domingo, 19 de junho de 2016

Opinião: A Herdeira (A Seleção #4)

Título Original: The Heir (2015)
Autor: Kiera Cass
Tradução: Alexandra Cardoso
ISBN: 9789897542381
Editora: Marcador (2016)

Sinopse:

A Princesa Eadlyn cresceu a ouvir histórias intermináveis de como a sua mãe e o seu pai se conheceram. Vinte anos antes, America Singer entrou na Seleção e conquistou o coração do Príncipe Maxon – e viveram felizes para sempre. Eadlyn sempre achou romântica esta história de encantar, mas não tem qualquer interesse em tentar repeti-la. Por si, adiaria o casamento tanto tempo quanto possível.Mas a vida de uma princesa não é inteiramente sua e Eadlyn não pode escapar à sua própria Seleção – por mais fervorosamente que proteste. Eadlyn não espera que a sua história acabe em romance. Mas com o início da competição, um candidato poderá acabar por conquistar o coração da princesa, mostrando-lhe todas as possibilidades que se encontram à sua frente… E provando-lhe que viver feliz para sempre não é tão impossível como ela pensou.

Opinião:

Este é o livro que mais gostei da ler da série "A Seleção". Em "A Herdeira", Kiera Cass apresenta-nos uma protagonista mais complexa, uma história mais apelativa e mensagens atuais. Além disso, ver o outro lado da Seleção faz com que voltemos a este universo e observemos tudo com outros olhos. É então possível perceber que a evolução da evolução da autora.

Eadlyn, a protagonista, é muito diferente de America. E ainda bem! É verdade que, ao início, pode não ser fácil sentir grande empatia por ela, afinal, trata-se de uma jovem arrogante e mimada que foi criada num grande palácio, rodeada pelos maiores luxos, e que sempre soube que iria ser rainha. "Não há ninguém mais poderoso do que eu" é o seu mote, o que tanto pode ser visto como uma demonstração do seu ego elevado, mas também como um mecanismo de defesa. É que Eadlyn tenta manter uma postura régia e forte para esconder as suas fragilidades e medos. E são as camadas desta figura que a tornam tão interessante.

É uma protagonista que, ao longo do livro, vai descobrindo as suas imperfeições. Isto torna-a mais humana e fez-me gostar ainda mais dela. Comete muitos erros e vê as suas ações a surtirem efeitos contrários ao que esperava. Consegui perceber o receio desta heroína de revelar aos outros quem realmente é por acreditar que, se o fizer, estará a expor algo que não será apreciado. É algo com que é fácil identificar e que está muito bem explorado ao longo desta trama.

Foi muito divertido ver selecionados rapazes. Eles formam um grupo muito diferente do de raparigas que surgiu nos três primeiros volumes desta saga. Porém, são poucos os que são devidamente explorados, o que por vezes fazia com que me custasse a recordar que se tratava de um grupo maior. Eles têm personalidades muito diferentes e teria gostado que houvesse mais espaço para os explorar. É que, de certa forma, parecem um pouco estereotipados. Contudo, percebo que tal seria muito difícil de fazer além de que poderia prejudicar o desenrolar da narrativa.

E se no primeiro livro da série era logo possível perceber quem iria ser a eleita do príncipe Maxon, agora tal não é assim tão evidente. A visão de Eadlyn sobre a Seleção é diferente da do pai, e, além disso, ela não é uma jovem que tenha necessidade de encontrar um namorado ou que passe o tempo a divagar sobre rapazes. Dá para perceber que a autora está a tentar mostrar que tem uma certa intenção, mas existem outras hipóteses que não se encontram completamente descartadas. É bom existir esta dúvida! Confesso que tenho um preferido, mas temo que a minha escolha não seja a mesma de Eadlyn.

O desenrolar da narrativa começa um pouco mais lento, mas assim que uma decisão é tomada, torna-se difícil parar a leitura. Tal como nos livros anteriores, é possível encontrar momentos muito femininos, tais como a descrição de certos vestidos ou de certos momentos mais românticos, tais como festas e encontros. Neste ponto, apenas gostava que alguns acontecimentos não parecessem tão forçados.

Se nos livros anteriores ficava desagradada com o pouco espaço que Kiera Cass dava à situação social deste mundo, agora estou mais satisfeita. Talvez por a protagonista ter um cargo de poder, este livro apresenta-nos uma maior preocupação em falar do povo e das dificuldades que atravessa. Achei muito inteligente da parte da autora mostrar que a solução encontrada no final do terceiro livro não foi perfeita. Isto mostra que as crises são cíclicas e que o que funciona numa época pode não resultar numa outra. Além disso, revela que as mudanças nem sempre são bem aceites e que o ser humano tem dificuldade em colocar em prática a noção de igualdade.

Tenho imensa vontade de ler o volume final desta série.  "A Herdeira" termina com uma grande reviravolta e faz-me ter dificuldades em adivinhar o que Kiera Cass está a preparar. Além de desejar conhecer a decisão de Eadlyn quanto à Seleção, quero perceber de que forma ela vai ultrapassar os obstáculos que já reconheceu e conseguir tornar-se numa governante amada que traz boas reformas para o seu povo. Se gostaram dos três livros anteriores, então não podem perder este!

Outras opiniões a livros de Kiera Kass:
A Seleção (A Seleção #1)
A Elite (A Seleção #2)
A Escolha (A Seleção #3)

1 comentário:

Carolina disse...

Já estava bastante empolgada para o comprar, e agora ainda estou mais! Adorei todos os outros e mal posso saber a história da filha de America e Maxon!

Adorei o teu blog!!! Já ganhaste mais uma leitora assídua por aqui!!! Convido-te a visitares também o meu!!
Até lá!!
http://thebooksonmyshelfs.blogspot.pt/