Autoria: Bruno Araújo
ISBN: 9789896979010
Editora: Chiado Editora (2012)
Sinopse:
Retrato de uma vida polémica, repleta de mentiras, depressões, maus tratos, violência, bullying e tentativas de suicídio.
Movido
pelo desejo incansável de saber toda a verdade, Filipe Gomes decide
escrever estas cartas, nas quais reúne páginas rasgadas e intensas que
contam a sua vida.
Mesmo vivendo num ambiente hostil e atípico,
incompreendido pela sua família, pelos seus amigos e pela sociedade, o
protagonista luta com todas as suas forças para superar os obstáculos,
contando, apenas, com a sua força interior para triunfar e encontrar as
respostas há muito procuradas.
Através destas cartas, Filipe Gomes
denuncia o seu desejo de viver e enfrentar a realidade, o primeiro passo
na sua (re)descoberta.
Neste livro, revela-se a verdade nua, crua e ardente de alguém que tem por missão sobreviver a todo o custo...Conseguirá?
Opinião:
Livro composto por 21 cartas que estão divididas em quatro secções, Cartas Que Falam revela-se uma leitura intimisma que tem a capacidade de prender desde o primeiro momento.
Apesar de este ser um género que não tenho o hábito de ler, a verdade é que fiquei bem surpreendida. Quando comecei a ler a primeira carta, foi com a ideia de perceber o tipo de escrita do autor e os conteúdos abordados. Queria ficar apenas por ali, pela primeira carta, mas depois li mais uma, e mais uma e outra...
A escrita é fácil de acompanhar, muito directa e emocional. O facto de na capa nos ser garantido que este é um livro baseado numa história verídica faz-nos questionar, constantemente, onde acaba a verdade e começa a ficção. Afinal, chegamos ao fim e acreditamos que tudo aquilo que nos foi relatado realmente aconteceu. E como podia ser de outra forma? Conseguimos entender a angústia de Filipe, o autor das cartas que nos relata momentos marcantes da sua vida, desde a tenra infância até aos 30 anos de idade. E se é verdade que algumas situações podem ter tido reacções demasiado dramáticas por parte deste sujeito, também é verdade que existem tantas outras onde podemos acabar por nos rever.
Nem todas as cartas possuem o mesmo tom. Existem aquelas que são escritas com base na revolta, outras onde a saudade impera outras ainda onde a esperança está bem presente, apesar de Filipe se interrogar se vale a pena desistir de tudo, nós sentimos que ela está lá.
Ao longo da leitura, percebi que estas cartas tão agarradas ao passado são a forma do sujeito se libertar. Ao expressar tudo aquilo que sente fica, finalmente, capaz de reiniciar a sua vida, enfrentando com maior desenvoltura os novos obstáculos que o futuro acarreta.
A repetição de algumas ideias e histórias poderão surgir como pontos de paragem na leitura. Existem ainda momentos em que o leitor pode não compreender por completo a reacção de Filipe, mas o próprio acaba por admitir, a certo momento, que pode ser uma pessoa com propensão para o drama.
Cartas Que Falam acabou por se revelar um livro que me agradou, apesar de ser algo muito diferente dos meus hábitos de leitura. Recomendo a todos os que apreciam histórias que tenham a realidade actual e as dificuldades da vida como foco.
4 comentários:
Nunca li um livro escrito no formato de cartas mas admito que sempre me senti curioso. Este género (drama, romance, etc.) não é muito a minha praia mas por vezes gosto de ler um ou outro. Pode ser que venha a ler este, quem sabe... :D
Parece ser um livro muito interessante, e o formato em cartas bastante original... Mais um para a minha wishlist!
Deixei-te um selinho no meu blog: http://howtoliveathousandlives.blogspot.pt/2013/02/2013-literario-selo.html
Beijinhos e boas leituras! :)
Olá Pedro! Também nunca tinha lido, mas para este conteúdo fez todo o sentido ser assim.
Mónica, muito obrigada! O desafio já está feito!
Bj*
Olá Bruno! Não há nada que agradecer e não há qualquer problema com a troca de nome. Faz-me lembrar uma vez que também eu o fiz.. =)
Bj*
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