segunda-feira, 18 de março de 2013

Opinião: Sedução

Título Original: Ecstasy (2010)
Autor:  Bella Andre
Tradutor: Maria das Mercês de Sousa
ISBN: 9789896573355
Editora: Planeta (2012)

Sinopse: 


Charles Gibson é um escritor de êxito, mas devido aos temas que escreve afasta as mulheres e sujeita-se a blind dates que os amigos lhe propõem. Candance Whitman, recém-chegada à literatura erótica, tem encontrado diversos obstáculos pelo caminho. Cansada de ser criticada, decide ir a uma conferência de escritores com o objectivo de aprender, onde acaba por conhecer o seu ídolo: Charles Gibson, o autor best-seller de romances eróticos. Charles propõe-lhe cinco lições para lhe ensinar as noções básicas do erotismo, criação de cenas, ou seja, conselhos muito válidos para obter bons resultados. Mas o que nenhum dos dois esperava era que as lições teóricas passassem à prática. Infelizmente, a desilusão de Candace em relação ao novo romance que está a escrever - no qual Charlie desempenha o papel principal - ameaça-lhes a possibilidade de desfrutar de um amor verdadeiro. Conseguirá ela separar a fantasia da realidade?

Opinião:

Sedução é um livro pequeno, com uma trama simples de seguir, sem grandes conflitos e muito focada em descobertas sexuais. Charles e Candance são as duas personagens principais que, como é fácil de adivinhar, vão viver uma aventura onde os sentimentos e os desejos vão aumentando com o decorrer das páginas.

Em primeiro lugar, Bella Andre apresenta-nos Charles, um homem atraente e inteligente que é escritor de romances eróticos. O leitor percebe que esta personagem é atormentada por não conseguir encontrar o amor, pois sempre que revela a uma mulher a sua profissão é insultado e desprezado. E este foi o primeiro ponto que me custou a aceitar. Então elas estão todas derretidas perante o homem e assim que ele diz que é um escritor de sucesso dentro do género erótico é vê-las a ficarem indignadas e a agredi-lo?  E ele, coitadinho, fica triste e vai tentar a sorte noutro lado, desejando encontrar a princesa que perceba que ele não é um depravado sem coração. Curiosamente, entre os profissionais da área e os fãs deste tipo de literatura, é um solteiro muito cobiçado, o que faz pensar na razão de não ter apostado nesse sentido.

E eis que, paralelamente, surge Candance. Uma mulher que tenta vingar na literatura erótica  mas que é julgada por todos os que a rodeiam. Cansada de ser vista como libertina e de ter homens a propor-lhe encontros casuais, decide ir a uma conferência sobre a área que tanto aprecia. Lá, cai em cima (um truque de sedução infalível em muitos livros: cair em cima de alguém e já está, és meu!) de Charles, o seu ídolo, o que nos faz pensar no trabalho que a autora teve para conseguir este enredo tão intricado (ironia). Claro que os dois sentem logo uma forte atração um pelo outro (e isto não é spoiler, estava mais do que visto que iria acontecer).

Charles decide tornar Candace em sua discípula. Neste campo, os acontecimentos sucedem-se de uma forma demasiado rápida e até forçada. Perante as descrições anteriores das personagens, custa a crer no que acontece assim que as "aulas" começam. Neste ponto, houve vários aspetos que não me agradaram. Primeiro, ver a correta Candance a saltar para cima do seu mestre sem mais nem menos, depois, o tipo de linguagem utilizada, básica e repetitiva que não me impressionou.

A parte mais interessante desta trama foi ver como Candance usava as suas lições para desenvolver o seu próprio livro. Essas passagens estavam melhor conseguidas do que a trama principal. Nelas, Candace apresenta duas personagens baseadas nela e em Charles, mas levadas a extremos, quer seja na personalidade quer seja nas ações. Nesta história, a protagonista explora os seus sentimentos e inicia um projeto que, na sua opinião, poderá ditar o fim da relação entre os dois. Contudo, desde o início que o leitor percebe qual vai ser o futuro deste parzinho.

Ao longo da leitura temos a prova de que estamos perante um enredo fraco e personagens básicas e pouco profundas. Todas as ações e até mesmo o final são previsíveis, e nem mesmo a tentativa de reviravolta da autora surpreende, pois mais uma vez surge forçada e não tem grande credibilidade. Os conflitos são resolvidos num estalar de dedos, o que faz com que falte emoção na leitura e linguagem utilizada é bastante simples e repetitiva.

Sedução acaba por se revelar um livro que se lê num ápice, que não marca e que constitui, apenas, um momento de entretenimento para quem aprecia tramas com erotismo e pouca história.


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