domingo, 19 de novembro de 2017

Opinião: Espada de Vidro (Rainha Vermelha #2)

Título Original: Glass Sword (2016)
Autor: Victoria Aveyard
Tradução: Teresa Martins Carvalho
ISBN: 9789897730818
Editora: Saída de Emergência (2017)

Sinopse:

O sangue de Mare Barrow é vermelho mas a sua capacidade Prateada, o poder de controlar os relâmpagos, transformou-a numa arma que a corte real tenta controlar. A coroa acusa-a de ser uma farsa, mas quando ela foge do príncipe Maven – o amigo que a traiu –, Mare faz uma descoberta surpreendente: ela não é a única da sua espécie.
Perseguida por Maven, Mare parte para descobrir e recrutar outros combatentes Vermelhos e Prateados que se juntem à batalha contra os seus opressores. Mas Mare encontra-se num caminho mortífero, em risco de se tornar exatamente no tipo de monstro que está a tentar derrotar.
Será que ela vai ceder sob o peso das vidas exigidas pela rebelião?
Ou a traição e a deslealdade tê-la-ão endurecido para sempre?

Opinião:

Mais perigo, mais acção e mais personagens com poderes incríveis. É isto que o segundo volume desta série de Victoria Aveyard nos oferece. Após a reviravolta com que a Rainha Vermelha terminou, Mare regressa com um novo propósito. Desta forma, somos levados a viajar por este mundo, a descobrir novas vertentes da sociedade e a conhecer outras personagens. Tudo isto sem perder contacto com as figuras que foram mais relevantes no primeiro volume.

O ritmo desta obra é mais rápido. Existem muito acontecimentos arriscados, o que proporciona muita acção e ainda a noção de que as personagens estão constantemente em risco. As muitas viagens que são feitas apresentam-nos um povo que sofre com os seus governadores tiranos, sendo curioso ver as diferentes formas como as pessoas encaram tal regime. São poucas as que parecem resignadas, sendo que entre as que querem mudança existem aquelas que aguardam uma oportunidade para se rebelar enquanto outra não têm coragem de combater contra o que não acreditam. As diferentes reacções dão veracidade à história.

Mare, a protagonista, continua a não me conquistar. O foco total na sua missão e a forma como a sua mente trabalha não conseguiram gerar em mim empatia. Por isso mesmo, não consegui sentir o seu sofrimento e angústia ao longo destas páginas, apesar de ela estar a tomar decisões muito difíceis e a ter atitudes de grande relevância para o futuro de todos. Falta-lhe a humanidade que consegui encontrar em outras figuras secundárias, tais como Farley, que se torna mais cativante ao longo da narrativa.

Os outros Vermelhos com capacidades semelhantes a Mare e que vão surgindo neste livro são curiosos. É verdade que a procura por estas figuras e os seus poderes voltaram a recordar-me os X-Men, mas gostei de ir descobrindo as capacidades de cada um. A autora conseguiu escolher dons que seriam necessários em momentos-chave da trama, o que ajuda na resolução dos problemas, apesar de também retirar um pouco a sensação de que algo pode correr mal.

No primeiro volume já existia a forte presença de um triângulo amoroso, e tal mantém-se neste volume, mas acredito que a história geral ficava a ganhar se este aspecto fosse mais secundário. No caso do vilão, aprecio o perigo que ele representa a todo o momento e espero que as suas motivações continuem a ser exploradas no próximo volume. São as acções desta figura que fazem mover a trama e proporcionam os momentos de maior interesse.

Espada de Vidro segue bastante a linha do primeiro volume desta série. E também deixa as mesmas impressões. É um livro que proporciona momentos de entretenimento, mas que não conseguiu despertar em mim grandes emoções. A história está a ficar mais complexa e apresenta-nos um mundo com potencial, mas as personagens de maior relevância não fazem uma boa ligação com o leitor. Contudo, os pontos fortes divertem e fazem ter vontade de continuar a acompanhar esta aventura de modo a descobrir o que ainda vem aí.

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