quarta-feira, 9 de maio de 2012

Colecção Os Mais Belos Contos


Sou fã do irreal, da ficção e da imaginação. Sei que isso é algo que faz parte de quem eu sou, mas que foi claramente potencializado pelos livros. Não venho de uma família com hábitos de leitura, mas lembro-me de não saber ler e de já andar com livros debaixo do braço, maravilhada com as possibilidades de tramas que guardavam.

Entre as minhas primeiras leituras encontra-se a colecção “Os Mais Belos Contos”, da Civilização Editora. De capa dura de tons amarelos, estes livros eram grandes companheiros. Cada um tinha um tema: existiam Os Mais Belos Contos Tradicionais, dos irmãos Grimm (em dois volumes), de Hans Christian Andersen, de Charles Perrault, de Esopo, da Rússia, do Mundo, de Animais e das Mil e Uma Noites. Com ilustrações belíssimas de autores sempre diferentes, nunca cansavam ou paravam de surpreender.
 
Recordo o temível Barba Azul de Perrault que tanto me fascinava, a cruel bruxa má da Branca de Neve dos irmãos Grimm, a assustadora Baba Yaga do folclore do leste europeu. O facto de apenas enunciar os vilões não é uma mera coincidência. Afinal, foi com esta colecção que comecei a sentir que um bom vilão faz um bom herói e que são as peripécias que ocorrem entre os dois que fazem da história memorável.

Longe da beleza que a indústria cinematográfica incutiu aos contos tradicionais, estas tramas impressionavam-me por conterem cenas mais cruas e duras. Por vezes, a arrogância da bela princesa não lhe permitia ficar com o príncipe no final e as boas esposas eram degoladas por puro capricho do esposo (as mentes mais sensíveis que não se preocupem pois tudo isto era descrito subtilmente). Contudo, apesar de por vezes se afastarem do esperado final feliz, a verdade é que também não iam ao encontro aos primórdios das narrativas. Afinal, estou-me a referir a uma obra para crianças! 

Guardo estes volumes com carinho, pois apesar de a infância ter passado, a verdade é que por vezes existe vontade de regressar a certos momentos. Há melhor forma do que através de um livro?

2 comentários:

Constanza Muirin disse...

O que eu adorava esta colecção! Mesmo antes de aprender a ler, nem mais. Lembro-me do Barba Azul e do espectacular Rouxinol do Imperador. Do Irmão e Irmã. Pelas voltas que a vida dá, nunca mais pude ver esses livros e ainda bem que estão aqui três das capas. Obrigada!

Cláudia disse...

Estes livros realmente marcaram infâncias :)

Bj*