Título original: The Evil Seed (2008)
Autor: Joanne Harris
Tradutor: Isabel Alves
ISBN: 9789892316383
Editora: Asa (2011)
Sinopse:
Alice e Joe têm em comum a paixão pela arte - ela é pintora e ele é músico - e, em tempos, estiveram também unidos pelo amor que sentiam um pelo outro. As suas vidas seguiram diferentes rumos, mas o reencontro é inevitável. Joe tem agora uma nova namorada, Ginny, que provoca em Alice uma intensa perturbação. A beleza etérea e singular de Ginny repele-a, e o seu sinistro grupo de amigos atemoriza-a.
Os hábitos estranhos da jovem deixam Alice suficientemente inquieta para levar a cabo uma investigação por conta própria. E o que descobre vai mudar tudo. Ginny tem em seu poder um velho diário que conta a trágica história de amor de Daniel Holmes e Rosemary Virginia Ashley, cujo poder de sedução não conhece limites. Só que Rosemary morreu há meio século… mas o seu magnetismo não está certamente extinto.
À medida que as histórias se entrelaçam, passado e presente fundemse; Alice apercebe-se de que o seu ódio instintivo em relação à nova namorada de Joe pode não se dever apenas ao ciúme, já que algo em Ginny a arrasta irremediavelmente para um universo de insondável obsessão, vingança, sedução e sangue…
Opinião:
Maligna é um livro que tem como objectivo incomodar o leitor e fazê-lo pensar que o mal está próximo e pode atacar a qualquer momento. Contudo, isso não significa que a autora tenha sido bem sucedida nesta tarefa.
Esta foi uma das primeiras histórias escritas por Joanne Harris, autora de bestsellers como Chocolate e Cinco Quartos de Laranja. Existe alguma expetativa quanto à trama, mas também é necessário ter em consideração que a mesma foi escrita num período mais inexperiente.
A acção desenrola-se em dois tempos, sendo cada um diferenciado pelos números dos capítulos. O 1 aponta a década de 1940 e a história narrada por Daniel, o 2 remete para um suposto presente e é apresentado por Alice. Entre estes dois tempos há pontos em comum e algumas circunstâncias que acontecem praticamente na mesma forma, o que dá uma noção de repetição e acaba por se tornar desagradável. Apesar do clima de mistério, é possível perceber logo a razão de tal acontecer. É demasiado fácil adivinhar o final, o que faz com as tentativas de reviravoltas não sejam bem sucedidas.
Esta não é uma leitura propriamente simples de fazer, não por possuir conceitos ou ideias que exijam uma reflexão mais aprofundada, mas por não agarrar o leitor. Em momento algum me senti cativada pela trama, a leitura foi feita sempre por persistência pessoal e até algum esforço. A história não está mal escrita e a ideia base até tem algum interesse, mas o desenvolvimento é aborrecido e a caracterização das personagens é supérflua e pouco atractiva.
É inevitável associar o misticismo da obra ao vampirismo. Contudo, em momento algum existe uma afirmação de que seja disso que se trata. As criaturas sobrenaturais estão interessantes, possuem algumas diferenças bem conseguidas e teria sido curioso vê-las dentro de uma trama mais apelativa. O ambiente gótico e saudosista inicial seria um bom fundo para uma narrativa mais intensa e curiosamente e substituído na segunda parte de livro por cenários de carnificina e horror.
Maligna está longe de ser um dos melhores trabalhos de Joanne Harris e poderá ser uma desilusão para os fãs da autora. Até podia ter uma ideia base boa, mas tornou-se previsível e aborrecido.
Outras opiniões a livros de Joanne Harris:
A Marca das Runas (Crónicas das Runas #1)
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terça-feira, 24 de setembro de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
Comprar o livro pela capa 28: Maligna
Hoje voltamos a ter um livro de Joanne Harris na rubrica "Comprar o livro pela capa". Maligna, publicada pela ASA, voltou com uma imagem renovada.
Em 2011, este livro surgiu com uma imagem misteriosa e indefinida. A figura feminina transmite as preocupação da protagonista da trama e o branco de fundo faz lembrar um nevoeiro que oculta a paisagem e a verdade.
Em 2013, a Asa decide dar um novo rosto a esta obra. Agora, os tons escolhidos são mais escuros e, em conjunto com a imagem humana, sugerem elementos fantásticos e mais obscuros. Desta vez a figura feminina parece ser a da antagonista.
Apresentadas as duas capas, é altura de escolher. Qual delas vos chama mais a atenção?
Em 2011, este livro surgiu com uma imagem misteriosa e indefinida. A figura feminina transmite as preocupação da protagonista da trama e o branco de fundo faz lembrar um nevoeiro que oculta a paisagem e a verdade.
Em 2013, a Asa decide dar um novo rosto a esta obra. Agora, os tons escolhidos são mais escuros e, em conjunto com a imagem humana, sugerem elementos fantásticos e mais obscuros. Desta vez a figura feminina parece ser a da antagonista.
