sábado, 17 de novembro de 2018

Opinião: Três Coroas Negras

Título Original: Three Dark Crowns (2016)
Autor: Kendara Blake
Tradução: Alexandra Guimarães
ISBN: 9789720030368
Editora: Porto Editora (2018)

Sinopse:

Três rainhas negras,
Fruto da mesma terra.
Três gémeas meigas,
Agora entrarão em guerra.

Três irmãs negras –
Quais delas não se adivinha –
Mas duas terão de morrer:
Só uma será rainha.

A CADA GERAÇÃO, NA OBSCURA ILHA DE FENNBIRN, NASCEM TRÊS IRMÃS GÉMEAS.

Três rainhas herdeiras de um só trono, cada uma possuindo um poder mágico muito cobiçado. Mirabella é capaz de inflamar o incêndio mais violento ou a tempestade mais terrível. Katharine consegue ingerir um veneno mortal sem sentir os seus efeitos. De Arsinoe diz-se capaz de fazer florir a rosa mais vermelha e controlar o leão mais feroz.

Mas para uma delas ser coroada rainha, não basta ter a linhagem certa. As trigémeas terão de conquistar o seu direito à coroa, lutando por ele… até à morte.

Na noite em que as irmãs completam 16 anos, a batalha começa. E a rainha que sobreviver, conquistará a coroa!

Opinião:

A luta pelo poder entre três irmãs detentoras de capacidades mágicas foi o que me atraiu ao ler a sinopse de Três Coroas Negras. Como fã de fantasia, fiquei com expectativas em relação a este livro, que prometia uma história diferente, negra e aliciante. Assim sendo, não hesitei muito em iniciar esta leitura e em descobrir estas três herdeiras que têm de matar para conquistar uma coroa e para não serem mortas.

A leitura é intercalada por capítulos dedicados a cada uma das irmãs. Desta forma, ficamos a conhecê-las melhor de forma individual. É curioso constatar as semelhanças e diferenças que existem entre Katharina, Arsinoe e Mirabella. Elas têm personalidades muito distintas, mas partilham o receio que sentem umas pelas outras e pelo que vai acontecer a partir do momento em que fizerem 16 anos. Foi com interesse que analisei a forma como cada uma foi educada e preparada para derrotar as outras irmãs, sendo tal relevante para moldar quem elas são, mas incapaz de lhes modificar a natureza.

Perante estas três jovens diferentes, é normal o leitor sentir preferência por uma em detrimento das outras. Confesso que senti maior ligação a Arsinoe neste primeiro livro da saga, talvez por ela ser apresentada como o elo mais fraco desta conpetição. Katharina acabou por ser aquela pela qual senti menor empatia, talvez por me parecer a que foi mais manipulada. Contudo, a minha personagem preferida desta obra não foi uma das irmãs protagonistas, mas sim Jules, a melhor amiga de Arsinoe. Esta jovem pareceu-me ser a personagem mais forte e intrigante da história, quer pela forma como se dedica e acredita na amiga mais fraca, quer pela intriga que lhe está associada.

O desenrolar da ação é fácil de acompanhar e proporciona uma leitura rápida. Isto deve-se aos acontecimentos rápidas e ao facto de haver sempre alguma novidade e interesse nos capítulos das três rainhas. Ainda assim, confesso que esperava mais desta leitura. Talvez por as personagens principais serem tão novas, o tom deste livro acaba por perder a negritude esperada para ir para um lado mais adolescente. Existem muitas paixões entre as personagens, e isso, em certos momentos, acaba por ser o foco da trama. Teria preferido que a autora se entregasse mais às intrigas entre e dentro de cada facção e à luta pelo poder.

Apreciei a forma como a magia foi apresentada nesta obra. Kendara Blake dividiu estas capacidades em vários campos, sendo que cada uma das irmãs nasceu com habilidades para uma vertente. Como tal, Katharina é envenadora, o que quer dizer que tem uma forte resistência e dom para venenos. Arsinoe é uma naturalista, o que a liga à fauna e flora. Mirabella é uma elemental, descrita como a mais talentosa, e tem a capacidade de controlar os elementos atmosféricos. É curioso como cada uma, através destes dons, tenta destruir as outras e dar provas do seu poder.

A leitura não é tão inovadora quanto esperava, mas proporciona bons momentos.O final está bem conseguido e apresenta uma reviravolta que nos leva a querer ler o segundo livro da saga. Três Coroas Negras pode não se ido ao encontro das minhas expectativas, mas conseguiu agarrar a minha curiosidade e querer saber mais sobre estas três irmãs e o seu mundo. Espero que o próximo livro seja, então, mais negro e desafiante.

1 comentário:

Beatriz Sousa disse...

Demora um pouco a entrar na história, mas depois até gostei. Mas sim é bastante previsível...