sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Opinião: Confissão (Trilogia Este Homem #3)

Autor: Jodi Ellen Malpas
Título Original: This Man Confessed (2013)
Tradução: Nuno Daun e Lorena
ISBN: 9789896575540
Editora: Planeta (2014)

Sinopse:

Neste último livro da trilogia, o leitor vai conhecer o final empolgante da história entre o aristocrata Jesse Ward e a jovem designer de interiores Ava O’Shea. The Manor, o local onde começou a sua história de amor apaixonada, enche-se de convidados para o que deverá ser o dia mais feliz das vidas de Ava e Jesse. Ela aceitou que nunca conseguirá domar o lado selvagem de Jesse, e também não o deseja fazer. O seu amor é profundo, sua ligação poderosa, mas quando pensa que por fim tudo está bem, de súbito surgem mais dúvidas e perguntas, levando Ava a suspeitar que Jesse Ward poderá não ser o homem que pensa que é. Ele sabe como levá-la para um lugar além do êxtase… mas também a conduzirá ao desespero? É chegada a hora de este homem se confessar

Opinião:

Confissão é o último volume da trilogia "Este Homem", de Jodi Ellen Malpas. Neste livro, ficamos a conhecer o desfecho da história de Ava e Jesse, desvendamos alguns segredos e percebemos que, afinal, existiam muitos mais mistérios relacionados com o passado do dono do The Manor. E como seria de esperar, tudo isto é apresentado dentro de um ambiente erótico.

Tal como aconteceu com os dois livros anteriores, O Amante e Obsessão, os aspectos que mais me agradaram nesta leitura estiveram relacionados com o The Manor e ainda com o passado de Jesse. Apesar de já sabermos o que costuma acontecer nesse espaço, o The Manor continua a atrair. A autora optou por não o explorar tanto como fez no segundo volume, demonstrado assim uma evolução na relação do casal desta trama. Assim sendo, The Manor transforma-se e passa a ser um local que recebe um evento pouco habitual mas que fala em compromisso. Este espaço está, portanto mais apagado, mas não deixa de ser uma presença constante, assim como toda a sua história e ambiente.

Os momentos da trama que estavam ligados ao passado foram os que mais me atraíram neste livro. Gosto quanto as personagens têm histórias complexas e que não são logo conhecidas, e isso aconteceu com Jesse. Apesar de ele continuar a ser um homem que não compreendo e cujas atitudes acho reprováveis e egoístas, apreciei o facto de ele possuir um passado tão interessante e da forma como este foi revelado ao longo destas páginas. Penso que autora tentou a usar a história de Jesse para explicar a sua personalidade, mas para mim tal continua a não ser suficiente.

Tinha esperança de ver uma grande mudança de Jesse que me fizesse apreciar o seu relacionamento com Ava, mas tal não aconteceu. Jesse continua a ser um homem mimado, egoísta, obcecado, manipulador e que não respeita Ava. Como tal, não consigo mesmo vê-lo como alguém atraente, mas sim como um homem repulsivo. Neste livro, ele toma muitas atitudes que me causaram revolta e o que mais me aborreceu foi a autora procurar sempre justificação para isso, desculpando-o dos seus actos. Como tal, Ava acaba sempre por sentir-se culpada por tentar ser uma mulher com um mínimo de liberdade e independência. O que existe entre os eles os dois é uma obsessão e nunca amor.

Assim sendo, Ava prova atá ao fim de que, apesar da máscara de sofisticação e modernidade, é uma mulher insegura e fraca de espírito. Ela tenta fazer as suas crenças serem ouvidas por Jesse mas no final dá-lhe sempre razão. Penso que o objectivo da autora era conferir à figura de Jesse um papel de protector e macho alfa, quando eu preferia ter visto em Ava o exemplo de uma mulher que luta até ao fim pelo que acredita sendo até capaz de mudar aqueles que a amam. Este sim seria um bom exemplo para todas as leitoras.

O teor erótico não me cativou. Confesso que nem sempre consegui ler por completo as páginas onde eram relatadas as experiências sexuais de Jessse e Ava. Estas eram muitos, eram repetitivas, não traziam nada de novo e não acrescentavam nada à história. Penso que o livro teria ficado a ganhar se estas experiências tivessem menos quantidade e mais qualidade.

O desfecho do livro não trouxe qualquer surpresa. Todos os mistérios foram desvendados e a conclusão dada ao casal era a esperada desde o primeiro livro. Gostei da forma que a autora escolher para escrever o último capítulo, já que nos apresentou a visão de uma outra personagem que não Ava, a figura que acompanhamos de perto durante toda a trilogia. Isso deu-lhe um toque de novidade, mas o conteúdo desse capítulo não me agradou por completo.

Confissão segue a linha dos dois livros anteriores. Não possui uma mensagem que vá ao encontro das minhas crenças e valores, mas teve a capacidade de entreter e de me fazer imaginar diferentes possibilidades quanto ao passado de Jesse. O fim de uma trilogia que tem muitas falhas, mas que também consegue apresentar alguns elementos que provocam interesse.

6 comentários:

Alice Braga disse...

Concordo com você. Ava é uma mulher muito fraca, não se impoe e se culpa por tudo e Jesse não me atrai pelos mesmos motivos que você citou. Estou a procura de romances que mostrem mulheres menos submissas.

Cláudia disse...

Olá Alice. Romances deste género com mulheres menos submissas... assim de repente lembro-me dos livros de Megan Maxwell.

Unknown disse...

Olá Claudia. Adorei a sua opinião sobre o livro. Faço as suas palavras as minhas. Estava indignada com os comentários idolatrando ou apenas justificando as atitudes de Jesse em outros blogs. Achei Jesse mimado, autoritário, egoísta ao extremo e sem falar chantagista. Caramba e a fraqueza da Ava?!?! Meu.... Q mulher mais fácil de ser manipulada. Odiei o livro. Achei a história fraca, sem profundidade e os personagens principais decepcionantes. Não recomendo a leitura. Nunca pulei trechos ou melhor páginas de um livro .... Especialmente as partes hot hot, mas nesta trilogia eu simplesmente não conseguia ler de tanta indignacao, tanta manipulação... Afff.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Suiane disse...

Nossa, esse livro me irritou muito, concordo plenamente com você, Jesse não é um personagem cativante e Ava pelo amor de Deus, quando pensava que ela finalmente ia bater de frente nos deparávamos com "se ele me tocar está tudo perdido". O que mais me desagradava era que Jesse cobrava muito e a mantinha no total escuro sobre sua vida, Ava como sempre aceitava.
As vezes ficava pensando que se trocasse a Ava pela "Eva de Crossfire" seria mais interessante, já que é uma personagem mais decidida.

Cláudia disse...

Cleise e Suiane, é bom saber que existem mais leitoras a quererem uma protagonista que não se deixe manipular por um homem. Acredito que uma relação tem de ter cedências de parte a parte, mas aqui era apenas Ava a ter de mudar para agradar a Jesse.