferentes partes do mundo e, por isso, sejam tão diferentes. Fiquei deliciada com a forma como os autores os conseguiram diferenciar tão e bem, construir tantas personalidades diferentes assim como postura distintas face ao jogo. Isto fez-me pensar que nós somos também o produto do local onde vivemos e das pessoas que nos rodeiam, para além de que me fez ficar maravilhada com a diversidade cultural.
Apesar de serem 12 jogadores, é inevitável que existam alguns que tenham maior destaque do que outros. Também é inevitável que nos sentimos mais cativados por uns do que por outros. Pareceu-me que os autores se focaram muito em Sarah, Jago e Chiyoko. Penso que isto aconteceu porque a primeira representa a cultura ocidental e americana, por isso seria mais fácil de criar ligações com o leitor. O segundo é um rapaz divertido, corajoso e atraente, que apesar de não ser surpreendente acaba por desempenhar um papel previsível mas que costuma atrair leitores. Já Chiyoko é uma figura muito atraente. Ao início não consegui simpatizar com ela, apesar de ser uma rapariga muito diferente de todos os outros jogadores. Contudo, conforme o jogo vai avançando, queria saber mais dela e fiquei bem impressionada com as suas tácticas.
O jogo de Endgame é cruel. Confesso que me custou a aceitar o treino de cada um dos jogadores e o facto de eles serem tão jovens. Ao início, tinha receio de que o facto de eles serem tão novos fizesse com que esta leitura fosse mais leve e juvenil, mas não senti isso. Endgame apela aos mais básicos instintos humanos e aos valores pessoais. Por isso mesmo, cada jogador, apesar de jovem, aceita o seu papel com responsabilidade e surge quase como que um adulto bem formado e dotado de grandes conhecimentos.
Gostei da história que suporta Endgame. Os autores pegaram numa teoria sobre o aparecimento de vida na Terra e sobre a evolução do homem e exploraram-na de uma forma bastante interessante. Contudo, terminada a leitura, fiquei com a noção que ainda existe muito por explicar e isso gera alguma frustração. Espero que esta ideia não tenha terminado, que os autores mostrem que ela ainda tem muito para dar e nos surpreendam.
A escrita é fácil de acompanhar. O facto de cada ponto de vista ser curto puxa para uma leitura rápida. Por isso mesmo, o ritmo dos acontecimentos parece alucinante, o que tanto pode fazer com que surja adrenalina como também pode provocar uma certa confusão em entender como certos momentos estão ligados. Fica também a ideia de que certas personagens poderiam ter sido melhor exploradas.
Quanto ao jogo que os autores criaram para os leitores, confesso que foi fácil perceber onde estavam as pistas, mas apenas isso. É com tristeza que vos anuncio que muito provavelmente não serei a vencedora do prémio de meio milhão de dólares. Contudo, gostei bastante de observar as imagens apresentadas e os links e de criar as minhas próprias teorias (apesar de elas não chegarem a lado nenhum). Pode ser que um de vocês consiga decifrar este código!
Endgame - A Chamada proporciona uma leitura, divertida, rápida, intensa e que chama a atenção para os problemas e para a diversidade do nosso planeta. Fiquei bem surpreendida com esta leitura onde tudo pode acontecer. O final deixou-me ansiosa pelo próximo volume que promete grandes revelações. Mal posso esperar por o ter nas mãos e continuar a jogar este jogo tão intenso!
Saibam mais sobre o livro Endgame - A Chamada aqui!
Sem comentários:
Enviar um comentário