segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Opinião: Um Caso Perdido

Título Original: Hopeless (2012)
Autor: Colleen Hoover
Tradução: Priscila Catão
ISBN: 9789898626509
Editora: TopSeller (2014)

Sinopse:

Preferia saber a verdade, ainda que isso fizesse de si um caso perdido, ou continuar a viver uma mentira?
Quando Sky conhece Dean Holder no liceu, um rapaz com uma reputação tão duvidosa quanto a dela, sente-se aterrorizada, mas também cativada. Há algo naquela figura que lhe traz memórias do seu passado mais profundo e perturbador. Um passado que ela tentou por tudo enterrar dentro da sua mente.
Ainda que Sky esteja determinada a afastar-se de Holder, a perseguição cerrada que ele lhe dedica, bem como o seu sorriso enigmático, fazem-na baixar as defesas, e a intensidade da relação entre os dois cresce a cada dia. Mas o misterioso Holder também guarda os seus segredos, e, quando os revela a Sky, ela vê-se confrontada com uma verdade tão terrível que pode mudá-la para sempre. Será Sky quem ela pensa que é? E será que os dois conseguirão sarar as suas feridas emocionais e encontrar um modo de viver e amar sem limites?
Um Caso Perdido (Hopeless) é um romance intenso que o irá comover e arrebatar, ao mesmo tempo que o fará recordar o seu primeiro amor.

Opinião:

Ver tantos comentários positivos a Um Caso Perdido fez-me sentir uma grande curiosidade quanto a este livro. Sugeriam-me uma história de partir o coração, uma grande revelação e um romance inspirador. Infelizmente eu não senti nada disso. As minhas expectativas quanto a este livro de Colleen Hoover não foram alcançadas. A verdade é que achei este leitura medíocre.

Sky é a protagonista desta trama. Aquilo que inicialmente me chamou a atenção nela não foi a personalidade, mas sim o facto de ser uma jovem que foi educada segundo parâmetros diferentes e ainda a amizade dela com Six. A forma de educação escolhida para ela vai sendo explicada ao longo das páginas e a amizade com Six, infelizmente, é pouco desenvolvida já que esta personagem quase que desaparece da história. A nível de personalidade, Sky não me pareceu consistente. Ao início parece uma jovem sem opinião própria, que se move por influência de Six, mas, de um momento para o outro, sugere ser exactamente o contrário, deixando até a dúvida de que realmente tem 17 anos. Também não percebi a ideia de ela se envolver, a um certo nível, com alguns rapazes e da necessidade da autora querer explicar que ela não é uma "galdéria".

Sendo este um livro destinado a um público jovem adulto, a autora escolheu centrar quase toda a narrativa num romance. E foi aqui que, na minha perspectiva, este livro ficou a perder e muito. Não tenho nada contra a ideia do romance, mas sim quanto à forma como este foi explorado. Sky encontra Holder e desde o primeiro momento que é possível sentir a forte atracção entre eles. Até aqui tudo bem. O que me desagradou foi o facto de nas páginas seguintes, quase até dois terços do livro, tudo andar à volta do quanto eles os dois são perfeitos um para o outro. Fiquei cansada de tantas descrições de beijos, abraços, provas de amor, ocasionais desmaios e de tantos discursos pouco realistas.

E curiosamente, tal como aconteceu com Sky, também Holder não me pareceu ser alguém coerente. Percebo que a autora quis tentar transmitir a ideia de que não é fácil perceber logo a essência das pessoas, mas comparando o Holder do início do livro com o Holder do fim sinto que estou perante duas personagens distintas. O primeiro é um rebelde temperamental, o último é sensível e compreensivo. Outro aspecto que não me agradou nele foi o facto de ele ser um perseguidor. Não sei como esta ideia continua a funcionar e a ser considerada romântica, pois a mim sempre me pareceu assustadora e perturbadora. De todas as figuras, a minha preferida acabou mesmo por ser Karen. Sinto que ela fez sentido do início ao fim e que foi a única figura que foi realmente pensada.

O tema principal deste livro não é evidente logo nas primeiras páginas, mas vai sendo desvendado aos poucos e poucos. As atitudes e memórias de Sky fizeram-me perceber, com facilidade, qual era o seu passado, o que fez com que a suposta grande revelação não tivesse um efeito tão dramático. O livro começou realmente a ficar interessante a partir do momento em que este tema passou a ser exposto de uma forma directa. Aqui, valeu a experiência profissional da autora, o que fez com que ela conseguisse transmitir bem o sofrimento pelo qual Sky passou e continua a passar. Fiquei incomodada e revoltada com alguns momentos, mas isso é bom, pois significa que pelo menos aqui Colleen Hoover fez um bom trabalho.

O final também não me pareceu apropriado. Penso que Sky aceitou com demasiada facilidade todos os eventos descobertos e recordados. Para além disso, pareceu-me que a autora não terminou realmente a história, uma vez que escolheu fazê-lo de uma forma fácil e "cor-de-rosa", deixando muito por explicar.  Um Caso Perdido foi uma desilusão. Um livro que tenta transmitir uma mensagem forte mas que acaba por fazê-lo de uma forma insatisfatória. As personagens não me cativaram, a linguagem pareceu-me descuidada e o mistério é facilmente resolvido. Esperava muito mais.

2 comentários:

WhiteLady3 disse...

Eu nem sequer consegui acabar o livro. Perdi a conta às vezes que ela ficava sem ar e como me pareceu que o livro ia ser mais disso desisti.

Cláudia disse...

WhiteLady, obrigada pela mensagem. Só tenho visto críticas muito positivas a este livro e é otimo saber que houve mais alguém a sentir o mesmo que eu. Um beijinho*