sábado, 27 de outubro de 2012

Opinião: Eu Mato

Título original: Io Uccido (2002)
Autor: Giorgio Faletti
Tradutor: Carlos Martins e Silvana Urzini
ISBN: 9789896660444
Editora: Contraponto (2011)

Giorgio Faletti é uma personalidade bem conhecida em território italiano. Licenciado em direito, revela uma grande versatilidade ao aventurar-se na comédia, representação, música e literatura. Eu Mato, é a sua obra de estreia, um best-seller internacional, que chega ao público português pela Contraponto.

Sinopse:

“Há tantas máscaras lá fora, levadas por pessoas que não merecem nem aquela nem outras aparências”


Um locutor da Rádio Monte Carlo recebe, durante a sua transmissão nocturna, um telefonema intrigante. Um desconhecido, com a voz modificada artificialmente, revela ser um assassino. O facto é arquivado como uma brincadeira de mau gosto. No dia seguinte, um piloto de Fórmula 1 e a sua companheira são encontrados mortos e horrendamente mutilados no seu barco. Começa assim uma série de assassinatos. Cada um deles precedido por um telefonema para a Rádio Monte Carlo com um indício "musical" sobre a vítima que se segue, e acompanhado por uma inscrição a sangue que é, ao mesmo tempo, uma assinatura e uma provocação: Eu mato...


Para Frank Ottobre, agente do FBI de licença temporária, e Nicolas Hulot, comissário da Sûreté Publique, começa a caça a um fantasma.



Opinião:
 

Eu Mato é um romance policial que agarra desde a primeira página. Cheio de pormenores detalhados e ricos, revela uma intriga inteligente e bem construída que leva o leitor a saborear cada pormenor que é desvendado e a desejar ter acesso a mais informação. A trama ocorre no principado do Mónaco, o que permite que existe um contraste entre o glamour de um local frequentado pela elite mundial e o horror dos crimes cometidos por um misteriosos e sádico serail killer.

As personagens estão muito bem construídas, uma vez que apresentam características bastante complexas e reais, não se limitando a um estereótipo mas sendo mais do que isso. O grande ponto forte é, sem qualquer dúvida, o assassino. “Um homem frio, astuto, com preparação e impiedoso (…) de uma inteligência superior à média”, uma personagem que surpreende a cada nova revelação.


É interessante observar o método do assassino. O telefone para a estação de rádio a anunciar a escolha de uma nova vítima remete para a rotina necessária para a segurança do cruel acto mas também para a necessidade que ele tem de que o seu trabalho seja visto e reconhecido.  


A ligação dos acontecimentos está muito bem conseguida, e torna-se bastante interessante o facto de existirem capítulos dedicados à figura do assassino, onde é possível entrar na mente daquele que representa o mal e o caos na obra. O autor ainda dá a conhecer as vítimas antes de estas serem mortas, de forma a criar uma certa ligação entre o leitor e a personagem que vai fazer com que a sua morte tenha um maior significado. Ao longo do desenvolvimento da investigação, também as vidas dos agentes da autoridade Frank Ottobre e de  Nicolas Hulot são desvendadas, juntamente com os traumas mais marcantes de cada um.

Eu Mato foi um livro que muito me agradou e surpreendeu. Uma história complexa, com muitas intrigas que vai agradar a quem gosta de um bom mistério.

2 comentários:

Ricardo Cunha disse...

Parece que, finalmente, encontro uma opinião sobre este livro que tanto anseio comprar.

Quero muito comprá-lo por ser o género de livro que me irá ajudar a melhorar, afinal o que mais gosto de escrever e o assunto do livro são a mesma coisa: serial killers.


Acho que será mesmo a próxima compra e, depois, claro, o «Eu sou Deus»,

Cláudia disse...

Os dois livros são muito interessantes. Espero que te propicionem boas leiutras, Ricardo, tal como aconteceu comigo.
Beijinho*