Título Original: Mannen som sökte sin skugga (2017)
Autor: David Lagercrantz
Tradução: Agneta Öhrstrom
ISBN: 9789722063425
Editora: Publicações Dom Quixote (2017)
Sinopse:
Lisbeth Salander cumpre uma curta pena no estabelecimento prisional feminino de Flodberga e faz o possível por evitar qualquer conflito com as outras reclusas, mas ao proteger uma jovem do Bangladesh que ocupa a cela vizinha, é imediatamente desafiada por Benito, a reclusa que domina o bloco B. Holger Palmgren, o antigo tutor de Lisbeth, visita-a para lhe dizer que recebeu documentos que contêm informações sobre os abusos de que ela foi vítima em criança. Lisbeth pede ajuda a Mikael Blomvkist e juntos iniciam uma investigação que pode trazer à luz do dia uma das experiências mais terríveis implementadas na Suécia no século XX. Os indícios conduzem-nos a Leo Mannheimer, sócio da corretora de valores Alfred Ögren, com quem Lisbeth tem em comum muito mais do que algum deles podia pensar.
Opinião:
Reencontrar Lisbeth Salander é sempre um prazer. Trata-se de uma daquelas personagens que já conquistaram um lugar de destaque na literatura e sobre a qual queremos sempre saber mais. Em O Homem que Perseguia a sua Sombra, David Lagercrantz volta a pegar na obra de Stieg Larsson para dar continuidade ao seu trabalho. O passado desta heroína volta a ser um tema de grande importância, dando mote ao enredo que se desenvolve nestas páginas.
Desde logo achei curioso o facto de, através da história trágica da infância e adolescência de Lisbeth ser possível criar um novo thriller onde novas personagens são implicadas. Desta forma, percebemos melhor os contornos horríveis que a protagonista viveu e que a tornaram nesta mulher impressionante. Gostei que as novas descobertas fizessem sentido com tudo o resto e fiquei bastante interessada na questão dos gémeos que foi apresentada.
Existem enredos paralelos à trama principal, o que dá a sensação de há sempre algo a acontecer. Apesar das novas figuras, não achei que estas histórias se tornassem confusas, mas fizeram questionar o motivo para o autor ter preferido dispersar-se em vez de se concentrar numa só. Entendo o motivo de abranger questões sociais da atualidade, mas tal levou a que o tema centram acabasse por perder alguma força. Além disso, o trabalho em conjunto entre Lisbeth e Mikael Blomkvist acabou por ser pouco explorado, o que é uma pena, já que esta parceria proporcionou momentos bastante intensos noutras ocasiões.
Ainda que o assunto possa causar desconforto, achei interessante a questão do homem perfeito ser um produto socio-cultural e não genético. Tal justifica muito do que acontece na intriga principal, ainda que por meios pouco ortodoxos. A forma como os gémeos são colocados neste estudo remete-nos para o desrespeito pela vida humana e pelo outro, levando-nos, mais uma vez, a questionar abusos de poder que podem estar a existir na nossa sociedade sem que exista conhecimento de tal. O autor ainda faz-nos pensar sobre o sentido de pertença, tão importante para a estabilidade emocional.
Tal como aconteceu com os livros anteriores da saga, devorei este volume com vontade e avidez. Contudo, senti que a conclusão foi um pouco precipitada, e custou-me aceitar que Lisbeth se colocasse numa situação de tão grande perigo quando se encontrava bastante debilitada e não havia urgência na sua acção. Penso que tal aconteceu por ter sempre admirado a capacidade desta personagem de se manter fria e bastante racional na execução dos seus planos, reprimindo um lado emocional forte. Além disso, a intriga pareceu-me menos complexa, o que não me levou a sentir tão arrebatada pela história tal como aconteceu nos primeiros volumes.
O Homem que Perseguia a sua Sombra pode não ser o livro mais brilhante da coleção, mas tem o seu valor. A história prende, somos levados a imaginar diversas possibilidades consoante os dados que nos são apresentados e ainda obtemos mais informações sobre o passado de Lisbeth. O significado da tatuagem do dragão, tão marcante nesta figura, finalmente é desvendado e deixou-me bastante satisfeita. No final, fica ainda a ideia de que há muito mais para explorar e que novas aventuras da "Millennium" estão para chegar. Eu cá estarei à espera para as ler.
