Título
Original: Bridge of Dreams (2012)
Autor: Anne Bishop
Tradutor: Maria João Trindade
ISBN: 9789896375294
Editora: Edições Saída de Emergência (2013)
Sinopse:
Quando os magos ameaçam
Belladonna e o seu trabalho para manter Efémera em equilíbrio, o seu
irmão Lee sacrifica-se para a salvar — e acaba por ser internado num
Asilo na cidade de Visão, longe de tudo o que conhece. Ao mesmo tempo,
umas estranhas trevas parecem estar a espalhar-se — uma escuridão que
esconde a natureza dos Xamãs que cuidam da cidade e da sua população.
Danyal, um dos Xamãs, é o responsável pelo Asilo. Mas talvez por estar a
tentar descobrir os seus próprios sonhos, Danyal sente-se intrigado
pelos aparentes delírios de Lee. Com a ajuda de Zhahar, uma mulher com
os seus próprios segredos tenebrosos, a mente e o corpo de Lee melhoram,
e as suas palavras começam a fazer sentido. Em breve, Danyal e Zhahar
começam a vislumbrar o mundo como nunca haviam imaginado. Quando Danyal,
Lee e Zhahar se unem para descobrir o que ameaça a cidade, serão
obrigados a olhar para além de si mesmos — e para dentro de si mesmos —
para descobrir quem são… e até que ponto podem ser demasiado perigosos.
Opinião:
Ponte de Sonhos é
o regresso ao mundo de Efémera, anteriormente explorado nos livros Sebastian, Belladona e ainda no conto A
Voz.
A trama tem início um pouco depois de Belladona ter
encerrado o Devorador do Mundo. O protagonista, desta vez, é Lee, o irmão mais novo de
Belladona e um Construtor de Pontes. A autora explora esta personagem com o
intuito de dar a conhecer as suas qualidades, defeitos e principais defeitos. É
interessante verificar que este é um homem atormentado que não aceita
completamente aquilo que o faz sofrer. Só com o tempo e com a aceitação da sua
natureza é que tal vai ser possível, assim como a procura da felicidade.
Entre as novas personagens que foram dadas a conhecer o
destaque vai para Zhahar, ou, melhor dizendo, Sholeh Zeela a Zhazar, uma Tríade.
Esta é uma figura que introduz o leitor para um novo ser composto por três
irmãs que partilham o mesmo espaço físico.
“Uma que são três e
três que são uma”.
Sholeh Zeela a Zhazar resulta da junção de três irmãs com
personalidades bem distintas. Cada uma está a associada a um centro, sendo Sholeh
a intelectual, Zeela a mais impulsiva e Zhazar a que está ligada ao coração. Representação
de um ser completo, a Tríade é também um ser novo e desconhecido, o que faz a
autora explorar a ideia de preconceito e, com ela, as inseguranças e medos
associados à não aceitação pelos outros.
O leitor vai sentir-se interessado na exploração destas novas
personagens, nomeadamente na forma como as três coexistem.
Ao longo da trama, é possível ver a preocupação da autora de
não só fornecer uma história emocionante mas que também possua mensagens
relevantes para o mundo atual. Assim, a ideia de que são os Homens que
transformam o mundo com as suas ações e desejos é constantemente relembrada. Anne
Bishop concede um mundo detentor de Luz e Escuridão, sendo que a existência apenas
é possível através do equilíbrio. As suas personagens são também detentoras
destas duas naturezas, o que as leva a viverem conflitos interiores
interessantes e permite uma empatia com o leitor mais instantânea.
“Que o teu coração
viaje com leveza, pois o que trazes contigo torna-se parte da paisagem.”
A autora relembra o poder dos desejos e mostra que estes,
quando realizados, podem revelar um lado inesperado na natureza do seu autor.
Igualmente, existe uma enorme preocupação com a natureza.
Sendo a autora uma adepta fervorosa da jardinagem, nota-se esta sua paixão a
cada página, quer seja na atividade principal das Paisagistas, quer em pormenores
que se revelam provocadores de grandes mudanças.
A resolução final é adequada, mas deixa ainda algumas
explicações no ar e certos assuntos por resolver, o que pode não agradar a
todos os leitores. Contudo, os fãs de Anne Bishop vão apreciar esta viagem por
Paisagens onde a humanidade é apresentada nas suas diversas facetas. Recomendo.
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