sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Opinião: Acácia – Outras Terras (#3)

Título original: Acacia: The Other Lands (2009)
Autor: David Anthony Durham
Tradutor: Maria Correia
ISBN: 9789896374822

Editora: Saída de Emergência (2013)

Sinopse:


Um rei assassinado pelo seu mais antigo inimigo.
Um império dominado por um povo austero e intolerante.
Quatro príncipes exilados determinados a cumprir um destino.
Recuperar o trono de Acácia poderá ter consequências devastadoras.
A luta apocalíptica contra os Mein terminou. Uma vitoriosa Corinn Akaran reina no Império Acaciano do Mundo Conhecido. Apoiada no seu conhecimento de artes mágicas do livro A Canção de Elenet, ela reina com mão de ferro. E reconstruir um império desgastado pela guerra não é fácil. Das misteriosas Outras Terras, chegam à corte notícias inquietantes, e Corinn envia o seu irmão, Dariel, como emissário pelos mares tempestuosos das Encostas Cinzentas.
 Ao chegar àquele distante continente, este antigo pirata é apanhado numa rede de velhas rivalidades, ressentimentos, intrigas e uma crescente deslealdade. A sua chegada provoca um tal tumulto que o Mundo
Conhecido é de novo ameaçado pela possibilidade de invasão — algo que tornaria os anteriores perigos numa brincadeira de crianças. Sem aparentes obstáculos, um novo ciclo de acontecimentos que irá arruinar e remodelar o mundo está prestes a começar…

Opinião:


Em Acácia – Outras Terras, David Anthony Durham segue a história apresentada no primeiro volume da trilogia – que em Portugal foi repartido em dois livros: Acácia – Ventos do Norte e Acácia – Presságios de Inverno.

Já passaram 10 anos desde o fim da guerra contra os Mein que terminou com a vitória dos Akaran. Com a morte em batalha de Aliver, o legítimo herdeiro, o trono do Mundo Conhecido é ocupado por Corinn Akaran. A bela rainha governa com pulso de aço e recusa-se a ser influenciada pelo Conselho do reino. Afinal, Corinn não só quer defender o seu poder como pretende garantir a posição do seu filho, fruto do relacionamento que manteve com o seu captor, como herdeiro legítimo do trono. Para ajudar nesta missão, Corinn é apoiada pelos conhecimentos que adquiriu graças ao livro A Canção de Elenet.

Contudo, a restauração da paz não é fácil. A magia que foi lançada no mundo para terminar com a guerra levou à criação de estranhos e perigosos seres que colocam em perigo o povo. Como tal, a rainha incumbe a sua irmã guerreira, Mena, de proceder à aniquilação destes monstros. Para além do mais, estranhas notícias chegam das desconhecidas e misteriosas Outras Terras e Corinn envia o seu irmão, Dariel, como emissário do reino. Os três irmãos são mais uma vez afastados e, cada um, enfrenta desafios próprios que podem colocar em causa o futuro de Acácia.

Intrigas, aventuras e muitos mistérios fazem com que esta leitura tenha um ritmo rápido e que o interesse aumente a cada página. Finalmente é possível conhecer melhor este mundo, muito graças às viagens que os três irmãos fazem. Desta vez, o leitor acompanha as personagens tanto no Mundo Conhecido como nas Outras Terras, o que permite vislumbrar e ter noção da verdadeira dimensão deste universo:
  • Com Corinn, é possível analisar melhor a pressão a que um governante é sujeito. Esta personagem ambígua, revela ainda uma nova vertente graças à ligação que demonstra ter com o filho. É impossível ser indiferente a esta mulher forte, que sofre sem o deixar transparecer e que ama incondicionalmente apesar de todos a julgarem ter um coração de pedra. É também através desta rainha que se explora as capacidades deste reino.
  • O descontraído Dariel transporta-nos para uma realidade nova. O leitor viaja com este príncipe pelos mares tempestuosos das Encostas Cinzentas até chegar às Outras Terras. Aí, partilha-se algumas das emoções desta personagem, nomeadamente a surpresa com o povo que é encontrado e com a organização social existente.
  • Ao perseguir seres monstruosos com Mena, o leitor volta a admirar a perspicácia desta mulher. Guerreira por natureza, é com interesse que a vemos a enfrentar perigos e a criar ligações muito improváveis.
São muitos os perigos que estas personagens enfrentam, e são diversos os novos inimigos e aliados que surgem ao longo da narrativa. Apesar de alguns momentos serem previsíveis, esta não deixa de ser uma leitura interessante. Existem alguns segredos que parecem só serem desvendados no próximo livro, mas o leitor rapidamente percebe as pistas que o autor vai dando ao longo da narrativa e consegue perceber como o terrível comércio entre regiões realmente funciona e com que motivos é realizado.

No final, fica a vontade de pegar logo no próximo volume, até porque Acácia – Outras Terras corresponde à primeira metade do segundo volume original. A história é interrompida num momento de grandes emoções e algumas revelações, o que faz os leitores desejarem prosseguir a leitura. 

Outras opiniões a livros de David Anthony Durham:
Acácia - Ventos do Norte (#1)
Acácia - Presságios de Inverno (#2)

4 comentários:

Universo dos Leitores disse...

Olá! Eu não conhecia o livro nem a Editora, mas vou procurar conhecer! Parabéns por trazer livros diferentes ao seu blog!

Abraços!

www.universodosleitores.blogspot.com.br

Cláudia disse...

Olá! Obrigada e aproveito para avisar que o autor anunciou hoje na sua página de Facebook que assinou um contrato com uma editora brasileira para publicar a trilogia Acácia. =)

Fiacha disse...

Olá,

Acabei de comentar o livro seguinte e posso dizer-te que vai melhorar.

Apenas considero, alem da divisão dos livros e algumas gralhas que vamos encontrando, que o escritor recorre a muita fantasia, quando não havia necessidade de o fazer, alias irás verificar isso mesmo e perceber ainda melhor o que digo, mesmo no final do livro seguinte.

quanto ao resto e não sendo nada de inovador neste universo, uma saga interessante, sem duvida que o escritor é talentoso :)

Bjs e boas leituras

Cláudia disse...

Já li a segunda parte, mas por alguma razão gostei mais desta. Não acho que tenha havido um exagero na fantasia e adorei a reviravolta final. Penso que o facto de ter havido uma quebra entre os dois volumes levou a que não entrasse logo na história.

Beijinho