segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Opinião: O Oráculo Escondido (As Provações de Apolo #1)

Título Original: The Hidden Oracle (2016)
Autor:  Rick Riordan
Tradução: Nuno Bombarda de Sá
ISBN: 9789896579678
Editora: Planeta (2017)

Sinopse:

Após irritar o pai Zeus, o deus Apolo é expulso do Olimpo. Fraco e desorientado, aterra em Nova Iorque como um adolescente normal. Agora, sem os poderes divinos, a divindade de quatro mil anos tem de aprender a sobreviver no mundo moderno até encontrar uma forma de recuperar o favor de Zeus.

Agora, o ex-deus terá de solucionar esses mistérios, recuperar o Oráculo e, mais importante, voltar a ser o imortal belo e gracioso que todos amam.

Opinião:

Rick Riordan já escreveu sobre semi-deuses da mitologia grega, romana, nórdica e egípcia. Quando soube que iria ser publicada uma nova saga, "As Provações de Apolo", perguntei-me no que o autor poderia inovar para surpreender os seus leitores. Afinal, já abordou em tantos livros a história de Percy Jackson e seus companheiros do Campo dos Mestiços que custava perceber qual iria ser o factor novidade. E não é que Rick Riordan voltou a conseguir? O autor pegou em personagens já nossas conhecidas e mudou tudo a fazer com quem um deus se tornasse na personagem principal destas novas aventuras.

Atenção, que o deus eleito não é um qualquer. Trata-se de Apolo, que já tinha aparecido noutras obras. É engraçado pensar que Rick Riordan teve a ousadia de pegar numa das divindades às quais concedeu umas das personalidades menos empáticas. Apolo é tão egocêntrico que se vê sempre no centro de todas as situações, mesmo daquelas que não têm qualquer ligação a ele. Ele acredita ser perfeito, que todos o devem admirar e prestar vassalagem, mas quando se vê sem os seus poderes divinos, depara-se com grandes dificuldades. E proporciona-nos muitos momentos divertidos. Afinal, que melhor castigo podia Zeus dar a este filho do que tirar-lhe as suas forças extraordinárias e encerrá-lo dentro do corpo de um adolescente com peso a mais e a pele cheia de acne? Acreditem, vem aí drama.

Ao acompanharmos Apolo na sua demanda para obter o perdão de Zeus, reencontramos muitas das personagens que nos acompanharam noutras aventuras. Se é agradável voltar a estar com estas figuras conhecidas, também achei boa opção não torná-las demasiado relevantes nesta história. Assim, matamos saudades mas deixamos outras pessoas brilharem, como é o caso de Apolo e de Meg, uma nova semi-deusa que, com o deus exilado, proporciona momentos caricatos. Eles são opostos um do outro mas encontram-se ligados por um elo inquebrável. Além disso, todo o mistério à volta do passado e origem de Meg torna-a uma personagem ainda mais curiosa. E não se preocupem que as revelações são feitas ainda neste volume!

A narrativa acontece na primeira pessoa, o que nos permite perceber melhora evolução de Apolo ao longo da trama. Ele vai começando a ver com outros olhos as pessoas e o mundo que as rodeia, acabando por desenvolver altruísmo e compaixão. Isto acontece de forma gradual, sendo credível. O desenrolar da acção também está muito bem conseguido, não deixando espaço para momentos mortos. Há sempre algo a acontecer, há sempre um perigo à espreita. Afinal, além de Apolo querer recuperar o seu lugar no Olimpo, ele também percebe que há algo novo a ameaçar o mundo.

O novo inimigo não é imediatamente revelado. É possível perceber que existe algo ou alguém a ver a decisão de Zeus como um oportunidade de destruir Apolo e depois os outros deuses, mas inicialmente não se percebe quem é e quais são os seus motivos. Contudo, quando estas informações finalmente são reveladas, fazem sentido e apresentam um rival novo e original. Confesso que não estava à espera desta revelação nem da reviravolta que acontece quase ao mesmo tempo. Sim, este pode ser um livro destinado a um público mais jovem, mas a originalidade e intensidade da história também cativam outros leitores.

Tenho a certeza de que quem se divirtiu a ler outros livros de Rick Riordan vai adorar este. Tem muita ação, inúmeros momentos hilariantes, as personagens apresentam evolução, há uma reviravolta muito bem conseguida e ainda é transmitida uma boa mensagem relativa ao companheirismo. Se tinha dúvidas de que o autor iria conseguir pegar no seu mundo e dar-lhe uma lufada de ar fresco, ficou provado que não tinha razões para tal. Esta nova saga tem tudo para ser uma das mais entusiasmantes deste universo.

Outras opiniões a livros de Rick Riordan:
Percy Jackson e a Maldição do Titã (Percy Jackson #3)
Percy Jackson e o Último Olimpiano (Percy Jackson #5)
O Herói Desaparecido (Os Heróis do Olimpo #1)
O Filho de Neptuno (Os Heróis do Olimpo #2)
A Marca de Atena (Os Heróis do Olimpo #3)
A Casa de Hades (Os Heróis do Olimpo #4)
O Sangue do Olimpo (Os Heróis do Olimpo #5)
A Pirâmide Vermelha (Crónicas de Kane #1)
O Trono de Fogo (Crónicas de Kane #2)

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