Opiniões a outros livros de desta saga:
Os Homens Que Odeiam as Mulheres (Millennium #1)
A Rapariga Que Sonhava com Uma Lata de Gasolina e Um Fósforo (Millennium #2)
A Rainha no Palácio das Correntes de Ar (Millennium #3)
A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha (Millennium #4)
Mostrar mensagens com a etiqueta David Lagercrantz. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta David Lagercrantz. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Opinião: A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha (Millennium #4)
Título Original: Det som inte dödar oss (2015)
Autor: David Lagercrantz
Tradução: Jaime Bernardes
ISBN: 9789897541643
Editora: Publicações D. Quixote (2015)
Sinopse:
Neste thriller carregado de adrenalina, a genial hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist enfrentam uma nova e perigosa ameaça que os leva mais uma vez a unir as suas forças. Uma noite, Blomkvist recebe um telefonema de uma fonte confiável declarando ter informação vital para os Estados Unidos. A fonte tinha estado em contacto com uma jovem mulher, uma super-hacker que se parecia com alguém que Blomkvist conhecia bem de mais. As consequências são surpreendentes. Blomkvist, a precisar urgentemente de um furo jornalístico para a Millennium, pede ajuda a Lisbeth, que, como habitualmente, tem a sua agenda própria.
Opinião:
Quando terminei de ler A Rainha do Palácio das Correntes de Ar, pensei que nunca mais iria acompanhar Lisbeth Salander, uma das personagens mais interessantes da literatura policial. Afinal, Stieg Larsson, o autor de "Millennium", perdeu a vida antes de terminar esta saga que idealizava como tendo 10 volumes. Escreveu três e parecia que tudo iria ficar por aí. Mas David Lagercrantz, também jornalista de investigação, foi convidado para dar continuidade a esta saga de sucesso. Como tal, começou por escrever A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha.
Quando soube da publicações deste livro fiquei entusiasmada, mas também surgiram algumas dúvidas. Afinal, iria o novo autor manter-se fiel ao estilo de Larsson? Reconheceria as personagens? O enredo seria envolvente como os anteriores? Como tal, comecei a leitura um pouco de pé atrás, mas depressa vi-me envolvida nesta nova história. O mistério continua a ser uma constante e as revelações finais surpreendem. E as personagens estão tal e qual como as recordava.
Existem muitas figuras que estão de volta. Mikael Blomkvist está a atravessar uma crise que parece bastante plausível. A forma como ele se envolve nos acontecimentos demonstram a sua vocação profissional mas também o lado humano. Já Lisbeth, que volta a não surgir logo nas primeiras páginas, continua a ser uma verdadeira delícia. É impossível não se ficar intrigado com esta mulher que é dotada de uma grande inteligência. É verdade que gostaria de a ter visto mais, mas o seu contributo volta a ser imprescindível.
Desta vez, Blomkvist e Lisbeth deparam-se com um caso que está relacionado com segurança nacional e questões de privacidade tecnológica. Ao longo da leitura, existem muitos acontecimentos e crimes que parecem não ter qualquer ligação. O início chega mesmo a ser muito lento e o confesso que existem fases em que tudo chega a ser confuso, pois parece que existe mais de uma história a ser contada. Porém, com o avançar das páginas percebe-se que tudo esteve sempre relacionado, e é impressionante ver de que forma o autor conseguiu unir todos os pontos sem deixar grandes questões.
Gostei que o autismo fosse um dos temas centrais da obra, e a caracterização de August estava muito bem conseguida. Mas aquilo que mais me agradou acabou por ser a ligação do passado de Lisbeth com os acontecimentos atuais. Quando pensávamos que ela já tinha derrotado o seu grande inimigo, Alexander Zalachenko, surge uma nova e perigosa figura. É uma daquelas personagens cuja personalidade odiamos, mas que tem uma construção que nos prende e faz ter vontade de saber mais. As suas ações neste volume mostram que se trata de alguém capaz de tudo, e fica agora a curiosidade sobre o seu futuro e embate mais direto com Lisbeth.
As atividades de hacker voltam a ser bastante usadas neste volume, e as capacidades de Lisbeth voltam a fazer-nos sorrir de tão ousadas e inteligentes que são. Neste campo, surgem novas e interessantes figuras, com destaque para Ed Needham, um homem que gera dúvidas quanto aos seus verdadeiros propósitos mas que tem uma personalidade que diverte o leitor.
Fiquei muito agradada com o trabalho que David Lagercrantz. Acredito que tenha sido necessária coragem para assumir uma saga que tantos fãs conquistou, mas ele fez um bom trabalho. Para mim, este não é o volume mais forte da saga, mas revela os mesmo ingredientes que Larsson usou e sugere que fica muito e aberto para dar continuação à série. Fiquei convencida e vou querer continuar a acompanhar.
