Autor: Rick Yancey
Título Original: The 5th Wave (2013)
Tradução: Miguel Romeira
ISBN: 9789722352529
Editora: Editorial Presença (2014)
Sinopse:
A 5ª Vaga, o volume que dá início à trilogia com o mesmo nome, é uma obra-prima da ficção científica moderna. É um épico extremamente original, que nos apresenta um cenário de invasão extraterrestre do planeta Terra como nunca antes foi escrito ou sequer imaginado. Nesta narrativa assombrosa, uma nave extraterrestre fixa-se na órbita da terra, à vista de todos mas sem estabelecer qualquer interação. Até que, subitamente, uma gigantesca onda eletromagnética desativa todos os sistemas da Terra, e todas as luzes, comunicações e máquinas deixam de funcionar. A esta primeira vaga seguem-se outras, num crescendo de violência que devasta grande parte da humanidade.
Será este o fim da existência humana sobre a Terra? Haverá ainda alguma salvação possível? A 5ª Vaga é um thriller de alta voltagem, com todos os ingredientes para se tornar um grande clássico da literatura fantástica universal.
Opinião:
A Editoral Presença aposta na ficção cientifica através de A 5ª Vaga, o primeiro livro de uma trilogia de autoria de Rick Yancey. Esta foi uma leitura que comecei com entusiasmo, afinal aprecio o género em que se enquadra para além de que as várias nomeações a prémios deixaram-me curiosa.
O primeiro aspecto que me chamou a atenção foi o tipo de escrita. A história começa por ser narrada na primeira pessoa por Cassie, uma jovem que está longe de ser perfeita e que é adepta do sarcasmo e da ironia. Através do tom usado, é possível ficar a par de um cenário devastador através de uma linguagem pautada pelo humor negro. Este foi um factor que me agradou, pois faz-me pensar que foi a forma utilizada pela personagem para manter a sanidade num cenário de destruição e morte. Contudo, este tom pode também causar alguma estranheza por estar associado a uma adolescente que, apesar das grandes provações por que está a passar, não deixa de ser possuidora de uma certa ingenuidade.
Cassie torna-se numa protagonista que se destaca. Isso não acontece tanto devido à sua personalidade, já que é a típica jovem corajosa que sofreu grandes perdas e que luta por um ideal. O que mais chama a atenção nesta figura é a forma como ela relata o que aconteceu ao mundo e o que a faz mover. Ao início o leitor não percebe a razão de Cassie estar sozinha, mas aos poucos ela dá as peças do puzzle e leva à observação do plano geral. E quando finalmente esta curiosidade é saciada, o autor apresenta uma reviravolta e apresenta novos pontos de vista e, com eles, novos mistérios.
É assim que surgem outras duas figuras masculinas. É curioso ver como tom da escrita muda consoante o ponto de vista que está a ser relatado, adaptando-se de uma forma natural e bastante convincente. Estas duas outras figuras diferem de Cassie, sendo que uma acaba por revelar um lado mais sério e duro, enquanto outro é um símbolo de inocência em tempos de crise.
Mas mais do que as personagens, é a construção do enredo que estimula a leitura e que faz ser difícil largar o livro. O autor soube construir um grande mistério, sendo que mesmo quando o leitor vai desvendado alguns aspectos, acaba por perceber que afinal existe muito mais por descobrir. Questões como o que aconteceu, como aconteceu, quem são os invasores, qual e o seu aspecto e qual o seu objectivo final são contantes, e quando as respostas são finalmente apresentadas acabam por convencer. Algumas das coincidências existentes da trama são também muito agradáveis.
Destaco ainda o grande inimigo desta obra. Os extraterrestres começam por ser apresentados como a figura do mal responsável pela destruição do mundo tal como o conhecemos e da tentativa de extinção da espécie humana. Porém, é interessante ver que estes não aparecem, o que faz crescer o mistério em volta destes vilões. No decorrer da leitura, o leitor, tal como as personagens, começa a desconfiar sobre a verdadeira natureza do mal. Chega a um ponto em existe mesmo a dúvida se o vilão é realmente extraterrestre, uma vez que algumas personagens parecem mascarar a sua verdadeira natureza. Uma questão que só no fim será desvendada (será?).
Contudo, existiu um aspecto que não me agradou. Refiro-me às relações amorosas, que acabam por parecer acontecer em triângulos. Tendo em conta que as figuras centrais da trama são jovens e adolescentes e ainda o facto de tudo se passar num cenário destruição e perigo para a espécie humana, estas ligações amorosas parecem forçadas e não convencem ou agradam completamente. O facto de este ser um tema que ganha grande destaque a partir da segunda metade do livro faz com a leitura perca algum do seu encanto e força.
O final poderá conter algumas características algo forçadas, mas a verdade é que acaba por fazer desejar a leitura rápida do segundo volume. Isto porque ficou muito por descobrir, já que se percebe que a dinâmica entre as personagens vai ser alterada. A 5ª Vaga é o início de uma trilogia original e que faz pensar na capacidade de sobrevivência dos seres humanos, nos limites da dor e da sanidade e nas possibilidades de organização em caso de catástrofe.
Nota: O blogue, em parceria com a Editorial Presença, está a promover um passatempo com sorteio de um exemplar deste livro, a decorrer aqui.
Saiba mais sobre este livro na página da Editorial Presença.
2 comentários:
Deixas-me mais interessada no livro. ;) Andei com vontade de o ler, mas hesitava sempre, com receio que fosse "mais um". Gostei da opinião. ^_^
Obrigada :) Realmente achei a trama original, gostei da forma como o mistério vai sendo desvendado e da linguagem utilizada. Só as relações amorosas e algumas facilidades no final é que poderiam ter sido diferentes. Depois quero saber o que achaste*
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