Título Original: The Twelve (2012)
Autor: Justin Cronin
Tradutor: Miguel Romeira
ISBN: 9789722350037
Editoria: Editorial Presença (2013)
Sinopse:
Os Doze é a sequela de A Passagem, um bestseller internacional que nos dá a conhecer um mundo transformado num pesadelo infernal por uma experiência governamental que não correu como previsto. No presente, à medida que o apocalipse provocado pela mão humana se vai intensificando, três personagens tentam sobreviver no meio do caos. Lila, uma médica e futura mãe; Kittridge, que se viu obrigado a fugir do seu baluarte com poucos recursos; e April, uma adolescente que se esforça por manter em segurança o irmão mais novo num cenário de morte e destruição. Mas, embora ainda não o saibam, nenhum dos três foi completamente abandonado...
A uma distância de 100 anos do futuro, Amy e os outros sobreviventes continuam a lutar pela salvação da humanidade... sem se aperceberem de que as regras foram alteradas. O inimigo evoluiu, e surgiu uma nova ordem negra com uma perspetiva do futuro infinitamente mais terrífica do que a da própria extinção humana.
A uma distância de 100 anos do futuro, Amy e os outros sobreviventes continuam a lutar pela salvação da humanidade... sem se aperceberem de que as regras foram alteradas. O inimigo evoluiu, e surgiu uma nova ordem negra com uma perspetiva do futuro infinitamente mais terrífica do que a da própria extinção humana.
Opinião:
Com Os Doze, Justin Cronin
faz o leitor regressar ao mundo pós-apocalíptico apresentado em A Passagem. Passaram-se cinco anos desde os
acontecimentos que encerraram o volume anterior, o que faz com que seja
possível assistir a algumas mudanças de organização, assim como matar saudades das
personagens mais marcantes desta obra.
Porém, a narração de Os Doze
não é linear de um ponto de vista temporal. Depois de ser possível saber o que
aconteceu às figuras que cativaram no volume anterior, o autor faz uma regressão
até ao Ano Zero. Aí é possível conhecer novas personagens que, numa primeira
análise, parecem ser usadas apenas para explorar as diferentes formas de a
humanidade lidar com uma catástrofe. Sendo assim, assiste-se a atos de coragem,
loucura, amor e altruísmo que impressionam e que fazem o leitor refletir sobre
o que faria no lugar daquelas pessoas e sobre os fatores e características
necessários para sobreviver. Esta é uma secção repleta de sentimentos fortes e
que geram empatia, talvez por se passar num tempo tão próximo do nosso.
Mais tarde é possível entrar no ano 79 D. V. Mais uma vez são dadas a
conhecer novas personagens, mas também uma forma de organização social distinta
daquela que foi apresentada em A Passagem.
Neste tempo, assiste-se a acontecimentos um pouco diferentes e que geram
dúvidas no leitor.
De regresso ao ano 97 D.V., é possível perceber as razões da regressão.
Afinal, os acontecimentos passados e as novas personagens estão ligados a este
tempo principal, mesmo que de forma indireta. A ligeira confusão inicial gerada pela eventos
narrados em tempos distintos é dissipada e a leitura ganha uma nova
profundidade e complexidade.
O autor explora as diferentes formas de organização social em tempos de
caos. Como tal, é possível constatar que as ameaças exteriores não são as
únicas que existem, já que os humanos movidos por sentimentos egoístas podem
prejudicar os seus pares de formas igualmente atrozes. Mais uma vez a natureza
humana é fator crucial para o desenrolar da ação.
Amy, a figura central desta trilogia, passa por uma evolução
significativa. Existe uma verdadeira transformação que, desta vez, pode ser
acompanhada de perto, já que se torna possível seguir diretamente os seus
pensamentos. Contudo, esta continua a ser uma das figuras mais intrigantes e
misteriosas. Também Peter, Alicia e Wolfgast continuam a surpreender ao
apresentarem facetas um pouco diferentes daquelas a que nos habituaram.
O tom de mistério é contante ao longo da leitura. Justin Cronin vai
fornecendo diversas pistas que permitem ao leitor ligar diferentes factos e
assim perceber o caminho da intriga à medida que ele deseja. Existem mais
momentos de ação quando em comparação com A
Passagem, o que acelera o ritmo da leitura. Os sentimentos predominantes
são de coragem, amor e vontade lutar, perdendo-se um pouco a nostalgia presente
no livro anterior.
Neste volume, é ainda possível observar várias referências à ideia de
juventude e vida eterna, como também diversas ligações com a religião católica.
As primeiras páginas deste livro fazem recordar a leitura da Bíblia e muitos
dos acontecimentos parecem estar ligados a diferentes passagens desse livro
religioso. A existência de uma comunidade semelhante à das freiras reforça esta
ideia. O conceito de família é também amplamente explorado.
Os Doze é um livro forte, que cativa para a leitura e que vai
agradar aos leitores rendidos a A
Passagem. Repleto de emoções e de acontecimentos de grande relevância, deixa
o leitor a ansiar pelo derradeiro volume desta cativante trilogia. Recomendo.
Outras opiniões a livros de Justin Cronin:
4 comentários:
Estou neste momento a ler o livro e não posso deixar de elogiar a tua opinião Cláudia, porque este é um livro do qual é bastante difícil falar e acho fizeste um apanhado geral de conceitos/ideias abordadas muito bom. *.*
Boas leituras.
Isto é que foi rapidez na leitura :b
Só vou começar o meu hoje, se conseguir!
Beijinho e obrigada pela opinião!
PS: Não me esqueci do que falámos no cinema, apenas ainda não tive tempo :((
Olá Elphaba. Estou muito grata pelo teu elogio. Realmente esta não foi fácil de escrever. Senti que havia muito por dizer, mas tive receio de desvendar demais. Espero que estejas a apreciar a leitura tanto quanto eu apreciei (vou ficar a aguardar a tua opinião).
Beijinho*
Olá Sofia! Chegou na segunda e eu peguei logo nele. Como tinha terminado há pouco tempo o segundo volume de "A Passagem" não tive grandes dificuldades em regressar a este ambiente, para além de que a trama também me cativou bastante. Pelo que li das tuas opiniões aos outros dois volumes, parece-me que também vais gostar deste ;)
Um beijinho*
P.S. - Desde que não te esqueças! =P
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