Apresentadas as duas capas, é altura de escolher. Qual delas vos chama mais a atenção?
terça-feira, 26 de março de 2013
Opinião: A Marca das Runas (Crónicas das Runas #1)
Título Original: Runemarks (2007)
Autor: Joanne Harris
Tradutor: Isabel Fraga
ISBN: 9789892321813
Editora: Asa (2013)
Sinopse:
Maddy Smith nasceu com uma marca que ditou o seu destino. A runa inscrita na sua pele é um símbolo dos Antigos Deuses, uma marca mágica. E perigosa. Na pequena aldeia onde vive todos a receiam e excluem. Mas Maddy não renega a sua sorte. Pelo contrário, ela adora magia. Mesmo que isso a condene à solidão. Quinhentos anos passaram desde Ragnarók - o flagelo que marcou o Fim dos Tempos -, e a Nova Ordem impôs regras que ditam o aniquilamento do Caos, da Magia, dos Sonhos e da Imaginação. À medida que os seus feitiços ficam cada vez mais fortes, Maddy sabe que será apenas uma questão de tempo até os Examinadores da Ordem a identificarem e perseguirem. E tempo é algo que o Mundo não tem... agora que a ameaça de destruição é cada vez mais real. Isolada, Maddy pode apenas contar com o ancião seu mentor, que lhe dá a conhecer as lendas nórdicas, com os seus deuses e criaturas maravilhosas. Invisível para a maioria das pessoas, este Mundo Subterrâneo encerra a chave do seu passado. Dela depende o destino do Mundo, mais uma vez...
Opinião:
Estava muito curiosa com esta estreia no fantástico de Joanne Harris e foi com grande entusiasmo que comecei a leitura de A Marca das Runas. A história desenrola-se tendo como base a mitologia nórdica e um mundo complexo, composto por várias camadas que nos são bem explicadas ao longo da narrativa e através de um mapa atrativo.
A narrativa é passada num ambiente que faz lembrar a Europa Medieval, tanto pela descrição da sociedade como pela mentalidade das personagens, já que tudo o que é considerado diferente é visto como mau, o que dá origem a uma verdadeira caça às bruxas. Deste modo, é curioso ver que a autora usou um modelo social assente no Cristianismo, em oposição ao paganismo do Norte.
Maddy Smith, a protagonista, é uma rapariga que, aparentemente, é igual a tantas outras, mas a verdade é que nasceu com uma marca que a associa à magia e, por isso, assusta os outros. Esta rapariga não possui uma personalidade que cative facilmente. A característica que mais salta à vista é a sua curiosidade, mas isso não é o suficiente para a tornar numa personagem marcante e com força suficiente para segurar a atenção do leitor ao longo desta história extensa.
Com a inserção de novas personagens de maior interesse, a narrativa perde o seu foco principal. Chega a um ponto em que ficamos sem perceber a razão de Maddy ser a personagem principal, quando os momentos de maior ação e desenvolvimento acontecem relacionados com outras figuras, sendo que a heroína passa a ser um acessório.
A certo momento, o leitor pode perder a motivação para esta leitura, já que os elementos parecem surgir demasiado dispersos e de modo algo forçado. Percebemos qual a conclusão que a autora quer atingir, mas os meios utilizados podem não ser os melhores. Já a escrita é simples e fácil de seguir.
Contudo, existem alguns elementos que mantém a sua força, nomeadamente as personagens de Loki e Odin e as relações entre as divindades apresentadas. Rivalidades e amizades são bem conseguidas, apesar de muitas serem apresentadas de forma subtil. Também apreciei bastante este mundo composto por várias camadas. As repartições vão ao encontro de conceções antigas e foram bem apresentadas.
O final não me pareceu bem conseguido, tendo sido demasiado precipitado e, apesar de a autora tentar surpreender com algumas reviravoltas, a verdade é que não o conseguiu.
Terminada a leitura, fiquei com a sensação de que A Marca das Runas tinha muito potencial que não foi bem aproveitado. A história não arrebata, nem se torna marcante. Tem alguns pontos interessantes, mas que não são o suficiente para tornar este livro especial ou memorável.
Nota: A Asa já anunciou que vai publicar brevemente o livro A Luz das Runas, o segundo volume desta saga.
Autor: Joanne Harris
Tradutor: Isabel Fraga
ISBN: 9789892321813
Editora: Asa (2013)
Sinopse:
Maddy Smith nasceu com uma marca que ditou o seu destino. A runa inscrita na sua pele é um símbolo dos Antigos Deuses, uma marca mágica. E perigosa. Na pequena aldeia onde vive todos a receiam e excluem. Mas Maddy não renega a sua sorte. Pelo contrário, ela adora magia. Mesmo que isso a condene à solidão. Quinhentos anos passaram desde Ragnarók - o flagelo que marcou o Fim dos Tempos -, e a Nova Ordem impôs regras que ditam o aniquilamento do Caos, da Magia, dos Sonhos e da Imaginação. À medida que os seus feitiços ficam cada vez mais fortes, Maddy sabe que será apenas uma questão de tempo até os Examinadores da Ordem a identificarem e perseguirem. E tempo é algo que o Mundo não tem... agora que a ameaça de destruição é cada vez mais real. Isolada, Maddy pode apenas contar com o ancião seu mentor, que lhe dá a conhecer as lendas nórdicas, com os seus deuses e criaturas maravilhosas. Invisível para a maioria das pessoas, este Mundo Subterrâneo encerra a chave do seu passado. Dela depende o destino do Mundo, mais uma vez...
