sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Estreia: A Rapariga que Roubava Livros

Ontem estreou "A Rapariga Que Roubava Livros", uma adaptação cinematográfica sobre a qual tinha uma grande curiosidade e que felizmente já consegui ver.


Senti necessidade de falar um pouco sobre este filme por se tratar da adaptação de um livro que está entre os que mais gostei de ler. Contudo, aviso desde já que este é um texto escrito por alguém que aprecia cinema mas que não entende as questões mais técnicas desta arte. Por isso mesmo, peço as minhas desculpas pelo meu comentário superficial.

Inspirado no livro homónimo, de Markus Zusak, o filme revelou ter uma carga dramática muito forte, mas não tanto quanto acontece no papel. Esperava ver um maior choque entre ideologias e valores dentro da comunidade em que a trama se insere e uma maior exploração da forma como a Segunda Guerra Mundial afetou as povoações deste país, tendo a Rua do Céu como exemplo. Como fã do livro, sai da sala do cinema com um misto de emoções. Por um lado estava aborrecida por a acção ter sido demasiado rápida (por várias vezes dei comigo a pensar "Mas isto já está a acontecer? Então e que vinha antes?") e por muitos momentos terem desaparecido, mas por outro senti que a ideia geral estava lá

Sei ainda que é natural que muita da história tenha de ser cortada de forma a ser possível encaixar tudo num espaço de tempo limitado, e por isso senti falta de muitos momentos e explicações. A grande falha, na minha opinião, acaba por ser a supressão da história criada por Max para a Liesel pois a mensagem que ela continha acabou por não ser tão bem transmitida através dos outros moldes escolhidos pela equipa de realização. Existem ainda algumas ligeiras alterações, mas que pouco ou nada se afastam do intuito principal da obra literária.

Gostei bastante do elenco. Sophie Nélisse, a jovem que interpretou Liesel, é verdadeiramente um doce e conseguiu convencer. Geoffrey Rush e Emily Watson conseguiram dar vida aos pais de Liesel e adorei o facto de, apesar de terem figuras diferentes daquelas que imaginava, conseguiram realmente vestir a personalidade das personagens. Nico Liersch foi uma verdadeira surpresa. Nunca tinha ouvido falar deste rapaz, mas para mim ele realmente foi Rudy e eu já não consigo imaginar a personagem com o aspecto físico anterior. Roger Allam, a morte, apenas deu a sua voz ao projeto, e a sua participação apenas peca por ser menor do que estava à espera. O ator tem realmente uma voz impressionante e a Morte do livro é um narrador que transmite apreciações deliciosas.

É inevitável referir sempre a questão "livro versus filme", apesar de as conclusões acabarem por ser sempre as mesmas. Contudo, foi um filme que gostei de ver e que acho que deve ser visto principalmente por quem não leu e não pretende ler o livro. Quanto aos fãs, acho que a curiosidade vai inevitavelmente vencer, mas penso que, tal como eu, vão sentir a este filme serve mais para recordar os bons momentos que foram passados ao ler a obra de Markus Zusak.

Deixo-vos algumas fotos promocionais:


E agora aqui fica o trailer, para aguçar ainda mais a curiosidade:

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