Opinião: The Walking Dead – A Ascensão do Governador

Título original: The Walking Dead: The Rise of the Governor (2011)

Autores: Robert Kirkman, Jay Bonansinga
Tradução: Casimiro da Piedade
ISBN: 9789896374624
Editora: Edições Saída de Emergência (2012)

Sinopse:

No universo de The Walking Dead (uma admirável BD agora transformada numa premiada série de TV) não há maior vilão do que o Governador. Ele é o déspota que governa a cidade isolada de Woodbury e tem doentias noções de justiça: seja a forçar prisioneiros a combater zombies na arena para divertimento dos locais, seja a destroçar violentamente aqueles que o confrontam. O Governador é um vilão que tão cedo não se esquece e a sua história é uma das mais controversas que Robert Kirkman, criador de The Walking Dead, alguma vez concebeu. Agora, pela primeira vez, os fãs irão descobrir como é que o Governador se tornou neste homem implacável e aquilo que o levou a tais extremos.

Opinião:

Tudo começou com uma banda-desenhada de sucesso, em 2003. O fenómeno foi tal que deu origem a uma série de televisão em 2010. Depois disso, os autores quiseram explorar melhor a história de uma das personagens mais controversas, e assim surgiu o primeiro livro de uma trilogia.

The Walking Dead – A Ascensão do Governador apresenta o mundo pós apocalitico que todos conhecemos, colocando o leitor perto de um dos maiores vilões da série: aquele que se vai tornar no temível Governador de Woodbury.

Deste modo, o leitor inicia a leitura num período muito próximo do início da propagação da doença que torna os humanos em zombies. Um grupo de quatro homens e de uma criança procuram um dos refúgios anunciados pela comunicação social. Contudo, com o tempo, as redes começam a falhar, o que os deixa mais isolados, perdidos num mundo devastada e a um passo da loucura.

Este é, provavelmente um livro que vai agarrar os fãs da série e até mesmo quem não conhece nada da trama. É o início da jornada que culmina num homem autoritário e louco, sendo que o fim do livro não satisfaz completamente, já que não explica todo o percurso.

Philip Blake é o líder deste pequeno grupo central. Forte, carismático e de personalidade forte, encaminha os companheiros no caminho que acha correto, demonstrando apenas afeto por Penny, a sua filha. Penny é, a certo momento, descrita como “a cola do grupo”. É ela que, de certa forma, lhes dá esperança e os estimula a procurar um caminho mais correto. Brian Blake é o irmão mais velho de Philip. Brian é descrito como um pacificador, um homem que fuja dos confrontos e, por isso, em situações de luta acaba apor ficar encarregue de cuidar de Penny. Nick e Bobby são dois dos melhores amigos de Philip, que seguem o líder sem colocar em causa as suas decisões (ou pelo menos, numa primeira fase). As situações mais perigosas vão acabar por fazer com que cada uma destas personagens revele a sua verdadeira natureza ao longo da narrativa.

Através de uma escrita fácil de acompanhar, entra-se numa história de desespero, de luta pela sobrevivência e de procura por um objetivo. Repleto de momentos tensos que levam as personagens a entrar numa espiral de loucura, este livro faz o leitor virar páginas num ápice, tudo pelo desejo de saber o que vai acontecer.

Uma das reviravoltas finais é intensamente interessante, apesar de poder gerar alguma discórdia. Pode haver quem não concorde com a decisão dos autores, mas também quem possa achar a súbita mudança que ocorre simplesmente deliciosa e ainda mais estimulante. Fica a vontade de ver o próximo volume, The Walking Dead: The Road to Woodbury, publicado o mês passado nos EUA, rapidamente publicado por cá, para se proceder à descoberta da formação da sociedade em Woodbury.