Opinião:
Estava muito curiosa com esta estreia no fantástico de Joanne Harris e foi com grande entusiasmo que comecei a leitura de A Marca das Runas. A história desenrola-se tendo como base a mitologia nórdica e um mundo complexo, composto por várias camadas que nos são bem explicadas ao longo da narrativa e através de um mapa atrativo.
A narrativa é passada num ambiente que faz lembrar a Europa Medieval, tanto pela descrição da sociedade como pela mentalidade das personagens, já que tudo o que é considerado diferente é visto como mau, o que dá origem a uma verdadeira caça às bruxas. Deste modo, é curioso ver que a autora usou um modelo social assente no Cristianismo, em oposição ao paganismo do Norte.
Maddy Smith, a protagonista, é uma rapariga que, aparentemente, é igual a tantas outras, mas a verdade é que nasceu com uma marca que a associa à magia e, por isso, assusta os outros. Esta rapariga não possui uma personalidade que cative facilmente. A característica que mais salta à vista é a sua curiosidade, mas isso não é o suficiente para a tornar numa personagem marcante e com força suficiente para segurar a atenção do leitor ao longo desta história extensa.
Com a inserção de novas personagens de maior interesse, a narrativa perde o seu foco principal. Chega a um ponto em que ficamos sem perceber a razão de Maddy ser a personagem principal, quando os momentos de maior ação e desenvolvimento acontecem relacionados com outras figuras, sendo que a heroína passa a ser um acessório.
A certo momento, o leitor pode perder a motivação para esta leitura, já que os elementos parecem surgir demasiado dispersos e de modo algo forçado. Percebemos qual a conclusão que a autora quer atingir, mas os meios utilizados podem não ser os melhores. Já a escrita é simples e fácil de seguir.
Contudo, existem alguns elementos que mantém a sua força, nomeadamente as personagens de Loki e Odin e as relações entre as divindades apresentadas. Rivalidades e amizades são bem conseguidas, apesar de muitas serem apresentadas de forma subtil. Também apreciei bastante este mundo composto por várias camadas. As repartições vão ao encontro de conceções antigas e foram bem apresentadas.
O final não me pareceu bem conseguido, tendo sido demasiado precipitado e, apesar de a autora tentar surpreender com algumas reviravoltas, a verdade é que não o conseguiu.
Terminada a leitura, fiquei com a sensação de que A Marca das Runas tinha muito potencial que não foi bem aproveitado. A história não arrebata, nem se torna marcante. Tem alguns pontos interessantes, mas que não são o suficiente para tornar este livro especial ou memorável.
Nota: A Asa já anunciou que vai publicar brevemente o livro A Luz das Runas, o segundo volume desta saga.
sábado, 16 de março de 2013
Comprar o livro pela capa 26: A Marca das Runas
Bom dia e bom fim de semana!
Hoje, na rubrica "comprar o livro pela capa", escolhi apresentar o livro que marcou a estreia de Joanne Harris na literatura fantástica: A Marca das Runas.
Em 2007, a Gradiva introduziu o primeiro livro das Crónicas da Runas em Portugal. A imagem utilizada é mesma que surgiu na edição original deste livro, assim como o tipo de letra. Existe uma forte presença de tons quentes, as runas, muito discretas, compõe o fundo e é dado destaque a um goblin, ser muito presente nesta obra.
Em 2013, a Asa passa a deter os direitos da obra de fantasia de Joanne Harris. Assim, A Marca das Runas volta ao mercado nacional com uma nova imagem. O verde está em grande destaque, fornecendo a ideia do forte papel da natureza e dos mistérios que encerra. Também surge uma figura feminina, associada a Maddy Smith, a protagonista da trama.
Apresentadas as duas capas é altura de vos perguntar: qual é aquela que vos levaria a comprar o livro?
Hoje, na rubrica "comprar o livro pela capa", escolhi apresentar o livro que marcou a estreia de Joanne Harris na literatura fantástica: A Marca das Runas.
Em 2007, a Gradiva introduziu o primeiro livro das Crónicas da Runas em Portugal. A imagem utilizada é mesma que surgiu na edição original deste livro, assim como o tipo de letra. Existe uma forte presença de tons quentes, as runas, muito discretas, compõe o fundo e é dado destaque a um goblin, ser muito presente nesta obra.
Em 2013, a Asa passa a deter os direitos da obra de fantasia de Joanne Harris. Assim, A Marca das Runas volta ao mercado nacional com uma nova imagem. O verde está em grande destaque, fornecendo a ideia do forte papel da natureza e dos mistérios que encerra. Também surge uma figura feminina, associada a Maddy Smith, a protagonista da trama.
Apresentadas as duas capas é altura de vos perguntar: qual é aquela que vos levaria a comprar o livro?
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