Outras opiniões a livros da saga "Millennium":
Os Homens que Odeiam as Mulheres (Millennium #1)
A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo (Millennium #2)
A Rainha do Palácio das Correntes de Ar (Millennium #3)
Autor: David Lagercrantz
Tradução: Jaime Bernardes
ISBN: 9789897541643
Editora: Publicações D. Quixote (2015)
Sinopse:
Neste thriller carregado de adrenalina, a genial hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist enfrentam uma nova e perigosa ameaça que os leva mais uma vez a unir as suas forças. Uma noite, Blomkvist recebe um telefonema de uma fonte confiável declarando ter informação vital para os Estados Unidos. A fonte tinha estado em contacto com uma jovem mulher, uma super-hacker que se parecia com alguém que Blomkvist conhecia bem de mais. As consequências são surpreendentes. Blomkvist, a precisar urgentemente de um furo jornalístico para a Millennium, pede ajuda a Lisbeth, que, como habitualmente, tem a sua agenda própria.
Opinião:
Quando terminei de ler A Rainha do Palácio das Correntes de Ar, pensei que nunca mais iria acompanhar Lisbeth Salander, uma das personagens mais interessantes da literatura policial. Afinal, Stieg Larsson, o autor de "Millennium", perdeu a vida antes de terminar esta saga que idealizava como tendo 10 volumes. Escreveu três e parecia que tudo iria ficar por aí. Mas David Lagercrantz, também jornalista de investigação, foi convidado para dar continuidade a esta saga de sucesso. Como tal, começou por escrever A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha.
Quando soube da publicações deste livro fiquei entusiasmada, mas também surgiram algumas dúvidas. Afinal, iria o novo autor manter-se fiel ao estilo de Larsson? Reconheceria as personagens? O enredo seria envolvente como os anteriores? Como tal, comecei a leitura um pouco de pé atrás, mas depressa vi-me envolvida nesta nova história. O mistério continua a ser uma constante e as revelações finais surpreendem. E as personagens estão tal e qual como as recordava.
Existem muitas figuras que estão de volta. Mikael Blomkvist está a atravessar uma crise que parece bastante plausível. A forma como ele se envolve nos acontecimentos demonstram a sua vocação profissional mas também o lado humano. Já Lisbeth, que volta a não surgir logo nas primeiras páginas, continua a ser uma verdadeira delícia. É impossível não se ficar intrigado com esta mulher que é dotada de uma grande inteligência. É verdade que gostaria de a ter visto mais, mas o seu contributo volta a ser imprescindível.
Desta vez, Blomkvist e Lisbeth deparam-se com um caso que está relacionado com segurança nacional e questões de privacidade tecnológica. Ao longo da leitura, existem muitos acontecimentos e crimes que parecem não ter qualquer ligação. O início chega mesmo a ser muito lento e o confesso que existem fases em que tudo chega a ser confuso, pois parece que existe mais de uma história a ser contada. Porém, com o avançar das páginas percebe-se que tudo esteve sempre relacionado, e é impressionante ver de que forma o autor conseguiu unir todos os pontos sem deixar grandes questões.
Gostei que o autismo fosse um dos temas centrais da obra, e a caracterização de August estava muito bem conseguida. Mas aquilo que mais me agradou acabou por ser a ligação do passado de Lisbeth com os acontecimentos atuais. Quando pensávamos que ela já tinha derrotado o seu grande inimigo, Alexander Zalachenko, surge uma nova e perigosa figura. É uma daquelas personagens cuja personalidade odiamos, mas que tem uma construção que nos prende e faz ter vontade de saber mais. As suas ações neste volume mostram que se trata de alguém capaz de tudo, e fica agora a curiosidade sobre o seu futuro e embate mais direto com Lisbeth.
As atividades de hacker voltam a ser bastante usadas neste volume, e as capacidades de Lisbeth voltam a fazer-nos sorrir de tão ousadas e inteligentes que são. Neste campo, surgem novas e interessantes figuras, com destaque para Ed Needham, um homem que gera dúvidas quanto aos seus verdadeiros propósitos mas que tem uma personalidade que diverte o leitor.
Fiquei muito agradada com o trabalho que David Lagercrantz. Acredito que tenha sido necessária coragem para assumir uma saga que tantos fãs conquistou, mas ele fez um bom trabalho. Para mim, este não é o volume mais forte da saga, mas revela os mesmo ingredientes que Larsson usou e sugere que fica muito e aberto para dar continuação à série. Fiquei convencida e vou querer continuar a acompanhar.
Outras opiniões a livros da saga "Millennium":
Os Homens que Odeiam as Mulheres (Millennium #1)
A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo (Millennium #2)
A Rainha do Palácio das Correntes de Ar (Millennium #3)
Subscrever:
Mensagens (Atom)