segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Opinião: A Jaula do Rei (#3)

Título Original: King's Cage (2017)
Autor: Victoria Aveyard
Tradução: Teresa Martins Carvalho
ISBN: 9789897731280
Editora: Saída de Emergência (2018)

Sinopse:

Mare Barrow foi capturada e está impotente sem o seu poder, vivendo atormentada pelos erros do passado. Ela está à mercê do rapaz por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos da sua mãe, fazendo de tudo para manter o controlo de Norta — e de sua prisioneira.

Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante da Pedra Silenciosa, a Guarda Escarlate organiza-se, deixando de agir nas sombras e preparando-se para a guerra. Entre os guerreiros está Cal, o príncipe exilado, que no meio das dúvidas tem apenas uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta. Sangue vermelho e prateado correrá pelas ruas. A guerra está a chegar…

Opinião:

Terminados os acontecimentos de Espada de Vidro, a autora deixou a certeza de que o próximo volume desta série iria ser diferentes. Como tal, quando A Jaula do Rei foi publicado, foi com curiosidade que iniciei a leitura, tal era a vontade de descobrir o que ia acontecer a Mare e como isso iria afetar a Guarda Escarlate. Este terceiro livro inicia-se com rapidez e fornece logo algumas respostas.

É fácil perceber a escolha deste título. A jaula refere-se claramente ao facto de Mare passar uma boa parte deste livro aprisionada a mando de Maven. Contudo, também pode ser uma referência ao facto de este novo rei também ele estar preso aos deveres do trono, às expetativas que existem à volta dele, às ligações necessárias para a manutenção do poder. Confesso que esta segunda parte foi a minha preferida, pois permitiu que ficasse mais próxima de Maven, uma das personagens mais intrigantes desta série.

Se Mare não me conquistou no primeiro e no segundo livro, lamento dizer que o mesmo se passou neste terceiro volume. Interesso-me por ela pelas situações que a envolvem, mas não tanto pela personalidade dela. O sarcasmo e ironia característicos desta personagem não são suficientes para a construírem como uma personagem complexa e credível. É que em tudo o resto ela é demasiado série, intensa e moral, e isso não me deixa particularmente interessada. Contudo, as circunstâncias em que ela se encontra é que me fazem olhar para ela com curiosidade, não por ela mas pela vontade de descobrir o que vai acontecer a seguir.

O facto de, neste livro, Mare estar próxima do rei e da corte devido ao seu aprisionamento, permite-nos conhecer melhor este lado. Foi bom voltar a este meio e ver o que mudou desde a ascensão da Guarda Escarlate. Gostei da tensão constante, mesmo quando se tenta rebaixar os Vermelhos e aclamar a superioridade dos Prateados. A autora fez algumas reviravoltas interessantes ao longo da narrativa, fazendo-nos pensar sobre os estratagemas políticos que acontecem nos bastidores para que um objetivo seja alcançado. Também é curioso ver a diferença entre o que é real e o que é apresentado ao povo, levando-nos a pensar sobre o poder da comunicação das campanhas e como tal manipula o pensamento, mesmo quando acreditamos estar a  pensar pela nossa própria cabeça e sem influências.

Este livro pode ser dividido em duas partes, sendo que a segunda retoma o lado mais revolucionário da ação. A primeira foi a minha preferida por ser a que está mais ligada a Maven, que é, para mim, a figura mais interessante desta obra. Existiam alguns capítulos paralelos que nos levam a conhecer o que se passa do lado dos rebeldes, mas confesso que os achei desnecessários e, em certos aspectos, aborrecidos. Quando retomamos por completo o lado revolucionário, não existe, propriamente uma grande novidade. As decisões finais é que nos fazem adivinhar que vêm aí novas reviravoltas no último volume da saga, deixando adivinhar que uma figura já nossa conhecida se vai revelar surpreendente.

Este não foi o livro que mais me agradou da saga iniciada com Rainha Vermelha. Victoria Aveyard parece ter enrolado um pouco nesta parte da narrativa, sendo pouca a nova informação que surge. Além disso, a personagem principal não ajudou propriamente, mantendo-se estática no que toca a construção. Contudo, a autora mantém a curiosidade para o que está reservado para o final. Quero muito saber como tudo isto vai terminar e acredito que ainda há surpresas guardadas para o derradeiro livro.

Opiniões a outros livros de Victoria Aveyard:
Rainha Vermelha (#1)
Espada de Vidro (#2)

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